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Estado de Minas

Com�rcio de esp�cies de estima��o cresce no pa�s

Assim como no caso de bois e cavalos, linhagem e sele��o gen�tica levam c�es, gatos, p�ssaros ou peixes a serem valorizados


postado em 05/02/2012 07:42

Cachorro, gato, p�ssaros ou peixes. N�o importa. Os animais de estima��o est�o entrando para ficar na casa dos brasileiros. N�o � � toa que um em cada quatro habitantes conta com a companhia desses bichinhos na rotina familiar. O resultado � um mercado em franca expans�o que n�o se resume a produtos e servi�os, mas engloba o pr�prio com�rcio dos animais. Assim como o com�rcio de bovinos e equinos, amplamente reconhecido pelos efeitos que a linhagem e sele��o gen�tica apurada t�m sobre o pre�o do animal, o mercado de bichinhos dom�sticos passa pelo mesmo fen�meno, com ganhos para os criadores. E cada bicho que se destaca tem seu pre�o aumentado (veja quadro). No com�rcio de animais silvestres, ainda incipiente, � grande a venda ilegal, principalmente de aves.

Apesar de n�o haver n�meros oficiais que mostrem quanto a compra e venda de filhotes de animais dom�sticos movimentam todos os anos o desempenho do mercado pet � um bom indicativo do potencial de crescimento do setor. Somente em 2011, o faturamento chegou a R$ 11,26 bilh�es – estima-se que o com�rcio de bichos represente 8% desse total –, contra R$ 10,14 bilh�es em 2010, crescimento de 4,5%. Frente a 2009, quando circularam R$ 8,82 bilh�es neste mercado, o incremento de neg�cios chega a 27,6%, segundo estudo in�dito realizado pela consultoria GS&MD-Gouv�a de Souza. Do total movimentado no ano passado, 65,7% se concentraram na venda de ra��o e 13% na higiene e embelezamento destes animais. A partir da�, � poss�vel ter uma ideia de como os brasileiros est�o empenhados em manter a segunda posi��o no mercado mundial em n�mero de bichos de estima��o, atr�s somente dos Estados Unidos.

Mas o hobby, ou a simples simpatia, tem seu pre�o, que pode ser mais ou menos salgado de acordo com a ra�a, pedigree – origem do animal –, exclusividade, beleza e destina��o do pet. No caso dos cachorros, op��o de companhia para 73% dos entrevistados pela GS&MD-Gouv�a de Souza, os valores podem variar entre centenas e alguns milhares de reais. O s�men de c�es altamente selecionados circula no com�rcio internacional a cerca de US$ 2 mil a ampola, valor que s� � aplicado a animais considerados “craques”, com comprova��o de que j� deram origem a filhotes campe�es. O movimento j� � frequente entre bovinos, cujo material gen�tico pode custar at� R$ 15 mil, no caso de touros j� mortos.

A capacidade do indiv�duo de repassar para a prole as caracter�sticas mais valorizadas pelo mercado aumenta ainda mais sua cota��o, j� que, segundo os criadores, o animal pode ser maravilhoso, mas, se n�o transferir para os filhotes suas qualidades, de nada adianta.

Gatinhos A dificuldade de encontrar exemplares com a pureza e fidelidade �s caracter�sticas da ra�a torna cada vez mais comuns relatos de criadores que contam ter trazido de outros pa�ses animais selecionados que dificilmente encontrariam por aqui. O vice-presidente do Kennel Clube da Grande Belo Horizonte, o criador de gatos Cl�ber Del�zari, conta que j� importou reprodutores do Canad�, Estados Unidos, Argentina e Alemanha. “Recentemente trouxe tr�s exemplares de angor� turco da R�ssia. Um animal deste porte custa em torno de 2 mil euros”, calcula. O valor se resume ao bichinho. Somadas as tarifas alfandeg�rias e todos os documentos necess�rios para a entrada legal do animal no pa�s, o custo pode superar a cifra de R$ 10 mil.

De matrizes como estas, s�o vendidos filhotes de gatos para companhia com registro de pedigree a valores m�dios de R$ 1,5 mil a R$ 2 mil. “Pre�o que pode ser maior quando se tratar de uma ra�a rara ou cor espec�fica”, pondera Cl�ber. Na Europa, os gatinhos s�o vendidos por cerca de 1,5 mil a 3 mil euros, enquanto nos Estados Unidos chegam a US$ 2 mil. Dono de animais campe�es, Hugo Cavalhairo, presidente da Associa��o da Ra�a Maine Coon no Brasil, conta que j� recebeu contato do mundo inteiro de criadores interessados em membros da fam�lia de seus gatos. “J� exporto para a Dinamarca, Alemanha e Holanda”, afirma.

Refer�ncia que garante pre�os

Os peixes vivem realidade semelhante. Segundo o criador de peixes ornamentais da ra�a guppy Rodrigo Ziviani, um exemplar da esp�cie, sem qualquer refer�ncia de linhagem gen�tica, pode custar centavos. “O meu, que � desenvolvido com todo o crit�rio gen�tico da ra�a, custa entre R$ 30 e R$ 60 a unidade, considerado peso de ouro para o mercado de peixes ornamentais”, pondera.

Os cachorros obviamente n�o poderiam ficar fora deste movimento. “J� houve criadores que trouxeram animais de fora por 45 mil euros. Uma ampola de s�men deste reprodutor pode custar entre US$ 4 mil e US$ 5 mil”, afirma Dino Miraglia, presidente do Kennel Clube da Grande BH. A desvaloriza��o do d�lar frente ao real garantiu ainda mais est�mulos ao interc�mbio entre criadores.

At� as redes sociais contribu�ram para a dissemina��o de informa��es e possibilidade de troca de material gen�tico. “Por causa do Facebook mandamos animal para o mundo inteiro. Usamos a rede como um grande marketing cinol�gico”, afirma Miraglia. “Tenho contato com criadores da Austr�lia e o s�men dos animais circula de um lado para o outro”, acrescenta. Para ter ideia do quanto um cachorro pode custar no mercado mundial, um animal da ra�a mastiff tibetano foi comprado na China por 1 milh�o de euros (o equivalente a R$ 2,282 milh�es). Raridade, h� apenas 800 exemplares em todo o mundo.

an�lise da not�cia

Com potencial de crescimento

A falta de estat�sticas oficiais sobre a atividade e a recente mobiliza��o de milhares de pessoas em defesa de animais dom�sticos maltratados por seus donos mostram que de um lado h� um com�rcio informal e incipiente e de outro um mercado consumidor com potencial de expans�o. Favorecido pelo crescimento da renda dos brasileiros, o com�rcio de bichos de estima��o tende a se sofisticar e aumentar significativamente, assim como a rede de produtos e servi�os voltados para os animais cresce e agrega novos produtos e servi�os. Companhia para a solid�o nas grandes cidades, os bichos de estima��o s�o cada vez mais uma op��o de neg�cio para quem gosta deles e est� disposto a investir na cria��o e aperfei�oamento da ra�a. (Marc�lio de Moraes)


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