A partir da madrugada de segunda-feira, os trabalhos nos cinco canteiros de obra da Usina Hidrel�trica Belo Monte, a maior obra do PAC, na Volta Redonda do Xingu, regi�o de Altamira do Par�, realizada pelo Cons�rcio Construtor Belo Monte (CCBM), ser�o interrompidas mais uma vez. Ao todo, segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Constru��o Pesada do Par� (Sintrapa-PA) o movimento deve atingir cerca de sete mil homens porque apenas 10% dos servi�os essenciais funcionar�o.
Os trabalhadores dos s�tios Belo Monte, Pimental, Canais e Diques e as unidades de infraestrutura e de porto e acesso cruzam os bra�os porque o CCBM n�o atendeu toda a pauta de reivindica��es. "A greve s� n�o acontecer� se at� a v�spera da data marcada para a paralisa��o o CCBM enviar uma nova contraproposta", disse o vice-presidente do Sindicato, Roginel Gobbo. A primeira interrup��o das obras aconteceu entre o fim de mar�o e in�cio de abril e foi marcada por atritos entre policiais militares e trabalhadores.
Na �ltima rodada de negocia��o, o CCBM sugeriu manter os seis meses entre os recessos para os trabalhadores visitarem as fam�lias, n�o reduzindo o tempo de baixada. O aumento proposto para o vale-alimenta��o foi de R$ 90 para R$ 110. Os trabalhadores pedem R$ 300. "Esses dois pontos j� s�o atendidos em outros empreendimentos da regi�o porque s� aqui no da Belo Monte n�o pode ser atendido?" questiona Gobbo.
Segundo o representante sindical, o argumento usado pelo CCBM � o de que n�o existe verba para atender esses pedidos. "� necess�rio que o governo participe porque a gente vai saber se realmente isso � verdade ou se mais uma vez est�o querendo ganhar em cima dos trabalhadores", disse.
A assessoria de imprensa do ministro da Secretaria-Geral da Presid�ncia da Rep�blica, Gilberto Carvalho, disse nesta sexta-feira, por telefone, que o governo teria conversado com algumas construtoras de Belo Monte e que a expectativa � de um acordo. "A postura do governo � estimular o di�logo conversando com os dois lados", disse. Ainda de acordo com a assessoria, o governo n�o interv�m nas quest�es trabalhistas.
Proibit�rio
A Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH) protocolou na quinta-feira, na Justi�a do Par�, o agravo contra o Interdito Proibit�rio imposto pelo juiz estadual plantonista de Altamira, Wander Luiz Bernardo, a quatro componentes do MXVPS a pedido do Cons�rcio Construtor Belo Monte (CCBM), no in�cio de abril. De acordo com o CCBM, Antonia Melo, Ruy Sposati, Lazaro Ver�osa e M�nica Soares representariam um perigo ao seu patrim�nio e seriam respons�veis por promover uma "turba��o" contra a empresa na �poca em que os oper�rios realizavam uma greve em fun��o das p�ssimas condi��es de trabalho nos canteiros da usina.
O agravo com pedido de liminar solicita a extin��o do Interdito Proibit�rio afirmando que, em sua decis�o, o juiz plantonista aceitou prontamente a den�ncia do CCBM de amea�a � posse ou turba��o sem avaliar, em momento algum, se as provas apresentadas contra os r�us eram procedentes.
O advogado da SDDH, Sergio Martins, disse que o agravo foi protocolado no Tribunal de Justi�a do Par�, em Bel�m, e solicita ao desembargador relator do caso que suspenda a liminar expedida pelo juiz plantonista de Altamira. "Em tr�s dias tamb�m vamos protocolar uma c�pia na Justi�a local, solicitando a suspens�o concomitante da ilegalidade competida pelo juiz plantonista (concess�o do interdito por liminar) e do processo contra o Xingu Vivo e seus membros", explica Martins.
A SDDH tamb�m vai impetrar uma a��o c�vel de indeniza��o por perdas e danos contra o CCBM. "Tanto as acusa��es levianas e sem nenhum fundamento contra os membros do Xingu Vivo, quanto � tentativa de suspender suas liberdades constitucionais de ir e vir e de express�o e comunica��o, s�o fatos grav�ssimos, que causaram grandes danos morais aos quatro acusados. Vamos pedir indeniza��o", disse o advogado.