A redu��o dos juros nas opera��es de cr�dito para pessoa f�sica e empresas de pequeno porte, a partir de hoje (9), na Caixa Econ�mica Federal, e na pr�xima quinta-feira (12), no Banco do Brasil (BB), � uma estrat�gia que busca compensar a perda de rentabilidade com ganhos na escala de mercado, viabilizados pelo aumento da clientela e consequente aumento do volume de opera��es, segundo o professor de economia da Universidade de Bras�lia (UnB), Roberto Piscitelli.
Ele disse que tem observado “discreto” aumento da participa��o dos bancos oficiais na oferta de cr�dito, em rela��o aos bancos privados nacionais e estrangeiros, e lhe “parece que os bancos p�blicos t�m gordura para queimar” na concorr�ncia direta com os “banc�es”, como s�o tratados no Sistema Financeiro Nacional (SFN), pela ordem de ativos, Ita� Unibanco, Bradesco, Santander e HSBC.
No entender de Piscitelli, “pode dar certo” o estratagema montado pelo governo para induzir os banqueiros a reduzir as margens de ganho definidas nos altos spreads (diferen�a entre os juros que o banco paga ao aplicador e os juros que cobra nos empr�stimos). Embora desconhe�a qualquer sinaliza��o dos bancos privados no sentido de acompanhar o BB e a Caixa, Piscitelli acredita que “de alguma forma [a redu��o dos juros e amplia��o do cr�dito] ter�o reflexo na ponta”.
Piscitelli v�, por�m, com “reserva e cautela”, a amplia��o da oferta de cr�dito, e diz que n�o se pode ignorar a possibilidade de efeitos inflacion�rios com mais dinheiro no mercado para consumo. Segundo ele, “existe preocupa��o com uma certa liberalidade do cr�dito, que n�o pode ser promovido de forma indiscriminada”.
Ele manifesta estranheza, por exemplo, em rela��o aos recursos tomados pelo Tesouro Nacional, via coloca��o de t�tulos p�blicos no mercado, a juros m�dios de 12%, e os repassa ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES) que empresta o mesmo dinheiro �s grandes empresas com a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), de 6% ao ano. “N�o d� para explicar o repasse a juros subsidiados”, ressaltou.