O desempenho do com�rcio varejista no pa�s em fevereiro, que registrou queda de 0,5% em rela��o a janeiro, reflete uma acomoda��o do setor, que apresentou expans�o por tr�s meses consecutivos, desde novembro de 2011. A avalia��o � do gerente da Pesquisa Mensal de Com�rcio (PMC), Reinaldo Pereira. Os resultados da pesquisa de de fevereiro foram divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE).
De acordo com o economista, apesar da “leve queda” observada na passagem de janeiro para fevereiro, as vendas no varejo tiveram “bom resultado” quando comparadas ao mesmo per�odo de 2011, com crescimento de 9,6%. Ele explicou que o movimento foi puxado pelos hipermercados e supermercados; produtos aliment�cios e por bebidas e fumo, que registraram expans�o de 11,8% no volume de vendas na compara��o com fevereiro do ano passado. Segundo Pereira, o arrefecimento dos pre�os dos produtos aliment�cios aqueceu as vendas.
“No in�cio do ano passado, a alimenta��o estava cara em consequ�ncia da eleva��o dos pre�os das commodities [produtos prim�rios cujos pre�os tem cota��o internacional]. Agora, os pre�os dos alimentos v�m diminuindo e a gente acredita que isso estimulou a demanda”, afirmou.
O gerente da pesquisa acrescentou que o setor que inclui hipermercados, supermercados, produtos aliment�cios, bebidas e fumo foi respons�vel por mais da metade do crescimento do com�rcio como um todo, contribuindo com 58% da taxa. Ele tamb�m destacou que o setor de m�veis e eletrodom�sticos, com alta de 13,3% nesta mesma base de compara��o (fevereiro de 2012 com fevereiro de 2011), veio logo em seguida, contribuindo com 24,9% da forma��o da taxa de crescimento.
Por outro lado, as vendas de ve�culos, motos, partes e pe�as automotivas tiveram “queda forte” de 10%. Ele acredita que o aumento do imposto para ve�culos importados contribuiu para o mau desempenho. “As pr�prias montadoras estavam importando muitos autom�veis para vender aqui porque, com o real valorizado, estava saindo mais barato”.
J� a queda de 1% no desempenho das vendas do varejo, observada na passagem de janeiro para fevereiro, � atribu�da ao chamado efeito calend�rio, j� que fevereiro teve tr�s dias �teis a menos que janeiro.
Para os pr�ximos meses, o gerente da pesquisa do IBGE disse que � preciso aguardar os efeitos das medidas que o governo est� adotando para estimular o consumo interno, como a prorroga��o da redu��o no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para eletrodom�sticos da linha branca, que inclui fog�o, geladeira e m�quina de lavar, e para os m�veis.
“O que vemos, ao longo do tempo, � que 2010 foi um ano bom, com curva [de vendas no varejo] ascendente. No fim daquele ano, o governo, preocupado com a infla��o, adotou algumas medidas macropudenciais, o que fez a curva cair. Ela continuou caindo e agora, neste in�cio de 2012, o governo tem tomado v�rias medidas para estimular o consumo interno. Temos que aguardar para ver se essas medidas realmente ter�o efeito e v�o fazer a curva voltar a ser ascendente”, disse Pereira.