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Estado de Minas

Qualifica��o sustenta a ascens�o da nova classe m�dia no pa�s

Classe m�dia multiplica renda com for�a do trabalho e ascende socialmente


postado em 11/03/2012 07:18 / atualizado em 11/03/2012 10:11

Típico exemplo da nova camada social, Aldeir Geraldo Canela se qualificou e triplicou sua renda mensal (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
T�pico exemplo da nova camada social, Aldeir Geraldo Canela se qualificou e triplicou sua renda mensal (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)

No lugar de consumo, produ��o. As quase 100 milh�es de pessoas que integram a nova classe m�dia brasileira t�m uma for�a que vai al�m do bilion�rio mercado de varejo que movimentam. Seu principal brilho est� na capacidade de produ��o. Mais do que TVs, carros e casa pr�pria, pessoas desse segmento social est�o de posse de ativos como carteiras de trabalho, educa��o, qualifica��o profissional, previd�ncia p�blica e acesso � tecnologia. De 2004 para c�, houve um salto de 83% no n�mero de pessoas com educa��o profissional e com carteira de trabalho no pa�s, informa Marcelo Neri, coordenador do Centro de Pol�ticas Sociais (CPS) da Funda��o Getulio Vargas (FGV) e autor do livro A nova classe m�dia, lan�ado quarta-feira. Em 2004, segundo ele, cerca de 600 mil pessoas conseguiram carteira assinada no pa�s. “No fim do ano passado, esse n�mero era superior a 1,5 milh�o”, lembra Neri.

Isso significa, segundo ele, que o lado produtivo dessa camada da popula��o est� crescendo de forma mais sustent�vel e mais veloz do que o do consumo. “Entre 2003 e 2009, a parcela da nova classe m�dia que representa o produtor cresceu 38% mais r�pido do que o lado consumidor”, sustenta o especialista. Movida pelo bin�mio educa��o e trabalho, a inser��o do batalh�o de trabalhadores que formam a classe C no Brasil est� longe de ser uma novidade que sair� de moda em pouco tempo. Essa vers�o produtora se apoia na economia do trabalho, mas tamb�m no empreendedorismo, ainda que em grau muito menor.

E um dos testes de sustentabilidade desse avan�o pode ser medido pelo desempenho do mercado de trabalho durante as crises de 2008 e a atual turbul�ncia financeira na Europa, diz Neri. “Durante a crise de 2008, a renda no trabalho ficou estagnada. Na crise asi�tica, em 1997, houve queda de 4,57%. Agora, na crise da Gr�cia, registramos crescimento de 2,7% na renda do brasileiro”, destaca Neri.

Crescimento Diante da oferta de trabalho e da possibilidade de subir na vida, a nova classe m�dia brasileira est� trocando o pneu com o carro andando. � o que mostra Aldeir Geraldo Canela, gerente de manuten��o da Forno de Minas. Desde que ingressou na empresa, h� seis anos, o sal�rio dele triplicou, saltando de R$ 2.300 para R$ 6.500. A melhora no rendimento n�o foi gratuita. “Em 2008, senti necessidade de melhorar e vi que meu �nico recurso era voltar a estudar”, lembra.

Com recursos pr�prios, Aldeir, que � casado, pai de dois filhos, pagava R$ 600 num curso de engenharia de gest�o de produ��o industrial na Pontif�cia Universidade Cat�lica (PUC) “Eu me virava. Pagava num m�s e no outro n�o. Nas f�rias, pegava o dinheiro e quitava a faculdade”, relembra Canela. Em 2009, veio a promo��o para supervisor de manuten��o. O sal�rio voou para R$ 4.300. No fim do mesmo ano, outra promo��o, desta vez para gerente de manuten��o, agora com rendimento de R$ 6.500.

Mas nem assim Aldeir parou de pensar na carreira. Agora, prepara-se para fazer uma p�s-gradua��o em engenharia de manuten��o. “A �nica coisa em que o pa�s deveria investir � em educa��o. O futuro do Brasil � promissor, � um caminho sem volta. V�m a� a Copa do Mundo e as Olimp�adas. O pa�s vai crescer muito na pr�xima d�cada. Tenho 43 anos e vou me especializar para aproveitar essa onda de crescimento e para ajudar minha fam�lia a crescer”, afirma Aldeir.

Segundo Marcelo Neri, essa camada da popula��o constr�i seu futuro em bases s�lidas, que sustentam o novo padr�o adquirido. “Isso � o que chamamos de lado brilhante dos pobres. A ascens�o � muito mais sustent�vel do que eu mesmo imaginava”.


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