A "guerra cambial" mundial vai se intensificar neste ano conforme a economia mundial perder f�lego, afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, acrescentando que o Brasil est� "bem preparado" para defender o real de uma aprecia��o indesejada. "O crescimento econ�mico mundial em 2012 ser� menor que em 2011. Um dos resultados do desaquecimento � a intensifica��o da guerra cambial global", afirmou o ministro.
O afrouxamento monet�rio nas economias desenvolvidas desde o surgimento da crise financeira levou as moedas desses pa�ses a perder for�a, tornando as exporta��es dessas na��es mais competitivas no com�rcio global e levando os investidores a aplicar em ativos com taxas de retorno mais altas - caso do Brasil e de outros pa�ses emergentes.
Diante disso, o real, por exemplo, ganhou for�a e do in�cio do ano at� agora acumula ganho de 9%. Mantega, no entanto, disse que o governo brasileiro tem "um grande arsenal de instrumentos" que utilizar� para "evitar uma aprecia��o excessiva" da moeda, mas se recusou a dizer qual seria a faixa de pre�o ideal para o real.
Desde 2010, quando o ministro come�ou a falar das "guerras cambiais", o Brasil usou uma s�rie de ferramentas para conter o avan�o da moeda, como compras frequentes de d�lares pelo Banco Central, al�m de opera��es ocasionais de swap em que os investidores trocam t�tulos ligados � moeda norte-americana por pap�is indexados aos juros locais. Outras medidas incluem impostos sobre empr�stimos estrangeiros de curto prazo e sobre posi��es vendidas em d�lar no mercado futuro e em investimentos de renda fixa de curto prazo.
A preocupa��o do governo com as movimenta��es no c�mbio ser� uma das prioridades do Brasil na reuni�o do G-20, que acontecer� no pr�ximo fim de semana, mas a crise de confian�a nas d�vidas soberanas da Europa tamb�m deve estar na pauta do encontro.
"Os europeus - e n�o somente eles, porque os EUA tamb�m carregam sua parcela de responsabilidade - est�o pesando sobre a economia mundial", disse Mantega. O Brasil expressar� na reuni�o de ministros de Finan�as do G-20 suas preocupa��es sobre as pol�ticas europeias que t�m como foco apenas os problemas imediatos relacionados ao endividamento, n�o quest�es mais amplas sobre como estimular o crescimento da economia mundial, acrescentou. "A barreira n�o est� completa e h� risco de cont�gio, inclusive para as economias emergentes", disse o ministro, referindo-se aos mecanismos da Uni�o Europeia para evitar a dissemina��o da crise.