
Os n�meros causam pol�mica. De um lado, os dados do IBGE apontam a escassez de quartos na capital e estimulam investidores a apostarem as fichas em novos empreendimentos hoteleiros. Do outro, os empres�rios do setor alegam que n�o h� espa�o para tantos hot�is na capital e h� o risco de os quartos ficarem ociosos. "O ritmo normal de crescimento da hotelaria � o mesmo da economia do pa�s. N�o h� espa�o para abrigar o dobro de leitos na capital e a Copa do Mundo n�o justifica esses investimentos", afirma Silvania Capanema, da Associa��o Brasileira da Ind�stria de Hot�is em Minas Gerais (ABIH-MG).
Ao mesmo tempo que crescem os investimentos hoteleiros, a m�o de obra fica escassa. O c�lculo da ABIH � de que o segmento hoteleiro j� enfrente hoje d�ficit de cerca de 1 mil trabalhadores. A falta maior � na cozinha, bar, entre camareiras e no servi�o de manuten��o. "Com o aquecimento da constru��o civil, est� dif�cil arranjar m�o de obra. Em muitas ocasi�es somos n�s mesmos que estamos fazendo os reparos", observa Silvania.
A Prefeitura de Belo Horizonte aguarda novo programa de qualifica��o profissional para resolver o problema da escassez de m�o de obra. O Bem Receber Copa, promovido em parceria com o Minist�rio do Turismo e usado para treinar profissionais da hotelaria, foi suspenso. "Vamos ver se a demanda de interessados vai ser suficiente ou se teremos que buscar novos recursos e capacita��es", afirma Fl�via Rodrigues Rohlfs, coordenadora-executiva do Comit� Municipal da Copa. "Estamos fazendo um mapeamento da cidade para saber a real necessidade de capacita��o para esse mercado que est� surgindo."
Ela acredita que a cidade tem potencial de crescimento que viabiliza o interesse das redes hoteleiras a investir no setor. "H� poucos hot�is de qualidade internacional na capital. Acreditamos que vamos suprir essa falta com os empreendimentos em andamento. Belo Horizonte tem hoje condi��es para receber grandes eventos", observa Fl�via.
INCENTIVO Um dos principais incentivos da prefeitura para os empreendedores hoteleiros foi o aumento do coeficiente de aproveitamento (CA) dos terrenos, que passou a ser 5. Isso significa que em um terreno de 1 mil metros quadrados ser� poss�vel construir at� 5 mil metros quadrados.
Entre os investidores, o otimismo � geral. O grupo Maio Paranasa est� com cinco hot�is em opera��o na grande Belo Horizonte e seis obras para serem conclu�das at� a Copa de 2014. S�o quase R$ 500 milh�es em novos investimentos no segmento hoteleiro, nas bandeiras Ibis, F�rmula 1, Novotel e Pullman. No total, os empreendimentos somam cerca de 1,4 mil apartamentos. "Vamos atuar em todos os segmentos, de acordo com a l�gica do mercado. Os nossos hot�is foram planejados dentro de estudo mercadol�gico. N�o d� para fazer hotel s� porque h� incentivos", afirma J�nio Valeriano, diretor de Empreendimentos do grupo.
O Bristol Horizonte Hotel, no Buritis, acaba de ser lan�ado e j� comercializou cerca de 10% dos apartamentos. S�o 195 unidades com pre�os a partir de R$ 226 mil. "� um n�mero considerado bom, se for levado em conta que grande parte dos investidores estava viajando nas f�rias de janeiro", afirma Luiz Ant�nio Rodrigues, diretor-presidente da Lar Im�veis, respons�vel pelo lan�amento. Ele n�o acredita que haver� superoferta de hot�is at� a Copa. "Ao contr�rio, acho at� que pode faltar. A prefeitura est� com muitas exig�ncias nos projetos", diz.