Montadoras lan�aram ou reestilizaram 15 ve�culos no primeiro trimestre no pa�s

O mercado automotivo no Brasil n�o pode reclamar da crise econ�mica mundial. E vale lembrar que os pre�os do carros aqui s�o os mais altos em rela��o a qualquer outro pa�s – um Ford Fusion, por exemplo, custa R$ 84 mil enquanto no M�xico o valor � R$ 52 mil, algo que n�o parece fazer diferen�a para o consumidor. Na segunda-feira, durante o lan�amento de um modelo da montadora chinesa JAC Motors, o empr�sario S�rgio Habib revelou que o brasileiro troca de carro, em m�dia, a cada 32 meses. "S�o 13 mil ve�culos (nove por minuto) vendidos por dia no pa�s", disse Habib, respons�vel por trazer, al�m da marca chinesa, a Citr�en, a Jaguar e a Aston Martin. Em 2005, eram 6 mil carros por dia. E mais: pelo menos 5 milh�es que est�o comprando carro neste momento, h� 10 anos andavam de �nibus.

Essa voracidade em busca do ve�culo novo � percebida nos investimentos das montadoras para trazer novos carros. De janeiro at� o fim de mar�o foram 15 lan�amentos, reestiliza��es ou altera��es completas, como a Chevrolet S10, o Peugeot 308 e o Fiat Grand Siena. A previs�o � de que at� o fim do ano mais de 70 modelos estejam � disposi��o no mercado. "Isso � reflexo de novas empresas que chegaram e de montadoras que buscam novos produtos para aumentar o grau de competitividade. E ainda h� espa�o para crescer", aponta Marcelo Cioffi, analista do setor automotivo da PricewaterhouseCooper (PwC).

"O que move a venda de autom�veis por aqui � a renda do consumidor, taxa de juros, prazo de financiamento, pre�o e confian�a", diz Cioffi. "O que d� para traduzir como: se � poss�vel financiar e pagar a parcela, vai vender. O Brasil tem tido nos �ltimos anos um c�rculo virtuoso de aumento de renda e acesso do consumo de cerca de 70 milh�es de pessoas. O carro � caro, mas existe de maneira intensa aqui o financiamento", explica. Mas Habib reclama que essa f�rmula est� se esgotando: os bancos financiavam em at� 60 meses, sem juros; agora, n�o querem mais em fun��o da inadimpl�ncia, que cresceu muito.

Empecilhos

Tr�s pontos, no entanto, ainda s�o apontados como empecilhos para a ind�stria automotiva no Brasil. O primeiro � a dificuldade de marcas menores conseguirem espa�o no pa�s. "Apesar de ser uma economia est�vel, � duro crescer por aqui, pois 60% do mercado � dominado por tr�s grandes montadoras (Fiat, GM e Volks)", disse S�rgio Habib, da JAC Motors. Na Fran�a, os tr�s maiores n�o t�m nem 50%. E na China n�o chega a 27% de concentra��o.

Al�m da briga por espa�o, o protecionismo � apontado como uma barreira, segundo a 15ª Pesquisa Global de Diretores-Executivos da PwC. Mais de 45% dos presidentes de corpora��es automotivas na Am�rica Latina est�o preocupados com as medidas de prote��o do governo � ind�stria nacional. O aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para ve�culos importados e o novo acordo de importa��o com o M�xico s�o apontados como indicadores dessa tend�ncia de prote��o.

Na apresenta��o de um novo produto, na quinta-feira, o presidente da Volkswagen, Thomas Schmall, demostrou preocupa��o com as novas regras. E parece ter raz�o: dos 54 mil carros exportados pelo Brasil para o M�xico, 34 mil s�o VW. Agora, s�o os mexicanos que definir�o os volumes. Em suma: a VW ser� limitada para importar (Jetta e o Jetta Variant , por exemplo) e vai exportar menos tamb�m. Mesmo assim, a empresa de origem alem� pretende, at� 2016, investir R$ 8,7 bilh�es no pa�s, mas praticamente descartou a constru��o de uma f�brica – apenas admite que "aumentar� a produ��o", provavelmente ampliando a planta de Taubat� (SP).

A Honda mexicana, alegando que tamb�m ser� prejudicada, decidiu que vai exportar para pa�ses como Col�mbia, Chile e Peru. Dos 131.384 carros exportados para o Brasil em 2011, a Honda participou com 11,3%.