Paris – Cerca de 80 mil manifestantes sitiaram o centro de Atenas ontem, enfrentando a pol�cia nas horas que antecederam a sess�o do Parlamento da Gr�cia que analisaria um novo plano de austeridade para enfrentar a crise. A indigna��o se concentrava no corte de 22% do sal�rio m�nimo do pa�s, uma exig�ncia da Uni�o Europeia e do Fundo Monet�rio Internacional (FMI) para liberar o novo pacote de aux�lio ao pa�s.
O pacote foi aprovado por volta da 1h de hoje em Atenas (21h de Bras�lia) e o governo j� projeta fechar o acordo com credores privados para o corte da d�vida nesta semana. A sess�o legislativa foi aberta no fim da tarde de ontem. Do lado de fora, cerca de 25 mil pessoas, segundo dados da pol�cia, e 80 mil, de acordo com sindicatos, se reuniram na Pra�a Syntagma, a principal da capital, para protestar contra as medidas.
Depois de dois dias de greve geral, nos quais os transportes p�blicos e parte do com�rcio foram paralisados, os manifestantes voltaram a entrar em confronto com as tropas de choque, trocando pedras e coquet�is molotov, de um lado, e golpes de cassetetes e bombas de g�s lacrimog�neo, de outro.
Dentro do Parlamento, a press�o da opini�o p�blica se refletiu na atmosfera das discuss�es, mas os deputados mais uma vez tendiam a aceitar o ultimato da troica, o grupo formado pela UE, pelo Banco Central Europeu (BCE) e pelo FMI. A aprova��o era esperada porque o governo contava com uma maioria na Casa suficiente para levar adiante o programa de austeridade.

Os deputados aprovaram ainda a acelera��o do programa de privatiza��es, que dever� arrecadar neste primeiro semestre 4,5 bilh�es de euros por meio da venda de empresas nacionais de fornecimento de g�s e �gua, de explora��o de petr�leo e de jogos de azar. A realiza��o das vendas � uma das maiores exig�ncias da UE e do FMI, que reclamam do atraso do programa de privatiza��es. Em 2011, os leil�es deveriam ter arrecadado 5 bilh�es de euros, mas se limitaram a 1,3 bilh�o de euros.
�s medidas se somam a redu��o de 300 milh�es de euros do or�amento do Minist�rio da Defesa, a extin��o de 500 prefeituras e a contrata��o de inspetores fiscais para combater a evas�o de impostos.