As despesas de in�cio do ano devem levar os brasileiros a retirar recursos da poupan�a no come�o de 2012, apesar de esse investimento estar se tornando cada vez mais atrativo. A avalia��o � do vice-presidente da Associa��o Nacional dos Executivos de Finan�as, Administra��o e Contabilidade (Anefac), Miguel de Oliveira.
Segundo dados do Banco Central (BC), divulgados ontem (6), os saques em caderneta de poupan�a superaram os dep�sitos em R$ 2,838 milh�es, em janeiro. A poupan�a n�o registrava capta��o l�quida negativa desde maio de 2011 (R$ 1,301 bilh�o). Esse foi o pior resultado para meses de janeiro desde 2009, quando foram registrados R$ 486,630 milh�es de capta��o l�quida negativa.
De acordo com Oliveira, o resultado do m�s passado “n�o foi uma surpresa”, porque muitos brasileiros iniciam o ano com gastos extras com impostos, despesas escolares e de f�rias e d�vidas do cart�o de cr�dito feitas no Natal, por exemplo. Al�m disso, segundo ele, a infla��o mais alta reduz o poder de compra e isso tamb�m faz com que os brasileiros retirem dinheiro da poupan�a. Para Oliveira, pelo menos at� fevereiro o comportamento dos investidores em poupan�a deve ser mais sacar do que depositar recursos.
Na avalia��o do vice-presidente da Anefac, para pequenos valores, at� R$ 5 mil, vale mais a pena deixar o dinheiro na poupan�a do que pensar em outras aplica��es. A vantagem da poupan�a est� no fato de que n�o � cobrada taxa de administra��o, nem Imposto de Renda (IR). A remunera��o � a Taxa Referencial (TR) mais 6% ao ano. Mas � preciso deixar o dinheiro aplicado por um m�s para receber a remunera��o.
As aplica��es em fundos de renda fixa s�o tributadas em 22,5%, quando o prazo � at� 180 dias (seis meses); em 20%, com prazo entre 181 at� 360 dias; em 17,5%, com prazo de 361 at� 720 dias; e em 15%, com prazo acima de 720 dias. Al�m disso, os fundos de investimentos cobram uma taxa de administra��o para gerenciar as aplica��es.
Segundo Oliveira, atualmente, com a Selic em 10,5% ao ano, s� vale a pena deixar dinheiro aplicado em fundos de renda fixa quando a taxa de administra��o estiver abaixo de 1,5% ao ano e o prazo de resgate for longo. Pelos c�lculos do especialista, com a taxa de administra��o em 1%, com resgate entre um e dois anos (al�quota de IR de 17,5%), a aplica��o vai render (0,62% ao m�s), portanto um pouco acima da poupan�a (0,61%). No caso de resgate acima de dois anos (15% de al�quota de IR), o retorno passa para 0,64%. Em todas as outras situa��es, em que o tempo de resgate � menor, a poupan�a � mais atrativa.
Na simula��o com a taxa Selic em 9,75% ao ano, a rentabilidade dos fundos de renda fixa � igual � da poupan�a no caso de a aplica��o ser resgatada depois de dois anos de investimento (0,61%), com taxa de administra��o de 1% ao ano.
No �ltimo dia 26, em ata do Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) do Banco Central, respons�vel por definir a Selic, a autoridade monet�ria indicou que h� “elevada probabilidade” de a taxa b�sica ficar em um d�gito, ou seja, abaixo de 10% ao ano.
Segundo avalia��o de Oliveira, a Selic em queda traz ao governo a preocupa��o de que haja uma migra��o de investidores para a poupan�a. Por isso, o governo pode decidir mudar a remunera��o da poupan�a. Em 2009, quando houve queda da Selic, o governo chegou a anunciar que iria tributar rendimentos da poupan�a, mas depois desistiu da ideia.