O ministro da Fazenda, Guido Mantega, defendeu hoje o c�mbio flutuante, ao participar de audi�ncia na Comiss�o de Assuntos Econ�micos do Senado, e disse que o Brasil n�o pode fazer papel de bobo e ser manipulado pela guerra cambial. Mantega disse aos senadores que a situa��o tem se complicado ante a crise, com muitos pa�ses desvalorizando artificialmente suas moedas, com desequil�brio para o com�rcio mundial.
“N�o podemos fazer papel de bobo e deixar nos levar pela manipula��o no mercado mundial. Como era s� um pa�s, era mais f�cil. A China faz isso h� 20 anos. Mas o problema passou a ser generalizado”, disse.
Mantega destacou que, quando os Estados Unidos e os pa�ses da Europa, destinam um volume excessivo de dinheiro aos bancos da regi�o, a crise s� se aprofunda porque os recursos, ao inv�s de estimularem o setor produtivo, terminam sendo destinados ao Brasil, por exemplo, que tem taxas de juros elevadas, embora com fundamentos econ�micos mais s�lidos.
Ele criticou ainda a competi��o desleal entre os produtos importados e os nacionais devido � desvaloriza��o artificial das moedas. “� uma briga deles que termina afetando a nossa economia. N�o queremos violentar os princ�pios da livre concorr�ncia. Mas estamos tomando medidas [para defender a economia brasileira]”.
Segundo Mantega, o governo tem procurado convencer o G20, grupo das economias mais desenvolvidas, a evitar esse tipo de pol�tica, mas, como ainda n�o houve decis�o disso, o Brasil se antecipou em defender o real com medidas como o aumento do prazo da cobran�a de 6% de Imposto sobre Opera��es Financeiras (IOF) nos empr�stimos externos.
“Dinheiro de curto prazo pressiona nossa moeda. Se n�o tiv�ssemos tomando medidas como essas e a compra de d�lares, n�s estar�amos com o c�mbio a US$ 1,40 e toda a ind�stria estaria quebrada. N�o ter�amos competitividade”, justificou.
Al�m de restringir a entrada de moeda estrangeira, Mantega citou, entre outras medidas para defender a economia brasileira na guerra cambial, o maior controle das importa��es, a investiga��o de fraudes, com o objetivo de detectar subfaturamento e falsa declara��o de origem de produtos, e a atua��o de funcion�rios p�blicos ligados � intelig�ncia da Receita Federal e do Minist�rio do Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior para identificar desvios.