No momento em que a Savassi come�a a ganhar os prometidos novos ares, com ilumina��o diferenciada, passeios e bancos remodelados, a regi�o perde um dos seus patrim�nios de encontros. O som do jazz, do pandeiro e da bossa nova deixou de ser ouvido no quarteir�o fechado na esquina da Avenida Get�lio Vargas com Rua Pernambuco. O tradicional Caf� da Travessa, que funcionava como livraria, bar, restaurante e palco de grandes apresenta��es musicais h� 15 anos est� de portas fechadas.
Por meio de nota, o propriet�rio do Caf�, F�bio Campos, informou que as obras de revitaliza��o da Savassi tornaram-se, ao longo de sua execu��o, ang�stia e sofrimento dos lojistas, que viram o p�blico se afastar pelo desconforto da situa��o. "Acrescente-se a isso a imensa dificuldade que a Travessa sempre encontrou nos duros momentos de renegociar o aluguel do im�vel com os propriet�rios", afirmou Campos. A Travessa contava com cerca de 25 funcion�rios.
O propriet�rio do im�vel, Francisco Horta, � dono tamb�m da loja do Centro �tico, vizinha � Travessa. Os dois im�veis t�m mais de 400 metros quadrados. Horta alega que a devolu��o foi proposta pelos donos da Travessa e que o aluguel estava dentro do valor de mercado e n�o teve grandes reajustes nos �ltimos tempos. Ele afirma que o im�vel vai ser colocado novamente para loca��o. "O ponto � estrat�gico e vamos tentar evitar restaurantes, pois suja muito", diz Horta.
A not�cia causou surpresa - e tristeza - aos lojistas da Savassi. "A hist�ria da regi�o est� morrendo. O com�rcio est� focado na presta��o de servi�o e isso � ruim para a economia do local", afirma Maria Auxiliadora Teixeira de Souza, presidente da Associa��o de Lojistas da Savassi (Alsa). A regi�o conta com 2 mil pontos de vendas. Maria Auxiliadora mora no bairro h� 50 anos e tem loja de bijuterias h� 22.

Com as obras, diz, a clientela buscou outras alternativas de lugares. "As obras na Savassi duraram muito tempo, mais de um ano", afirma Batista. Ele conta que o pre�o do aluguel dobrou desde o in�cio da obra e o movimento caiu 70% no per�odo das constru��es. "Agora as vendas est�o 35% menores do que antes porque colocamos as mesinhas na rua", diz Rubens. Ele chegou a ter 30 funcion�rios e agora tem 14.
Nos �ltimos dois dias o Caf� da Travessa colocou um cartaz na porta, por meio do qual informou que estava fechada em fun��o da greve de �nibus. "Achei que essa era a raz�o do n�o funcionamento", afirma o gerente da Centro Vis�o, Wander Ad�o de Oliveira. Ele conta que o movimento na �tica come�ou a reagir s� neste m�s. "At� meados do ano passado est�vamos crescendo cerca de 20%. Agora estamos 20% negativo", diz Nunes. O per�odo das obras, diz, prejudicou o movimento e o t�quete m�dio de vendas. "S� agora voltei a atingir as metas", diz.