
Pequenos e m�dios empreendimentos da ind�stria e do setor de presta��o de servi�os fazem fila � espera de �reas para investir em Uberaba, no Tri�ngulo Mineiro, sexta maior economia do estado, que receber� investimentos j� anunciados de R$ 3 bilh�es em projetos da Petrobras at� 2014. A prefeitura lan�ou h� oito meses o quarto distrito industrial da cidade de 300 mil habitantes e j� foi obrigada a desenhar a expans�o do complexo. As obras de terraplenagem come�aram este m�s, com todo o espa�o de 145 mil metros quadrados reservado por 22 investidores, informou o secret�rio municipal de Desenvolvimento Econ�mico, Carlos Assis. A nova etapa mais que dobra a extens�o a ser ocupada pelos galp�es, diante do ritmo da procura por terrenos pela iniciativa privada.
Al�m da �rea avaliada em R$ 4,35 milh�es do projeto original do distrito, outros 200 mil metros quadrados foram definidos para uma segunda etapa, a ser implementada a partir de 2013. O complexo vai contar nesta primeira etapa, que dever� estar estruturada dentro de um ano, com f�bricas de telha, serralherias e cimenteiras. A demanda maior que a oferta reflete as perspectivas de crescimento de Uberaba depois de confirmadas a implanta��o de uma f�brica de am�nia da Petrobras, or�ada em R$ 2,25 bilh�es, e a inclus�o da cidade na rota do g�s natural de S�o Carlos, no interior de S�o Paulo.
Outros grandes investimentos do setor privado v�o se juntar aos projetos da estatal, a exemplo da Vale Fertilizantes, que investiu na amplia��o da produ��o local de fosfato e comunicou recentemente ao governo de Minas estar trabalhando num projeto para processar rochas fosf�ticas em Serra de Salitre, Patroc�nio, no Alto Parana�ba. “A nossa expectativa � de que esses grandes projetos estimulem n�o s� a economia de Uberaba, como todo o Tri�ngulo e o Alto Parana�ba. E os grandes empreendimentos atraem tamb�m iniciativas menores do setor privado, importantes na gera��o de emprego e renda”, afirma Carlos Assis.
N�o s�o poucos, no entanto, os desafios que o munic�pio ter� de vencer para contemplar os desdobramentos t�picos de projetos de grande porte. A nova unidade da estatal do petr�leo, por exemplo, prev� a cria��o de 5 mil empregos no pico das obras. A escassez de m�o de obra especializada, inclusive para atender o quadro de pessoal necess�rio na opera��o dos empreendimentos, certamente, ser� um dos obst�culos, problema que afeta toda a economia brasileira. H�, ainda, as defici�ncias de infraestrutura de que tanto reclamam os empres�rios. Uberaba aguarda investimentos de R$ 1 bilh�o inclu�dos no Programa de Acelera��o do Crescimento (PAC) na �rea de saneamento b�sico, entretanto, boa parte do or�amento da Uni�o no pa�s est� atrasada ou comprometida.
Prometida desde o ano passado pela presidente Dilma Rousseff, a f�brica de am�nia faz parte do PAC e foi projetada para uma produ��o de 519 mil toneladas por ano de am�nia, tornando o Brasil autossuficiente no insumo considerado estrat�gico na agricultura e na ind�stria de alimentos. O pa�s � o quarto maior importador de fertilizantes, atr�s dos Estados Unidos, China e �ndia. O projeto s� saiu do papel para a atual fase de terraplenagem depois de ter sido solucionado o fornecimento de g�s natural, essencial ao processo produtivo. O gasoduto ligando Ribeir�o Preto a Uberaba dever� custar R$ 760 milh�es.
Al�m do gado zebu
No agroneg�cio, atividade tradicional da economia de Uberaba, h� tamb�m possibilidades de expans�o al�m da pecu�ria de elite – refer�ncia do munic�pio. O setor sucroalcooleiro, por exemplo, � promissor, avalia Luiz Cust�dio Cotta Martins, presidente do Sindicato da Ind�stria do A��car e do �lcool de Minas (Sinda��car). O munic�pio � o maior produtor de cana-de-a��car do estado, com 5,26 milh�es de toneladas obtidas na safra 2011, correspondendo a 10,7% da moagem total em Minas. O valor da produ��o foi de R$ 368 milh�es, dos R$ 3,7 bilh�es apurados por toda a ind�stria em terras mineiras. No fim do ano passado, a Usina Caet� S/A, do Grupo Carlos Lyra, anunciou a inten��o de construir uma segunda unidade no munic�pio.
“Espa�o para novos investimentos do setor n�o falta na cidade. A dificuldade das empresas est� na inexist�ncia de uma pol�tica p�blica, que � federal, para estimular o etanol”, diz Cust�dio Martins. As empresas do setor alegam que desde 2005, enquanto a gasolina manteve relativa estabilidade de pre�os, os custos da produ��o do etanol subiram acima dos 100%. Representantes do setor est�o discutindo com o governo federal medidas de desonera��o tribut�ria, passando inicialmente pelo PIS/Cofins, de compet�ncia federal, e em seguida por uma unifica��o de al�quotas do Imposto sobre a Circula��o de Mercadorias e Presta��o de Servi�os (ICMS).
Os recursos aplicados no plantio de cana em Uberaba somaram R$ 314 milh�es no ano passado e os gastos com tratos culturais adicionaram outros R$ 84 milh�es � atividade. As duas unidades sucroalcooleiras implantadas na cidade, Vale do Tijuco e Uberaba, e as usinas de Volta Grande, instalada na vizinha Concei��o das Alagoas, e Delta, no munic�pio de mesmo nome, que mant�m em Uberaba a sua maior �rea plantada, empregam cerca de 10 mil trabalhadores.
Foco maior em exporta��es e servi�os
Na briga dos munic�pios brasileiros pelo aval da Uni�o para a implanta��o das chamadas Zonas de Processamento de Exporta��es (ZPEs), �reas incentivadas do ponto de vista da tributa��o, Uberaba tamb�m saiu favorecida neste m�s para tocar o antigo projeto. De acordo com o secret�rio municipal de Desenvolvimento Econ�mico, Carlos Assis, 500 mil metros quadrados de �rea foram destinados para investimentos iniciais de R$ 10 milh�es. “O prazo de implanta��o pode se estender a dois anos, mas estamos empenhados em fazer a obra na metade do tempo previsto”, afirma. A ZPE ter� 500 quil�metros como raio de influ�ncia no entorno de Uberl�ndia.
Na �rea de servi�os, que tem a principal participa��o na economia de Uberaba, o investimento de porte mais recente � um centro de compras que est� or�ado em R$ 230 milh�es. O Pra�a Uberaba Shopping Center foi lan�ado h� cerca de 15 dias pela SR Shopping Centers, empresa constitu�da pela fam�lia Rossi, com atua��o na constru��o civil. S�o 30,3 mil metros quadrados de �rea bruta loc�vel, abrigando 144 lojas, complexo de gastronomia e lazer, hotel, torre comercial e 1,6 mil vagas de estacionamento.