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Estado de Minas

Ajuda a Gr�cia, mas sob forte vigil�ncia

Eurogrupo aprova segundo pacote de resgate de 130 bilh�es de euros para a Gr�cia. Pa�s ter� de se submeter a controle


postado em 22/02/2012 07:14

O ministro das Finanças, Evangelos Venezielos, e o primeiro-ministro grego, Lucas Papademos, comemoraram (foto: Reuters)
O ministro das Finan�as, Evangelos Venezielos, e o primeiro-ministro grego, Lucas Papademos, comemoraram (foto: Reuters)


Bras�lia – A Gr�cia recebeu um novo cheque da Comunidade Europeia, mas desta vez n�o foi uma ordem de pagamento em branco, que o pa�s possa gastar como quiser. Depois de uma reuni�o de mais de 13 horas que come�ou na segunda-feira de carnaval, entrou pela madrugada e ainda precisou ser retomada ontem, os ministros das Finan�as da Zona do Euro aprovaram a libera��o de um novo pacote, de 130 bilh�es de euros. A boa not�cia � que os recursos evitar�o que o pa�s, que tem pagamentos a fazer no pr�ximo m�s de 14,5 bilh�es de euros, declare uma morat�ria desordenada. No entanto, relat�rio da Uni�o Europeia (UE) e do Fundo Monet�rio Internacional (FMI) mostra que a lua de mel da Gr�cia com os credores pode durar pouco.

“H� uma tens�o fundamental entre os objetivos do programa de redu��o da d�vida e de melhora da competitividade, j� que a desvaloriza��o interna necess�ria para restaurar a competitividade da Gr�cia vai, inevitavelmente, levar a uma maior rela��o da d�vida com o Produto Interno Bruto (PIB) no curto prazo”, diz o texto. “Diante dos riscos, o programa grego pode assim continuar propenso a acidentes, com d�vidas pairando sobre a sua sustentabilidade”, aponta o documento.

O acordo obtido reduzir� a d�vida grega para 120,5% do PIB em 2020. O d�bito equivale, atualmente, a 160% do PIB ou 350 bilh�es de euros – e a meta inicial era reduzi-la a 120% do PIB no mesmo per�odo. O primeiro, concedido em 2010, foi de 110 bilh�es de euros, mas se mostrou insuficiente ante os enormes problemas do pa�s.

Os credores privados tamb�m aceitaram participar ativamente do esfor�o para tirar a Gr�cia do buraco. Eles concordaram em perdoar 53,5% da d�vida do pa�s, em vez dos 50% previstos originalmente, o que representar� 107 bilh�es de euros de um d�bito total de 200 bilh�es de euros. Trata-se de uma reestrutura��o recorde na hist�ria das finan�as mundiais, que supera at� mesmo o calote declarado pela Argentina em 2002.

Garantias Apesar da vigil�ncia a que ser� submetido o pa�s – a Gr�cia ter� que aceitar a presen�a permanente de inspetores da Comunidade Europeia, al�m de depositar num fundo separado os recursos necess�rios para o pagamento dos juros da d�vida – o primeiro ministro grego, Lucas Papademos, comemorou. “Estou convencido de que o governo cumprir� com esse programa, j� que ele � do interesse dos gregos”, declarou.

Para obter o novo acordo, Papademos cumpriu, a toque de caixa, os requisitos que lhe foram impostos pelas autoridades em troca da ajuda: o Parlamento deu seu aval ao plano de novos ajustes e os partidos da coaliz�o governamental garantiram que o plano ser� cumprido, independentemente de quem ganhe as pr�ximas elei��es legislativas de abril. Mais uma vez, a conta vai pesar para a popula��o grega, pois ser�o necess�rios cortes adicionais de 325 milh�es de euros nos setores de defesa e de gastos farmac�uticos, al�m de uma economia extra de 3,3 bilh�es de euros este ano, entre sal�rios e aposentadorias .

Economistas duvidam que o novo plano de resgate seja o �ltimo cap�tulo da crise grega. O temor � de que o ajuste exigido comprometa ainda mais a possibilidade de recupera��o econ�mica do pa�s. “O plano grego continua sendo fr�gil e vulner�vel”, disse Sony Kapoor, diretor do centro de estudos Re-Define. Jean Pisani-Ferry, respons�vel do Instituto Brueghel, � ainda mais pessimista. Ele considerou que o plano n�o far� mais que adiar o inevit�vel, que � a sa�da da Gr�cia do euro.

BOLSAS Um dia ap�s a euforia motivada pela perspectiva de acordo em torno do resgate financeiro da Gr�cia, as bolsas europeias fecharam ontem em baixa, com investidores embolsando os lucros das altas recentes. Apesar de o acordo com Atenas evitar o risco imediato de um calote desordenado da d�vida, outras incertezas derrubaram os preg�es. As maiores quedas foram registradas nas bolsas de Lisboa (0,7%), Frankfurt (0,58%), Madri (0,58%), Londres (0,29%) e Paris (0,21%). O acordo na Zona do Euro foi recebido sem muito entusiasmo nas principais bolsas da �sia, diante de temores de que seja apenas um rem�dio de curto prazo para o problema grego. Enquanto a Bolsa de T�quio caiu 0,23%, Xangai subiu 0,75%.

LINHA DO TEMPO
Veja a cronologia da crise econ�mica grega, que come�ou em 2009
2009
8 de dezembro
A bolsa e os b�nus da Gr�cia desabam por causa de sua elevada d�vida. A Comiss�o Europeia e o Banco Central Europeu (BCE) pedem ao pa�s para tomar medidas

2010
5 de janeiro
A Gr�cia anuncia medidas para reduzir o d�ficit p�blico, de acordo com o pacto de estabilidade

3 de fevereiro
A Comiss�o Europeia aprova o plano de austeridade grego

28 de abril
As d�vidas sobre a solv�ncia da Gr�cia e o temor de cont�gio a outros pa�ses europeus arrastam o euro para �ndices m�nimos em um ano. Pela primeira vez na hist�ria da Zona do Euro, a rentabilidade do b�nus grego fica acima de 10%

2 de maio
Os pa�ses da Zona do Euro aprovam um empr�stimo � Gr�cia no valor de 110 bilh�es de euros para o per�odo 2010-2012, do qual o FMI forneceria 30 bilh�es

6 de maio
O Parlamento aprova o plano de ajuste

9 de maio
O Conselho Executivo do Fundo Monet�rio Internacional (FMI) aprova o programa de
ajudas � Gr�cia

14 de junho
A Moody’s rebaixa a d�vida grega a “b�nus lixo”

7 de setembro
A UE aprova a segunda presta��o de ajuda � Gr�cia

23 de novembro
UE e FMI aprovam o terceiro prazo de ajuda

2011
22 de maio
O governo grego adverte que se n�o receber em junho a quinta presta��o da ajuda externa (12 bilh�es de euros), a Gr�cia quebrar�

23 de maio
Aprovadas novas medidas de austeridade para economizar 28 bilh�es de euros at� 2015 e privatiza��es para conseguir outros 50 bilh�es

21 junho
O governo de Yorgos Papandreou recebe o apoio do Parlamento em uma mo��o de confian�a

29 de junho
O Parlamento grego aprova o novo plano de ajuste que desbloqueia a ajuda de 12 bilh�es de euros

21 de julho
A Zona do Euro acerta um segundo resgate � Gr�cia no valor de 109 bilh�es de euros, no qual tamb�m participar� o setor privado com o investimento de 49,6 bilh�es de euros entre 2011 e 2014

2 outubro
A Gr�cia reconhece que n�o cumprir� com os objetivos marcados por UE e FMI e aprova novas medidas adicionais de ajuste para economizar 6,6 bilh�es de euros

19 outubro
Greve geral de dois dias. Morre um sindicalista nos incidentes

21 outubro
O Eurogrupo autoriza a sexta presta��o do resgate, de 8 bilh�es de euros

27 outubro
A UE aprova as condi��es do segundo resgate, de 130 bilh�es
de euros

31 outubro
Papandreou prop�e um plebiscito sobre a aplica��o do plano de resgate

2 novembro
A UE decide bloquear os 8 bilh�es de euros da sexta presta��o, perante a incerteza

8 novembro
O governo de Papandreou apresenta sua ren�ncia no plen�rio do Parlamento

10 novembro
O economista Lukas Papademos � designado primeiro-ministro de um governo de uni�o nacional

29 novembro
O Eurogrupo libera os 8 bilh�es de euros da sexta presta��o

6 dezembro
O Parlamento grego aprova o or�amento para 2012 exigido por UE e FMI

12 dezembro
A Gr�cia descarta reduzir o sal�rio m�nimo, como exige a troika

2012
12 de fevereiro
O Parlamento grego aprova o plano de austeridade exigido pelos credores internacionais. A lei de austeridade fiscal que estabelece o corte de 3,3 bilh�es de euros (4,35 bilh�es d�lares) em pens�es, remunera��es e emprego.

14 fevereiro
O Eurogrupo adia a reuni�o sobre o segundo resgate � Gr�cia. O PIB da Gr�cia no �ltimo trimestre de
2011 cai 7%

18 fevereiro
O governo aprova uma nova redu��o das pens�es para economizar 75 milh�es de euros

21 de fevereiro
Reunidos em Bruxelas, o ministros de Finan�as dos pa�ses da Zona do Euro aprovam um segundo pacote de ajuda � Gr�cia no valor de 130 bilh�es de euros


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