A Europa recebeu nesta sexta-feira como positivo o projeto de or�amento mais austero da hist�ria da Espanha - pa�s que se tornou a maior preocupa��o financeira do continente - anunciou, em Copenhague, o ministro espanhol da Economia, depois de se reunir com os colegas da Zona do Euro.
"A rea��o foi positiva em termos gerais", embora a Comiss�o e os parceiros europeus de Madri aguardem "detalhes mais espec�ficos", disse o ministro Luis de Guindos � imprensa. "H� uma percep��o de que a Espanha faz um esfor�o not�vel para que os cortes sejam aplicados o mais r�pido poss�vel", acrescentou.
O governo espanhol aprovou nesta sexta-feira seu or�amento para 2012, que prev� um ajuste de "mais de 27 bilh�es de euros", para tentar reduzir seu d�ficit e fortalecer a economia do pa�s. As medidas incluem o aumento de impostos, o congelamento dos sal�rios dos funcion�rios p�blicos e cortes de 16,9% em m�dia nos or�amentos dos minist�rios. Os custos da eletricidade e do g�s tamb�m v�o aumentar.
Depois de tomar conhecimento da informa��o, Olli Rehn, comiss�rio europeu para Assuntos Econ�micos, saudou a "determina��o" da Espanha, indicando, no entanto, em entrevista � imprensa, que ser� necess�ria uma "avalia��o" mais detalhada.
Jorg Asmussen, membro do diret�rio do Banco Central Europeu (BCE) expressou, por sua vez, o desejo de que este or�amento seja aplicado logo, para que tenha um r�pido "impacto". O objetivo do governo espanhol � claro: reduzir em 12 meses o d�ficit p�blico de 8,51% em 2011 a 5,3% do PIB este ano. Para 2013, a meta � chegar a um percentual de 3%, como estipula o Pacto de Estabilidade e Crescimento Europeu.
Segundo Luis de Guindos, o "ajuste" espanhol ser� posto em pr�tica num "cen�rio macroecon�mico realista". Trar�, no seu entender, "benef�cios positivos", como a "credibilidade" na economia espanhola.
O ministro espanhol afirmou que "foi valorizado (na Europa) o conjunto de medidas" tomadas pelo governo conservador de Mariano Rajoy - no cargo desde dezembro -, em alus�o, entre outras, � recente reforma trabalhista. No entanto, a gravidade da situa��o espanhola n�o passou despercebida na reuni�o de Copenhague. "A Espanha est� numa muito dif�cil situa��o", disse Olli Rehn.
O banco americano Citi tinha sido mais virulento na quarta-feira, quando afirmou que a "Espanha deva, provavelmente, em nossa opini�o, entrar em algum tipo de programa com a ajuda da 'troika' (da UE, do BCE e do FMI) em 2012". Uma fonte europeia negou, no entanto, que essa possibilidade seja necess�ria.
Mas a maioria dos analistas considerava importante a necessidade de a Espanha ajustar 50 bilh�es de euros de suas contas, levando em conta a recess�o que, neste ano, dever� causar uma queda no PIB de 1,7%. Outros especialistas temem que as medidas de austeridade aprovadas possam acentuar a recess�o, num pa�s que j� possui uma taxa recorde de desemprego (22,85%).
Em rela��o � amplia��o do fundo de resgate da Zona do Euro, decidida na reuni�o de Copenhague, Luis de Guindos assegurou que "envia um sinal de compromisso" por parte da Europa para enfrentar a crise da d�vida. Mas o que "tranquiliza realmente o mercado s�o as pol�ticas dom�sticas" adequadas, disse.
Os ministros dos 17 pa�ses da Zona do Euro concordaram em Copenhague em destinar ao Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEDE), que entrar� em vigor em julho, "800 bilh�es de euros" (um trilh�o de d�lares), que poderia servir de ajuda a pa�ses em dificuldades, como no caso da Espanha.