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Estado de Minas

Lojas na Savassi t�m aluguel 300% mais caro

V�rios estabelecimentos fecharam as portas este ano por conta do valor salgado da loca��o, deixando �reas abertas para novos espa�os na Savassi


postado em 07/04/2012 07:15 / atualizado em 07/04/2012 08:08

(foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)
(foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)

Um ano depois de ter dado o pontap� inicial para a revitaliza��o da Pra�a Diogo de Vasconcelos e prestes a encerrar-se o per�odo de obras, a Savassi, na Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte, passou por uma reviravolta na sua ocupa��o, com a entrada e sa�da de v�rios estabelecimentos do seu entorno. Ocupar as proximidades da septuagen�ria pra�a, com ares ainda mais cosmopolitas que o espa�o da antiga padaria de italianos e de seus vizinhos, significa investir pesado: o valor do aluguel pode variar quase 300% em rela��o ao pre�o pago at� o ano passado por antigos inquilinos, o que contribuiu para a sa�da de mais 50 estabelecimentos da regi�o desde o in�cio das obras.

A mais recente perda da pra�a foi o Caf� da Travessa. Depois de 15 anos em um cantinho estrat�gico da Savassi, o estabelecimento fechou as portas no m�s passado sob alega��o dos propriet�rios de ser invi�vel arcar com o aluguel. � primeira vista, a not�cia causou tristeza nos frequentadores da regi�o, acostumados a saborear livros, chopes e boa m�sica em um mesmo espa�o. Mas, antes de passar o per�odo de lamenta��o, teve in�cio o ataque fervoroso das empresas que sonham conseguir substituir o antigo inquilino.

Bancos, bares e restaurantes, lojas de roupas e tamb�m operadoras de telefonia est�o na lista de poss�veis ocupantes do im�vel. Por dia, pelo menos cinco contatos s�o feitos com a imobili�ria Claro Im�veis para consultar as condi��es de aluguel daquele se tornou “o ponto mais cobi�ado da cidade”, como o classifica a s�cia-propriet�ria da empresa, Maria Auxiliadora Izidorio. Se a escolhida for a operadora, ser� formado o quadril�tero da telefonia na pra�a, que j� possui tr�s empresas do ramo. Essa alternativa � mais vi�vel que a instala��o de bares e restaurantes. Isso porque o propriet�rio do espa�o e s�cio da rede Centro �tico, o empres�rio Francisco Horta, j� se declarou contr�rio ao aluguel para o segmento devido � sujeira causada por esses empreendimentos.

O novo valor do aluguel ainda n�o foi definido. A preocupa��o inicial da imobili�ria � limpar o im�vel e depois da P�scoa � que devem ser ouvidas as primeiras propostas. A �rea tem cerca de 400 metros quadrados, duas entradas e a possibilidade de explorar o quarteir�o fechado da Rua Pernambuco � considerada �tima oportunidade. “Qualquer com�rcio que se colocar ali vai para frente. O tr�nsito de pessoas � intenso e, por isso, n�o tem como n�o dar retorno”, afirma Maria Auxiliadora, que recebe insistentes liga��es.

Vazio

Em cantos n�o t�o nobres quanto o da antiga Travessa, a retirada de antigos estabelecimentos, por enquanto, cria um vazio. � o caso do bar Koyote e do restaurante chin�s Mulan. Vizinhos na Rua Tom� de Souza, eles sa�ram de seus pontos nos primeiros dias de fevereiro e, desde ent�o, os im�veis permanecem fechados. Mas as imobili�rias afirmam que tamb�m recebem consultas diariamente e estudam a melhor proposta.

Nos dois casos, os antigos locat�rios alegam que a sa�da foi motivada pela alta pedida nos alugu�is. No Mulan, o reajuste proposto foi de R$ 8 mil para
R$ 30 mil, enquanto no Koyote a varia��o de 2010 para 2012 foi de R$ 4,7 mil para R$ 9,5 mil, o que obrigou o tradicional bar a seguir para S�o Jo�o del-Rei. O reajuste do valor do aluguel � classificado pelo empres�rio Vicente Resende, do Koyote, como “ambicioso demais”. Ele diz que, enquanto alguns empreendimentos conseguiram descontos no per�odo de obras, outros tiveram que arcar com os contratos descabidos. “A regi�o est� cheia de loja para alugar”, diz ele, que considera pre�o justo para o espa�o entre R$ 3 mil e R$ 3,5 mil, ou seja tr�s vezes a menos do que � pedido. “Antes tinha a feira livre que atra�a muita gente, mas a prefeitura a trocou de lugar e perdemos p�blico muito grande”, completa Resende.

Varia��o acima do mercado

A varia��o de at� tr�s vezes no pre�o do aluguel pode ser resultado da defasagem dos pre�os dos contratos. Depois de firmar contratos longos com os propriet�rios, os inquilinos podem ter sido “surpreendidos” com os pedidos devido ao superaquecimento do mercado nos �ltimos tr�s anos. O vice-presidente da C�mara do Mercado Imobili�rio, Fernando J�nior, explica que certas situa��es demonstram “a incompatibilidade com a realidade do setor”.

A explica��o � que o IGP-M (�ndice usado na maioria dos contratos imobili�rios) teve aumento muito inferior � m�dia do segmento de im�veis. Para evitar surpresinhas desagrad�veis, ele diz que uma boa solu��o pode ser combinar uma f�rmula diferente no contrato, com valores superiores ao do IGP-M. “O melhor � fazer adapta��o a cada dois anos para n�o cair uma bomba quando vencer o contrato”, explica.

No caso da Savassi, al�m da alta varia��o dos pre�os, ele cita que ocorre tamb�m a insufici�ncia de espa�os para loca��o, o que reflete na l�gica de oferta e procura. Sem espa�os para crescer, a demanda torna-se maior que a disponibilidade e, por consequ�ncia, os valores sofrem alta. “� uma regi�o que n�o d� mais para crescer. Esgotaram os espa�os”, atesta Fernando.

Futuro

A aguardada conclus�o das obras da Pra�a Diogo de Vasconcelos promete dar ares mais imponentes a um espa�o que caminhava para a decad�ncia e o ostracismo depois de completar 70 anos. Faltando pouco para liberar o espa�o preferido de Roberto Drummond e de muitos outros moradores de Belo Horizonte, espera-se que as mudan�as no formato da pra�a impulsionem a regi�o rumo a dias melhores.

E � essa expectativa que pode ter contribu�do para valores mais altos nos alugu�is. � dito que a pra�a pode ser transformada num imenso shopping a c�u aberto, acolhendo um n�mero maior de visitantes, principalmente � noite. Mas, se a prosperidade vir� com os novos tijolos, somente daqui a uns meses poder� se confirmar. Nessa loteria, quem acertar na decis�o pode se dar bem.

 

 


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