Redu��o das taxas de juros freia venda de carro usado no pa�s

O canto da sereia do cr�dito barato para financiamento de ve�culos novos, com taxas que j� eram baixas e ca�ram ainda mais, tem efeito colateral no mercado de carros usados. Propriet�rios de revendas indicam queda na procura de ve�culos e dificuldade no cumprimento das metas em abril, enquanto o mercado aguarda os pr�ximos movimentos de financeiras e operadoras de cr�dito, na levada da redu��o das taxas. Desde que os bancos p�blicos anunciaram os primeiros cortes nas taxas, h� tr�s semanas, o mercado de usados, para muita gente, parou.

“Com a propaganda dos bancos vendendo juros pela metade, muita gente nem se d� ao trabalho de analisar os detalhes para que o banco ofere�a o financimento nessas condi��es. Mas o burburinho j� � suficiente para parar o mercado de seminovos, enquanto o pessoal aguarda se essas mesmas vantagens ser�o sentidas na pr�tica na compra desses ve�culos”, conta Jos� Drumond, propriet�rio da Drumond Ve�culos, no Lourdes, Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte.

Ele conta que, no dia a dia da vendas, o movimento da queda nos juros, que em na teoria come�am a contar a partir de 0,89%, ante os 0,99% anteriormente cobrados pelos bancos p�blicos, ainda n�o se fez sentir. “Hoje n�o vemos ainda juros para carros usados a taxas inferiores a 1,40%. E percebemos que muita gente prefere esperar do que j� fechar o neg�cio”, desabafa. Com isso, a procura, medida pelo volume de solicita��es de or�amento que ele recebe via an�ncios na internet, reduziu-se a um quinto do habitual e as vendas sofrem tamb�m: “Minha meta este m�s eram 27 ve�culos, e at� agora vendi sete”.

A paralisa��o de mercado tamb�m � sentida por Jos� Divino da Silva, propriet�rio da Divino Ve�culos, na Regi�o Norte da capital. “S� o an�ncio da redu��o nos juros nos financiamentos de ve�culos j� fez com que a nossa procura aqui registrasse queda de 10%”, conta. Segundo ele, enquanto os bancos privados n�o definem se as taxas ca�ram, de fato, pressionadas pelo movimento dos bancos p�blicos, “os operadores de cr�dito sumiram das lojas porque ningu�m tem resposta para o que estamos procurando”.

A paralisa��o � caracter�stica do delicado momento de transi��o que o mercado enfrenta, de acordo com o assessor jur�dico do Procon Assembleia, Renato Dant�s: “As taxas de juros de modo geral ser�o reduzidas, conforme prometem os an�ncios das institui��es financeiras. Inicialmente isso chega a ve�culos novos, mas � quest�o de tempo at� atingir os usados. Obviamente, quem estava na expectativa de fazer um neg�cio prefere aguardar um pouco para que as novas taxas se consolidem”.

O presidente da Associa��o dos Revendedores de Carros Usados de Minas Gerais (Assovemg), Rodrigo Souki, ameniza a guerra “entre usados e novos”. “Percebemos desaquecimento quando houve o an�ncio de que os juros cairiam. Mas isso se dilui � medida em que as taxas come�am de fato a ser praticadas e a procura volta a subir, conforme a pr�pria redu��o pretende”.