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Estado de Minas

Pre�o do feij�o dispara

Queda no pre�o da saca em 2011 desanimou produtores, que reduziram plantio. Colheita ainda foi afetada pela chuva em MG e pela seca no Sul, provocando altas superiores a 50%


postado em 25/02/2012 06:00 / atualizado em 25/02/2012 07:39

Al�m de ser uma cozinheira de m�o cheia, dona Ana Paula Lopes dos Santos, funcion�ria de um movimentado restaurante do Bairro Planalto, pesquisa diariamente os pre�os estampados nas g�ndolas dos supermercados e mercearias de Belo Horizonte. H� cinco semanas, ela pagou R$ 3,25 pelo quilo do feij�o carioquinha, usado nos tradicionais tropeiro e tutu mineiro. H� sete dias, �s v�speras do carnaval, ela foi ao mesmo local e se assustou com o valor do produto: R$ 4,98. A alta, de 53,2%, deixou a mulher “abismada”. “Decidi percorrer outros pontos de vendas e constatei que todos haviam aumentado o pre�o da mercadoria. Numa das lojas, custava R$ 5,20. O que aconteceu com o feij�o?”

A resposta � pergunta de dona Ana Paula est� no campo, onde a saca de 60 quilos do gr�o disparou 62,5% nos �ltimos meses, de R$ 80 para R$ 130. O aumento l� n�o demorou a chegar ao consumidor dos centros urbanos. Em Belo Horizonte, a subida no pre�o do feij�o come�ou no in�cio de fevereiro. No dia 8, a tradicional pesquisa da Secretaria Municipal Adjunta de Seguran�a Alimentar e Nutricional revelou que o quilo do carioquinha custava, em m�dia, R$ 4,57. O coordenador da assessoria t�cnica da Federa��o da Agricultura e Pecu�ria de Minas Gerais (Faemg), Pierre Vilela, atribui o cen�rio � lei da oferta e da demanda e a problemas clim�ticos.

Ele explica que, no in�cio de 2011, o produtor foi estimulado a apostar no feij�o em raz�o do bom pre�o. A produ��o foi intensa e, devido � grande oferta, o pre�o da saca fechou em R$ 80. O valor n�o empolgou os agricultores, que reduziram a �rea dedicada ao gr�o na atual safra. Para piorar, em janeiro, a chuva em Minas e a seca no Paran� reduziram a demanda da mercadoria. “O feij�o est� chegando ao consumidor em pouca quantidade e em baixa qualidade. Por isso o produto bom est� caro”, concluiu Vilela, acrescentando que a saca de 60 quilos atingiu os R$ 130.

A queda na produ��o � ilustrada ainda por alguns dados da Confedera��o Nacional da Agricultura e Pecu�ria (CNA). Segundo a entidade, com base em planilha da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a colheita deste ano em Minas Gerais ocupa uma �rea 3,3% inferior � do exerc�cio passado. O percentual pode parecer irris�rio, mas n�o �: a planta��o de feij�o no estado, que ocupou uma �rea de 405,1 mil hectares em 2011, ocupar� 391,9 mil hectares em 2012.

“Haver� redu��o na produ��o, de 601,9 mil toneladas, em 2011, para 589,5 mil toneladas em 2012”, disse Manoel Galv�o, assessor t�cnico da comiss�o nacional de cereais, fibras e oleaginosas da Confedera��o Nacional de Agricultura e Pecu�ria (CNA). A diminui��o na �rea plantada � sentida este m�s, quando os produtores j� est�o colhendo a chamada primeira safra do feij�o – o ciclo de colheita da cultura � feito tr�s vezes ao ano. “A primeira safra ser� de 217,4 mil toneladas. A do ano passado havia sido de 224,2 mil”, completou Galv�o.

Recupera��o

A segunda safra deve ocorrer entre o fim de abril e o in�cio de maio. H� expectativa de que a pr�xima colheita, em raz�o do pre�o atraente do feij�o, tenha um volume acima do registrado em igual per�odo do ano anterior. “O atual pre�o serve como est�mulo para o produtor, que volta a apostar no gr�o. A tend�ncia � de que o segundo ciclo tenha uma recupera��o no volume da produ��o. Podemos ter, ent�o, uma boa not�cia para o consumidor”, acredita Vilela.

At� l�, dona Ana Paula, funcion�ria do Tropeiro 13, que hoje funciona no Planalto e que por anos ocupou um espa�o no est�dio do Mineir�o, o Bar 13, pagar� mais caro pelo pacote de um quilo. “N�o tem outro jeito, n�? Minha filha, por exemplo, n�o almo�a se n�o tiver feij�o. O jeito � continuar pesquisando at� encontrar o menor pre�o”, ensina a cozinheira.


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