Ap�s dois anos de crise, a Europa d� sinais de que j� n�o confia em que Atenas possa cumprir com as reformas exigidas em troca de ajuda financeira e alguns dirigentes j� falam de uma Eurozona reduzida a 16 membros. O acordo atingido na quinta-feira entre Gr�cia e seus credores institucionais (Uni�o Europeia, Fundo Monet�rio Internacional e Banco Central Europeu) n�o foi suficiente para os europeus.
Queremos "a��es concretas" antes da pr�xima quarta-feira, disse o Eurogrupo (grupo dos ministros de Finan�as dos 17 pa�ses que adotaram o euro), ao finalizar uma reuni�o em Bruxelas. Do contr�rio, a Europa n�o desbloquear� o resgate de 130 bilh�es de euros para evitar que a Gr�cia declare a quebra.
O pa�s tem menos de uma semana para cumprir "tr�s condi��es": em primeiro lugar, o Parlamento grego precisar� aprovar domingo o plano de austeridade acordado pelos l�deres partid�rios na quinta-feira. Al�m disso, "o governo grego ter� que apresentar uma economia extra de 325 milh�es de euros" no or�amento para 2012 do pa�s, e isto "at� quarta-feira", insistiu Juncker.
A zona do euro tamb�m exige que os partidos da coaliz�o no poder em Atenas apresentem "fortes garantias pol�ticas" sobre seu apoio ao plano de austeridade, precisou. Caso a Gr�cia n�o receba os fundos, o pa�s n�o poder� honrar no dia 20 de mar�o o pr�ximo vencimento de sua d�vida, de 14,4 bilh�es de euros, o que a obrigar� a declarar a suspens�o dos pagamentos.
Atenas negocia de maneira paralela com seus credores privados (bancos e fundos de investimentos), uma perd�o 100 bilh�es de euros do total de sua d�vida, que se eleva a 360 bilh�es de euros. A ideia � reduzir essa colossal d�vida de atualmente 160% de seu Produto Interno Bruto (PIB) para 120% at� 2020.
Contudo, alguns especialistas acreditam que nem mesmo no melhor dos cen�rios o an�ncio de um acordo na Gr�cia do agrado da UE dar� garantias de que o pa�s retomar� o caminho do crescimento econ�mico e conseguir� evitar sair da Uni�o Monet�ria integrada por 17 pa�ses da UE. "S� o tempo poder� nos dizer se a d�vida grega poder� algum dia alcan�ar um n�vel sustent�vel", disse Janis Emmanouilidis, do Centro de an�lises European Policy Center (EPC).
J� os analistas do Capital Economics s�o mais contundentes e dizem que por mais ajuda que a Gr�cia receba, sua economia asfixiada pela falta de competitividade e perspectivas de mais recess�o impedir� sua recupera��o. "Os pedidos de mais austeridade da Eurozona s�o imposs�veis de serem cumpridos", disseram.
Refletindo o descontentamento popular, o l�der do LAOS, partido de extrema direita grego, George Karatzaferis, afirmou nesta sexta-feira que n�o votar� as novas medidas de austeridade exigidas pela Troika de credores da Gr�cia em troca do novo lote de ajuda ao pa�s. "O que nos foi imposto � uma humilha��o e n�o tolerarei isso", afirmou.
Na v�spera, o governo anunciou que o acordo dos tr�s partidos da coaliz�o (socialista, conservador e ultradireitista) sobre esse plano. O pacote de medidas de rigor, cujos detalhes n�o foram publicados ainda, deve ser votado pelo Parlamento no in�cio da noite de domingo. Das 300 cadeiras que possui o Parlamento unicameral grego, a coaliz�o governamental conta com 252 deputados, sendo 16 do LAOS.