A produ��o industrial dever� encerrar 2012 mostrando uma queda entre 1,5% e 2% na compara��o com o ano passado, prev� o coordenador da Sondagem Industrial da Funda��o Get�lio Vargas (FGV), Aloisio Campelo. De acordo com ele, isoladamente, o primeiro trimestre dever� apresentar um resultado de produ��o industrial ligeiramente positivo por conta do "carry over" (taxa de carregamento) tamb�m positivo do �ltimo trimestre de 2011. Mas, na somat�ria do ano, o carregamento estat�stico de 2011 para 2012 ser� negativo em 0,9%.
Ao comentar a Sondagem Industrial por categorias de uso, a maioria delas mostra queda na confian�a dos empres�rios. O �nico setor que apresentou crescimento da confian�a em fevereiro foi o de bens de capital, de 6,4% em rela��o a janeiro. Mesmo assim, de acordo com Campelo, esse segmento s� come�ou a melhorar agora enquanto o �ndice de Confian�a da Ind�stria (ICI) como um todo vem melhorando desde novembro do ano passado.
"� um bom sinal, mas ainda n�o influenciou a m�dia trimestral da confian�a do setor, que continua negativa em 1,3%", afirmou. "Precisamos ver se esta dire��o ser� mantida."
Estoques
Segundo Campelo, o ajuste dos estoques da ind�stria em janeiro contribuiu para o pequeno crescimento de 0,2% do �ndice de Confian�a da Ind�stria (ICI) em fevereiro. Dos 14 setores consultados na pesquisa mensal da FGV, apenas tr�s disseram estar com mais de 10% das empresas fortemente estocadas. Esses tr�s setores, de acordo com Campelo, respondem por 6% do PIB industrial brasileiro. Esses tr�s setores, que j� tinham sido os mesmos com elevado n�vel de estoques de janeiro, s�o t�xtil, farmac�uticos e veterin�rios e mobili�rio.
Em dezembro, eram oito os setores com alto n�vel de estoques, respondendo por 41% do PIB industrial. Apesar da redu��o no n�mero de setores estocados acima do desej�vel, Campelo avalia que o ICI est� expandindo pouco porque a ind�stria acabou sendo influenciada pela queda de 1% na demanda interna na passagem de janeiro para fevereiro. "Nossa interpreta��o era que com os ajustes dos estoques, seria aberta uma perspectiva de crescimento maior. Mas o resultado de fevereiro mostrou que os ajustes de estoques n�o melhoraram o n�vel de confian�a do empres�rio", avaliou Campelo.
A leitura dos dados feita pelo coordenador da pesquisa � que a redu��o dos estoques, por ser uma vari�vel mais presente no dia a dia do empres�rio, levou ao crescimento de 0,6% do �ndice da Situa��o Atual (ISA) em fevereiro. No entanto, a piora da demanda interna prejudicou o �ndice de Expectativas (IE), que recuou 0,4% em fevereiro na compara��o com janeiro. Outro fator que pode ter contribu�do para a evolu��o aqu�m do esperado no �ndice de Confian�a � o c�mbio, cuja cota��o continua impondo perda de rentabilidade � ind�stria e ao mesmo tempo barateando as importa��es. "De qualquer forma, o pior momento da ind�stria ficou para tr�s, em outubro de 2011, quando a confian�a ficou est�vel e as expectativas come�aram a piorar", disse Campelo.