O Fundo Monet�rio Internacional (FMI) est� mais otimista em rela��o �s perspectivas para a economia mundial e por isso revisou para cima a maioria das proje��es de crescimento para 2012 e 2013. � o que revela o relat�rio "Perspectiva Econ�mica Mundial" (WEO, na sigla em ingl�s), divulgado nesta ter�a-feira. "Para a maioria dos pa�ses, o crescimento deve ser mais forte do que o previsto em janeiro", informa o documento.
As estimativas de janeiro, em sua maioria, haviam sido uma revis�o para baixo dos n�meros apresentados no relat�rio de setembro do ano passado. Ou seja, o ano come�ou com maior pessimismo e aos poucos o cen�rio global parece ficar mais claro. Ainda assim, o crescimento global deve ser menor este ano do que em 2011. A divulga��o desse e de outros relat�rios do FMI ocorre poucos dias antes da reuni�o de primavera do fundo e do Banco Mundial, de 20 a 22 de abril, em Washington.
O FMI, que em janeiro projetou que a economia mundial cresceria 3,3% este ano, agora estima que essa expans�o ser� de 3,5% ante crescimento de 3,9% em 2011. A proje��o para 2013 foi revisada de 3,9% para 4,1%.
A proje��o de crescimento das economias avan�adas subiu de 1,2% para 1,4% este ano, em compara��o com 1,6% em 2011, e de 1,9% para 2% em 2013. Para os Estados Unidos, a proje��o � de crescimento de 2,1% em 2012, de 1,8% previsto anteriormente. Em 2011, a economia americana cresceu 1,7%.
A proje��o para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro em 2012 passou de contra��o de 0,5% para uma queda mais moderada, de 0,3%, ante expans�o de 1,4% em 2011. Para 2013 a expectativa � de que a regi�o cres�a 0,9%, de 0,8% previsto anteriormente.
Em rela��o aos emergentes, a proje��o � de expans�o do PIB de 5 7% em 2012, em vez de 5,4% como na estimativa anterior, e de 6% em 2013, em vez de 5,9%. Em 2011, as economias emergentes tiveram expans�o de 6,2%.
Para China e Brasil, no entanto, a estimativa de crescimento em 2012 foi mantida em 8,2% e 3,0%, respectivamente. Em 2011, o PIB chin�s cresceu 9,2% e o PIB brasileiro avan�ou 2,7%. Para 2013, a proje��o para crescimento da China foi mantida em 8,8% e a do Brasil foi elevada para 4,1%, de 4% na estimativa anterior.
�ndia, Espanha e pa�ses da �frica subsaariana foram os �nicos a ter revis�o para baixo nas proje��es para 2012 neste relat�rio de abril. No caso da Espanha, que levantou recentemente temores de que seja o pr�ximo pa�s a ser socorrido financeiramente, a proje��o para o PIB passou de contra��o de 1,7%, para -1,8% em 2012. A �ndia, um dos pa�ses BRICS juntamente com Brasil, R�ssia China e �frica do Sul, teve proje��o de crescimento rebaixada de 7%, para 6,9% este ano.
Riscos
Para o FMI, a perspectiva global se fortaleceu desde o in�cio deste ano, "mas os riscos seguem elevados". Embora avalie que a maioria dos pa�ses deve ter crescimento mais forte este ano do que o previsto em janeiro, o FMI ainda espera recess�o suave na Europa em 2012 e um crescimento mais fraco no mundo na compara��o com o ano passado.
O ano de 2013 tende a ser melhor do que este ano e do que 2011, segundo o relat�rio. "A melhora nos Estados Unidos e a resposta dada na zona do euro � piora da crise econ�mica na regi�o ajudaram a reduzir a amea�a de uma desacelera��o mais aguda", diz o documento.
Segundo o FMI, as pol�ticas adotadas na zona do euro para combater a crise da d�vida soberana foram eficazes em reduzir o risco sist�mico, mas o fundo observa que "n�o pode haver pausa". "As pol�ticas devem ser fortalecidas para solidificar a fraca recupera��o global", afirma o relat�rio.
Zona do Euro
Apesar de reconhecer que as autoridades europeias souberam gerenciar a crise da d�vida soberana de modo a evitar o risco sist�mico e uma desacelera��o pronunciada da economia mundial, o FMI disse que a preocupa��o "mais imediata" ainda � de que uma escalada na crise da zona do euro provoque uma fuga do risco "generalizada". Outros riscos "latentes" s�o de interrup��o nos mercados de b�nus e c�mbio.
No relat�rio "Perspectiva Econ�mica Mundial", o FMI diz assumir que as autoridades europeias seguir�o agindo para evitar uma piora da crise na regi�o e acredita que as autoridades n�o deixar�o que outro pa�s perif�rico enfrente uma situa��o "ao estilo da Gr�cia".
Outro risco apontado pelo documento s�o as incertezas geopol�ticas, concentradas especialmente no Ir�, que poderiam "desencadear uma acentuada alta do petr�leo". Por enquanto, no entanto, o cen�rio do FMI � de que n�o haja uma deteriora��o mais forte que leve a esse cen�rio e as proje��es s�o de que o petr�leo recue para US$ 110 o barril at� 2013.
Os pre�os de outras commodities, que tiveram alta recentemente com a melhora do cen�rio global, devem continuar em patamares mais baixos do que os vistos em 2011. O relat�rio assume que haver� queda de 10,3% no �ndice de pre�os de commodities excluindo combust�veis em 2012 e queda de 2,7% em 2013.
Para as economias avan�adas, o FMI aponta ainda que as pol�ticas muito apertadas por causa de medidas de austeridade podem gerar uma defla��o mais sustentada ou um per�odo prolongado de atividade fraca. "O desafio das economias avan�adas � melhorar a perspectiva de expans�o no m�dio prazo", diz o documento. No caso dos Estados Unidos e do Jap�o, embora esses pa�ses tenham adotado algumas medidas de curto prazo no lado fiscal, � preciso que esses pa�ses tratem "com urg�ncia" da consolida��o fiscal no m�dio prazo.