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Estado de Minas

Caixa lidera a queda dos juros

Vinte dias depois de iniciada a redu��o do spread banc�rio, levantamento mostra que a CEF cobra as menores taxas


postado em 24/04/2012 06:00 / atualizado em 24/04/2012 06:46

Bras�lia – Os consumidores que quiserem se beneficiar do corte de juros anunciados pelos bancos devem pesquisar bem para n�o serem v�timas de propaganda enganosa. Levantamento realizado pelo Estado de Minas nas seis maiores institui��es financeiras do pa�s mostram que apenas na Caixa Econ�mica Federal o cr�dito realmente ficou mais barato em todas as modalidades de empr�stimos e financiamentos oferecidas nas ag�ncias. No Banco do Brasil, que t�m alardeado a redu��o, em quase todos os casos, os juros s� mudaram depois da v�rgula — ou seja, nada. As taxas menores valem para poucos e com condi��es impostas em contratos, que amarram os clientes � institui��o. Nos bancos privados — Bradesco, Ita� Unibanco, HSBC e Santander —, tamb�m a diminui��o de custos ainda � contida.

N�o � toa o Pal�cio do Planalto j� emitiu sinais de que est� insatisfeito com as baixas anunciadas pelas maiores institui��es, sobretudo com o BB, que recebeu orienta��o direta da presidente Dilma Rousseff e do ministro da Fazenda, Guido Mantega, para baratear as opera��es com pessoas f�sicas e empresas. Assessores de Dilma est�o com tabelas comparativas mostrando que, no cheque especial, no qual boa parte dos correntistas est� pendurada, as taxas permanecem em quase 10% mensais na maioria dos bancos.

"As institui��es ainda t�m muita gordura para queimar. Infelizmente, a maior parte das redu��es anunciadas vem acompanhada de um asterisco com ressalvas, em letras mi�da, informando que os clientes precisam cumprir muitas determina��es para obter juros menores”, disse um assessor da presidente. “� por isso que Dilma continuar� batendo pesado nos bancos e pregando a diminui��o do spread (diferen�a entre o que os bancos pagam aos investidores e o que cobram dos devedores). S� com um spread menor o cr�dito realmente ficar� mais barato”, acrescentou.

BC comprova

Dados do Banco Central comprovam as desconfian�as do Planalto. Ao calcular a taxa m�dia praticada nas concess�es de cr�dito, a autoridade monet�ria mostra que, com exce��o da Caixa, o BB, o Bradesco, o Ita� Unibanco, o HSBC e o Santander continuam com encargos do cheque especial praticamente nos mesmos n�veis de um m�s antes do an�ncio das redu��es — entre 8% e 10% mensais. Na Caixa, os juros m�dios dessa linha de cr�dito passou de 8,05%, em 14 de mar�o, para 5,09% ao m�s em 10 de abril. Segundo especialistas, como o banco promoveu a maior queda nesse segmento, nas pr�ximas avalia��es do BC, a taxa m�dia deve cair para um n�vel inferior, situando-se, possivelmente, abaixo dos juros mais altos praticados pela institui��o, de 4,27% mensais.

Luiz Carlos Angelotti, diretor-executivo do Bradesco, em entrevista sobre os resultados da institui��o no primeiro trimestre de 2012, usou um tom cauteloso ao falar sobre a queda de juros. Segundo ele, o banco cortou taxas para acompanhar a concorr�ncia. Por�m, pretende avaliar o mercado antes de se colocar em uma posi��o mais agressiva. “Adotamos medidas iniciais, em linha com o momento e a tend�ncia atual. Vamos continuar avaliando eventuais novas medidas dentro do poss�vel a ser feito”, afirmou. Na Caixa Econ�mica, o projeto � ganhar mais escala com as novas taxas de juros, tentar aumentar a efici�ncia na libera��o de recursos, para depois pensar em mais quedas. “Se conseguirmos, com isso, reduzir o custo das nossas opera��es, teremos as condi��es necess�rias para cortar novamente as nossas taxas aos consumidores e �s empresas”, disse F�bio Lenza, vice-presidente de Pessoa F�sica da institui��o.

Outras frentes

Ainda segundo Lenza, o projeto da Caixa � diferente dos outros bancos porque oferece juros bem menores para todos os clientes, mesmo aos que n�o levaram o sal�rio para o banco. “Qualquer cliente que abre conta na caixa vai encontrar taxas menores. No cheque especial, a maior � 4,27% ao m�s. Para as empresas, no capital de giro, � de 0,94% mensal”, argumentou. A institui��o tamb�m est� atuando em outras frentes para tentar bater a concorr�ncia. Para isso, reduziu as taxas de administra��o de alguns fundos em renda fixa, de 3% para 1,5% ao ano, e passou a financiar m�veis e eletrodom�sticos para clientes do programa Minha Casa, Minha Vida. Entre os consumidores de menor renda, os juros s�o de 1% ao m�s. Para os de maior poder aquisitivo, de 2% mensais.

Segundo Alexadre Abreu, vice-presidente de Varejo, Distribui��o e Opera��es do BB, os juros da institui��o devem come�ar a aparecer em menor n�vel nas pr�ximas pesquisas do Banco Central. Ele argumentou que as redu��es ainda s�o recentes e os dados da autoridade monet�ria captaram poucos dias depois o an�ncio do banco. “Essa redu��o � um posicionamento estrat�gico e agressivo do BB e a receptividade tem sido boa. Os desembolsos di�rios cresceram, na m�dia, 44% depois da queda dos juros”, afirmou. “Isso agora vai ficar mais din�mico. Mas vamos avaliar o mercado, esperar baixar alguns custos, para depois pensar em novas redu��es.”

Bradesco lucra R$ 2,79 bi

O segundo maior banco privado do pa�s, o Bradesco, registrou lucro l�quido de R$ 2,8 bilh�es no primeiro trimestre de 2012, resultado 3,4% maior que o obtido em igual per�odo do ano passado. Pelos c�lculos da consultoria Econom�tica, o desempenho foi o quarto maior j� registrado por uma institui��o financeira do pa�s em um primeiro trimestre. Os ativos totais do banco atingiram, no per�odo, R$ 789,5 bilh�es, 16,9% mais que em mar�o de 2011. A carteira de cr�dito, por sua vez, avan�ou 14,6%, ao bater em R$ 350,8 bilh�es. Entre os 10 maiores lucros do setor na hist�ria, quatro s�o do Bradesco, quatro do Banco do Brasil e dois do Ita� Unibanco.

Para Luiz Carlos Angelotti, diretor-executivo do Bradesco, o resultado foi satisfat�rio e dentro do esperado. Segundo os dados divulgados pela institui��o, 68% dos lucros decorreram de opera��es do pr�prio banco e 32%, da seguradora. “Tivemos um bom resultado, principalmente pelo aumento de base de clientes e pelo maior resultado de tesouraria (opera��es com t�tulos p�blicos e privados), al�m de redu��o das despesas operacionais”, explicou. “E, apesar do salto da inadimpl�ncia, nossa margem de cobertura se manteve elevada”, disse.

O calote total na institui��o ficou em 4,1% no primeiro trimestre. Entre as pessoas f�sicas, atingiu 6,2%. Se dessa taxa forem retirados os devedores de cart�o de cr�dito, o �ndice cai para 5%. “Esses n�meros n�o surpreenderam. Havia uma expectativa de aumento da inadimpl�ncia neste in�cio de ano”, afirmou Angelotti. “Entendemos que a inadimpl�ncia, pelos efeitos da (queda da) taxa Selic e das medidas adotadas (pelo governo) para impulsionar a economia, deve estar chegando pr�xima do pico e, em seguida, estabilizar-se”, observou. (VM)


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