Produ��o de hortifrutis � retomada, mas sofre com a entressafra

Depois das chuvas do in�cio do ano, a entressafra. A combina��o n�o � nada otimista para o bolso do consumidor, que nos pr�ximos meses ainda vai continuar pagando caro por frutas, verduras e hortali�as. Mal os agricultores de Minas come�am a recuperar o ritmo abalado pelos temporais de janeiro, um outro componente entra em cena. O ciclo da produ��o come�a a desacelerar e mant�m os pre�os em alta no sacol�o. Levantamento da Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (Ceasa) mostra que mesmo com a gradual recupera��o da oferta de alguns alimentos, os pre�os no atacado ainda est�o de 12% a 15% mais caros que em novembro do ano passado. A previs�o � de que a recupera��o da oferta s� comece a ocorrer plenamente a partir de abril

Em janeiro, mesmo as regi�es que n�o chegaram a ser abatidas pelas chuvas ou granizo, foram afetadas pela infraestrutura. Nos �ltimos 30 dias o custo da log�stica, pressionado pelos desvios e estradas interditadas fez com que muitos produtores desistissem da colheita, elevando os pre�os na cesta do consumidor. � o caso da banana. No atacado o produto teve reajuste de 8,6% nos �ltimos 30 dias, e no varejo, a fruta campe� na prefer�ncia do brasileiro est� 50% mais cara.

O presidente da Cooperativa dos Produtores Rurais de Nova Uni�o, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, Carlos Hamilton Gon�alves, conta que em janeiro a produ��o ficou 20% menor. “Tivemos uma s�rie de problemas com o escoamento da mercadoria e por isso deixamos a fruta amadurecer, sem fazer a colheita.” Carlos Hamilton n�o est� muito otimista quanto a queda de pre�os. “Logo o clima j� come�a a esfriar e a produ��o cai.” Como a banana, o abacaxi tamb�m teve alta de 17,2% no atacado e a melancia est� 20,6%. O coordenador de informa��es de mercado da Ceasa Minas, Ricardo Martins, aponta que somente a partir de abril ou maio o consumidor deve sentir certo al�vio no bolso.

Caf� com leite Quanto � bebida do brasileiro, a expectativa � de ano de boa oferta de caf� e pre�os est�veis para o consumidor. As chuvas n�o v�o comprometer a produ��o nacional, estimada em 480 milh�es de sacas. Apesar da crise da economia europeia, grande consumidora do produto nacional, a previs�o � de mercado firme, j� que a Col�mbia, grande produtor mundial e competidor do Brasil, deve ter queda de produ��o.

A Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxup� (Cooxup�), maior cooperativa de caf� do mundo, deve comercializar este ano 5,5 milh�es de saca, alta de 7% frente ao recorde hist�rico atingido no ano passado. “O mercado est� incerto, a crise na Europa preocupa, mas temos expectativas de que este ano o pre�o da commodity deve se manter acima de R$ 465 a saca”, comentou o vice-presidente da cooperativa, Carlos Augusto de Melo, que participou da Feira de M�quinas, Equipamentos e Insumos Agr�colas (Femagri).

A tr�gua dada por S�o Pedro vem permitindo a retomada da produ��o de leite em escala quase id�ntica � registrada por algumas cooperativas antes do estrago das �ltimas chuvas. E o melhor: cooperativas procuradas pelo Estado de Minas garantem que o preju�zo com as chuvas n�o foi repassado para o consumidor. Apesar disso, como a temporada de chuva ainda n�o chegou ao fim, v�rios trechos de estradas e pontes, principalmente rurais, ainda n�o foram consertadas pelo poder p�blico.

Em Al�m Para�ba, na Zona da Mata, o mau tempo causou grande preju�zo no com�rcio e na cadeia leiteira. Por�m, quase um m�s depois das trag�dias registradas na cidade, a produ��o de leite est� prestes a voltar � normalidade. “Antes das chuvas, receb�amos em m�dia 25 mil litros por dia na cooperativa. Hoje, mais ou menos 22 mil litros. A expectativa de recebermos o mesmo volume � para daqui a 30 dias”, calcula o presidente da entidade, James Vilela. A entrega ainda n�o voltou � normalidade, segundo ele, em raz�o de algumas estradas dificultarem a entrega do produto.