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Estado de Minas

Seis bancos controlam 81,5% dos dep�sitos dos brasileiros

Taxas abusivas s�o reflexo da concentra��o banc�ria. Caixa e BB come�am a operar hoje com nova tabela para o cr�dito


postado em 09/04/2012 06:40

A concentra��o banc�ria no Brasil limita a concorr�ncia e quem paga � o correntista, que fica com poucas op��es para conseguir boas taxas de juros e de tarifas pelos servi�os oferecidos. Nos �ltimos dez anos, os seis maiores bancos do pa�s aumentaram a sua j� gorda fatia no bolo do sistema financeiro nacional em mais de 50%. Dados recentes do Banco Central revelam que 81,5% dos dep�sitos dos brasileiros e 77,5% das opera��es de cr�dito estavam nas m�os do Banco do Brasil, do It�u Unibanco, do Bradesco, da Caixa Econ�mica Federal, do Santander e do HSBC.

Em dezembro de 2001, esses percentuais eram menores, mas n�o menos robustos: eles contavam com 62,7% das reservas deixadas pelos clientes em suas ag�ncias e 47,7% dos empr�stimos liberados. Os seis bancos possuem juntos R$ 3,5 bilh�es de ativos atualmente, o que corresponde a 72,3% do total de todo o sistema. Em dezembro de 2001, essa fatia era de 48%. Entre os seis, dois bancos federais — Caixa e BB — concentram 51,3% dos dep�sitos e 44,2% das opera��es de cr�dito.

Em rela��o a todo o sistema banc�rio, que inclui institui��es de varejo, de investimentos para grandes aplicadores e aqueles voltados para financiamentos espec�ficos, como os bancos das montadoras e de empr�stimos consignados (caso do BMG), as duas institui��es controladas pela Uni�o e cinco estaduais, como o Banco do Rio Grande do Sul (Banrisul) e o Banco de Bras�lia (BRB), det�m 44,6% dos dep�sitos banc�rios do pa�s e 36% dos empr�stimos concedidos. O Ita� e o Bradesco s�o os dois maiores bancos privados, seguidos do Santander. No ranking geral, a Caixa est� em quarto lugar.

Especialistas afirmam que a concentra��o dos bancos � ruim para o consumidor, que paga mais caro pelos servi�os e pode sofrer com a m� qualidade, mas � necess�ria para a seguran�a e solidez do sistema financeiro. Para o economista Carlos Eduardo de Freitas, ex-diretor do BC, a oligopoliza��o do setor � uma tend�ncia mundial, mas seus efeitos sobre a concorr�ncia, no Brasil, s�o atenuados pela presen�a forte de bancos estatais.

"Essa concentra��o se d� num mercado que tem cerca de 40% a 50% dele, dependendo do referencial, nas m�os do pr�prio Estado. Isso d� ao governo o poder de influenciar e de neutralizar um pouco os que os economistas chamam de quase renda de monop�lio, o lucro que o oligopolista tem pelo fato de n�o ter concorrente", explica. Freitas citou como exemplo a decis�o do governo de mandar o BB e a Caixa reduzirem as taxas de juros das opera��es de cr�dito a partir de hoje, que considera "adequada".

Supermercado
Segundo ele, os clientes precisam de um banco com cobertura global, que ofere�a uma grande variedade de servi�os, de saques em caixas eletr�nicos, empr�stimos de v�rias modalidades, de servi�os de c�mbio, de aplica��es diversas, quem tem que ser acompanhado de sistemas informatizados que permitam amplo acesso e seguran�a. "O banco funciona como um supermercado, onde o cliente acha tudo que precisa. A concentra��o � inevit�vel, facilita a fiscaliza��o (pelo Banco Central) e permite economia de escala", diz.

Jos� Luiz Rodrigues afirma que a Lei 4.595/64, que rege o sistema banc�rio brasileiro, �, desde sua origem, concentradora e que esse processo � consequ�ncia do pr�prio ajuste do setor, que n�o pode ter problema de liquidez e solv�ncia. Por isso, as incorpora��es s�o incentivadas, diz. Ele ressalta que a concorr�ncia fica cada vez menor e que os grandes bancos fazem o que querem. Por�m, critica a concorr�ncia "por decreto" feita pelo governo federal em cima do Banco do Brasil e da Caixa. "Algu�m vai pagar a conta, pois os bancos precisam ser capitalizados. E esse dinheiro sai do Tesouro Nacional", afirma.

 


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