As taxas em alta para as emiss�es de It�lia e Espanha e as amea�as ao triplo A da Holanda evidenciam a continuidade das tens�es na zona do euro, apesar da relativa calma apresentada nesta ter�a-feira pelos mercados, dizem especialistas.
Os mercados europeus se recuperaram nesta sess�o, depois da forte queda de segunda-feira, quando refletiram o pedido de demiss�o do governo holand�s e as incertezas pol�ticas na Fran�a, no dia seguinte ao primeiro turno das elei��es presidenciais, nas quais o socialista Fran�ois Hollande ficou � frente de Nicolas Sarkozy.
As principais bolsas europeias fecharam a sess�o desta ter�a-feira em alta, reagindo � queda de segunda-feira, em um mercado motivado pelas not�cias tranquilizadoras sobre o setor imobili�rio nos Estados Unidos.
O principal �ndice da Bolsa de Paris, o CAC 40, terminou com alta de 2,29% a 3.169,32 pontos, recuperando boa parte das perdas da v�spera (-2,83%). Em Frankfurt, o DAX subiu 1,03% para fechar a 6.590,41 pontos, ap�s perder a v�spera 3%. O FTSE-100 dos principais valores da Bolsa de Londres tamb�m terminou no azul, apesar dos n�meros mais modestos, com uma alta de 0,78%, fechando aos 5.709,49 pontos. J� o Ibex 35 da Bolsa de Madri subiu 2,24%, voltando a se aproximar da barreira psicol�gica dos 7.000 pontos (6.999,90), ap�s a queda de 2,76%. Em Mil�o, o FTSE MIB subiu 2,48% para fechar aos 14.192,77.
Para os analistas, esta modesta recupera��o � principalmente de car�ter t�cnico, j� que os investidores est�o aproveitando as queda da v�spera para comprar barganhas. "As numerosas incertezas econ�micas tornam dif�cil uma alta duradoura", disse em Paris Markus Huber, da Etx Capital.
Para Christian Schmidt, estrategista de a��es do banco Helaba, a situa��o dos mercados continuar� nebulosa, ao menos no curto prazo. Segundo especialistas, um forte sinal de preocupa��o foram as taxas que Espanha e It�lia tiveram que pagar para obterem financiamentos no mercado da d�vida.
O ministro da Fazenda espanhol, Crist�bal Montoro, admitiu nesta ter�a-feira que seu pa�s est� em um "momento enormemente delicado e fr�gil", quando os mercados duvidam de sua capacidade para levar adiante seu rigoroso programa or�ament�rio em um contexto de recess�o.
"S�o os or�amentos mais austeros da democracia, e al�m disso, pretendem ser os or�amentos mais realistas que a Espanha precisa para superar esta situa��o de crise", afirmou Montoro no Congresso, reunido para examinar os or�amentos do Estado 2012, que buscam devolver "a confian�a dos s�cios europeus na Espanha". "Trata-se do or�amento adequado para uma recess�o econ�mica, que come�ou no final de 2011", afirmou.
A perspectiva de uma eventual vit�ria na Fran�a, no dia 6 de maio, do candidato socialista na segunda volta da elei��o presidencial tamb�m reabriu o debate sobre o pacto or�ament�rio europeu. Outro motivo de preocupa��o para os investidores � o Produto Interno Bruto da Gr�cia, que este ano cair� "cerca de 5%", uma porcentagem muito superior � prevista, ap�s uma queda de 6,9% em 2011, disse nesta ter�a-feira o Banco da Gr�cia.
Neste contexto, o governo alem�o manteve sem altera��es suas previs�es de crescimento, de 0,7% em 2012 e de 1,6% em 2013, informou � AFP uma fonte pr�xima ao governo. J� os principais institutos de pesquisa econ�mica do pa�s t�m revisado para cima suas previs�es.