O ressurgimento do nacionalismo na Europa, tanto no com�rcio quanto no fluxo de capitais, fomentado por uma prolongada recess�o econ�mica, tem gerado riscos para a sa�de financeira da Am�rica Latina, segundo um relat�rio divulgado nesta quarta-feira em Nova York pela Standard and Poor's (SP's).
"H� um risco de mudan�as inesperadas nas pol�ticas que afetam o com�rcio internacional e o fluxo de capitais", diz o estudo, intitulado "Mudan�as no Panorama Econ�mico Global e seu Impacto Sobre a Am�rica Latina", produzido pela ag�ncia internacional de classifica��o financeira.
Segundo a SP's, "as incertezas e as mudan�as caracterizar�o a economia global em 2012", com o poss�vel impacto negativo nos mercados emergentes das tend�ncias recessivas e da tens�o financeira dos pa�ses desenvolvidos.
A estas recentes an�lises j� conhecidas, a ag�ncia de classifica��o financeira acrescentou o risco de "poss�veis rompimentos nas regras do sistema econ�mico internacional", que poderiam comprometer as perspectivas de crescimento na Am�rica Latina.
"A perspectiva de muitos anos de sacrif�cio econ�mico e dolorosas reformas na Europa (e, em menor escala, nos Estados Unidos) podem gerar uma recess�o pol�tica inesperada, mudando assim o curso geral da pol�tica internacional", dizem os analistas da SP's.
De acordo com o relat�rio, uma estagna��o prolongada poder� abalar a percep��o p�blica dos benef�cios de uma maior integra��o econ�mica internacional, levando potencialmente a uma violenta rea��o em alguns pa�ses no sentido de um maior nacionalismo.
Como exemplo, a SP's menciona o livre fluxo de capitais, uma medida "tipicamente apoiada pelos pa�ses desenvolvidos". "Outro exemplo � o apoio pol�tico � liberaliza��o das trocas comerciais multilaterais atrav�s da Organiza��o Mundial de Com�rcio (OMC), que caiu nos �ltimos anos, despertando o fantasma do protecionismo", diz a ag�ncia.
Frente a todas essas amea�as, a SP's considera que a maior parte da Am�rica Latina disp�e de uma capacidade maior que a anterior para responder com pol�ticas que mantenham a estabilidade no caso de piora do cen�rio externo.
"O impacto de poss�veis choques externos, no entanto, seria diferente em v�rias partes da regi�o. A Am�rica Central � mais vulner�vel que o M�xico e que muitos outros pa�ses da Am�rica Latina, que disp�em de uma maior capacidade para adotar pol�ticas antic�clicas", explica o estudo.
Para responder melhor a esse tipo de acontecimento, os governos da regi�o devem aderir a pol�ticas fiscais e monet�rias moderadas durante um per�odo possivelmente longo de baixo crescimento mundial, diz a ag�ncia.
A Am�rica Latina crescer� entre 3,5 e 4% em 2012, dois pontos percentuais acima da m�dia dos pa�ses desenvolvidos, e disp�e atualmente de melhores notas de sua d�vida soberana que antes do in�cio da crise mundial de 2008, diz a SP's.