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Estado de Minas

Com crise e ano ruim para o caf�, economia mineira cresce 2,7% em 2011, mesma taxa do pa�s

Depois de alta de 10,3% no PIB em 2010, estado deixa para tr�s ritmo chin�s de expans�o da gera��o de riqueza


postado em 09/03/2012 06:00 / atualizado em 09/03/2012 06:40

O desempenho ruim das lavouras de caf� de Minas Gerais e o severo impacto da crise mundial sobre a ind�stria fortemente exportadora do estado levaram a um modesto crescimento de 2,7% da economia mineira no ano passado. A taxa, divulgada ontem pela Funda��o Jo�o Pinheiro (FJP), de Belo Horizonte, foi id�ntica � do Brasil, deixando como lembran�a de um passado mais distante do que se imaginava a expans�o em ritmo chin�s que Minas observou durante todo o ano de 2010. A soma da produ��o estadual de bens e servi�os, medida pelo Produto Interno Bruto (PIB), que em 2010 alcan�ou 10,3%, s� n�o foi pior em 2011 por conta do bom resultado do com�rcio, do setor de transportes e da constru��o civil.

A turbul�ncia no Velho Continente afetou, tamb�m, um outro peso-pesado da economia de Minas, a ind�stria extrativa mineral, que encerrou o ano passado com crescimento de 1,6%, metade da taxa medida no Brasil. “N�o esper�vamos um PIB maior que isso; a taxa at� nos surpreende”, disse o industrial Lincoln Gon�alves Fernandes, presidente do Conselho de Pol�tica Industrial e Econ�mica da Federa��o das Ind�strias de Minas Gerais (Fiemg). A institui��o j� vinha trabalhando com uma ligeira varia��o de 0,1% da produ��o industrial no estado em 2011, de fato, uma estagna��o, e projeta a mesma taxa para este ano, considerando uma alta de 3% do PIB mineiro, em linha com a previs�o de 3,3% de expans�o do Brasil.

A compara��o do comportamento das economia brasileira e de Minas mostra o que os economistas costumam ressaltar: o estado � como uma s�ntese do pa�s. A diferen�a � que em per�odos de crise o estado tende a sofrer mais, em raz�o do perfil exportador e produtor de bens intermedi�rios de sua ind�stria (produtos que servem de mat�ria-prima para as f�bricas de bens finais de consumo como geladeiras e talheres), mas, ao mesmo tempo, se recupera mais r�pido quando o cen�rio da economia mundial se acomoda. Em 2011, h� pelo menos tr�s exemplos al�m da extra��o de minerais que mostram essa sensibilidade maior da ind�stria mineira: a produ��o de m�quinas e equipamentos caiu 7,9%, frente ao crescimento de 0,4% no Brasil, enquanto o setor automotivo enfrentou queda de 0,4%, ante aumento de 2,4% no pais, e a performance da ind�stria qu�mica foi de 12,5% e 13,4%, respectivamente.

Preocupa��o

O setor industrial preocupa por ter crescido apenas 1,9% em 2011, enfrentando seis trimestres de queda no ritmo de crescimento, segundo Reinaldo Carvalho de Morais, pesquisador do Centro de Estat�sticas e Informa��es da FJP. A produ��o industrial saiu de uma expans�o de 8,7% de janeiro a mar�o de 2011, em rela��o ao primeiro trimestre de 2010, para uma retra��o de 1,6% no �ltimo trimestre do ano passado, na mesma base de compara��o. “O desempenho da nossa economia n�o ficou pior porque o setor de servi�os salvou o resultado, se comportando melhor que o Brasil e a constru��o civil tamb�m se mant�m aquecida”, afirma.

Diferentemente da ind�stria, o com�rcio de Minas cresceu mais que a m�dia nacional, com expans�o de 7,3% no ano passado, frente aos 3,4% na m�dia do Brasil. De acordo com Reinaldo de Morais, o resultado foi beneficiado pelo bons �ndices do emprego no estado, que significam renda destinada ao consumo. Manter-se empregado � a vari�vel mais influente na atitude do consumidor, observa o economista Vin�cius Silva, da Federa��o do Com�rcio de Minas Gerais (Fecom�rcio Minas). “Se h� emprego, existe confian�a da parte da popula��o para ir ao consumo”, observa Silva.

Constru��o O outro salvador do PIB de Minas, a constru��o civil exibiu uma taxa robusta, de 5,6%, de crescimento no ano passado, mas � preciso botar as barbas de molho. O pesquisador Reinaldo Morais destaca que o setor vem perdendo f�lego. Na agropecu�ria, o ciclo bianual do caf� representou queda de 11,2% da produ��o em 2011, o que j� era aguardado. O baque � grande no PIB estadual em decorr�ncia do fato de a cultura participar com um ter�o do desempenho da agropecu�ria.    

 

Ind�stria perde vendas

 

A tend�ncia de desacelera��o da ind�stria no Brasil e em Minas Gerais se confirma num come�o de 2012 marcado por indicadores fracos da produ��o do setor, conforme apuraram a Confedera��o Nacional da Ind�stria (CNI) e a Federa��o das Ind�strias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). O faturamento das f�bricas diminuiu 1,4% no Brasil, frente a dezembro, conforme dados da CNI com ajustes sazonais, representando o segundo m�s de retra��o do indicador. Em dezembro a receita j� havia recuado 2% na compara��o com novembro. A redu��o em Minas foi de 5,25% ante dezembro, embora quando retirados os efeitos da sazonalidade tenha ocorrido aumento de 3,81%. O �ndice vem perdendo intensidade e sacrifica especialmente segmentos importantes da atividade no estado, como produtos qu�micos, extra��o de minerais, minerais n�o met�licos (material de constru��o), t�xtil e celulose e papel.

O resultado n�o serve de par�metro para os pr�ximos meses, observou Lincoln Gon�alves, da Fiemg. “N�s sabemos que uma retomada de crescimento � lenta. Nossa vis�o � de que uma expans�o mais forte da ind�stria mineira, se houver, se dar� no segundo semestre”, disse o industrial. O �ndice de horas trabalhadas na ind�stria de Minas caiu 2,82% em janeiro, ante dezembro, como reflexo do corte de horas extras, que costumam ser praticadas em dezembro e da antecipa��o de f�rias em setores como o automotivo e o t�xtil.

No indicador de emprego, a Fiemg verificou alta de 0,58%, atribu�da a ajustes no quadro de pessoal das empresas decorrentes de turn over normal nas f�bricas. Acompanhando a varia��o do emprego a massa de sal�rios (total da remunera��o paga) diminuiu 30,71% em janeiro. A institui��o destaca que o dado sofre a influ�ncia do pagamento em dezembro de adicionais extraordin�rios como a Participa��o dos empregados nos Lucros ou Resultados (PLR), o que infla a folha de pessoal no fim do ano.

Para a CNI, se o faturamento do setor n�o voltar a crescer nos pr�ximos meses, a atividade poder� enfrentar queda neste ano. Os indicadores da institui��o apontaram que a ind�stria operou, em m�dia, com 81,9% da sua capacidade produtiva instalada total em janeiro, um ponto percentual abaixo do registrado no mesmo m�s de 2011. O economista da CNI Marcelo de �villa espera retomada de um crescimento moderado da ind�stria, com a decis�o do governo federal de desonerar a carga tribut�ria incidente sobre alguns segmentos do setor e a redu��o dos juros. (MV)


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