Concession�rias de ve�culos importados amargam um per�odo de paradeiro, com redu��o significativa das vendas no primeiro m�s do ano, e puxam para baixo os neg�cios do setor no pa�s. A queda em janeiro foi at� duas vezes maior que a m�dia registrada tradicionalmente pelos integrantes da Associa��o Nacional dos Fabricantes de Ve�culos Automotores (Anfavea). Segundo balan�o divulgado ontem, a redu��o dos neg�cios foi de 23% (contando autom�veis, comerciais leves, �nibus e caminh�es), frente a dezembro. Na compara��o com janeiro de 2011, no entanto, houve alta de 9,6%.
Os respons�veis pelas revendas acreditam que o principal fator para afugentar o comprador foi a falta de informa��o do consumidor. Muitos n�o sabiam que o aumento nos pre�os dos ve�culos importados por causa das novas regras do governo federal — que prev�em alta de 30 pontos percentuais no Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) para carros que contam com a maior parte da montagem em outros pa�ses – passou a valer apenas desde a semana passada. E vale lembrar que 18 montadoras ficaram livres do pagamento do imposto mais alto, mas para os gerentes das concession�rias, muitos tamb�m n�o sabiam desse detalhe, o que resultou em vendas mais baixas. Por isso, em tom convidativo, eles explicam: os pre�os ainda n�o subiram e restam algumas unidades no estoque.
A Associa��o Brasileira de Importadoras de Ve�culos Automotores (Abeiva) acredita que com o aumento da carga tribut�ria dos seus produtos deva ocorrer redu��o de 20% nas vendas deste ano, reduzindo o volume de 199 mil para 160 mil unidades. Mas, antes mesmo da efetividade da mudan�a, as concession�rias sentiram a falta do consumidor em janeiro. Em algumas revendas a redu��o na comercializa��o foi de at� 50%, na compara��o com dezembro.

Na Kia Brisa, na Avenida Raja Gabaglia, a expectativa era que em janeiro ocorresse redu��o de apenas 10% das vendas, mas o percebido � diminui��o de 30% no comparativo com dezembro. A explica��o, segundo o diretor comercial da unidade, Ruy Carlos Barbosa, pode ser o susto do consumidor com a ampla divulga��o na m�dia de que os pre�os teriam aumento por causa do IPI. Ele explica que na montadora o reajuste deve ser inferior a dois d�gitos, tendo em vista que f�bricas, revendas e distribuidoras absorveram uma parcela do aumento, reduzindo suas margens. “As montadoras nacionais tamb�m aumentaram seus pre�os em dezembro. Com isso, na pr�tica, o pre�o dos importados deve se distanciar pouco dos nacionais”, afirma. A expectativa � de que os reajustes relacionados com a alta do IPI se tornem realidade a partir de mar�o. Nos estoques das concession�rias ainda h� alguns modelos antigos, mas com cores e acess�rios limitados.
Contram�o
Enquanto as revendas de importados amargam redu��o brusca nas vendas, as montadoras que se enquadram entre quesitos previstos para isen��o do IPI mais alto aumentaram as vendas em 9,6% em janeiro, frente a igual per�odo do ano passado. Ao todo, foram comercializadas 268,3 mil unidades no m�s passado, segundo a Anfavea. Por outro lado, a produ��o teve queda de 11,4% no comparativo entre o janeiro de 2011 e o m�s passado.
Segundo o presidente da Anfavea, Cledorvino Belini, essa queda est� relacionada ao ajuste de estoques do setor. No ano passado, no in�cio do ano, os p�tios das concession�rias estavam esvaziados. Agora, as revendas t�m unidades suficientes para as vendas de 36 dias, o que garantiu desalera��o na produ��o. “Nossos estoques est�o preparados para as vendas de fevereiro, que tradicionalmente crescem no comparativo com janeiro”, disse Belini.