O Conselho Administrativo de Defesa Econ�mica (Cade) aprovou nesta quarta-feira, sem restri��es e por unanimidade, a cria��o da M�quina de Vendas, holding formada em 29 de mar�o de 2010 e composta pelas redes de varejo Insinuante e Ricardo Eletro. De acordo com o �rg�o antitruste, a M�quina de Vendas se torna o segundo maior grupo do setor, unindo 246 lojas da Insinuante e 281 da Ricardo Eletro espalhadas por todo o Pa�s. No total, s�o 527 lojas e cerca de 15 mil funcion�rios em 16 estados.

O relator do caso, conselheiro Carlos Ragazzo, salientou que a atua��o conjunta com participa��o mais relevante est� mais focada no Nordeste. Mesmo assim, ele ponderou que a rivalidade entre as grandes redes � intensa e enfatizou que vem sendo forte a expans�o nos �ltimos anos mesmo em mercado com forte concorr�ncia. "A alta da venda de bens dur�veis tem estimulado a entrada em mercados ainda n�o explorados", comentou.
Ragazzo citou, como exemplos, que nos planos da rede concorrente Magazine Luiza est� prevista atua��o em todos os estados do Pa�s e, no caso das Casas Bahia, a inaugura��o de mais 200 lojas nos pr�ximos anos. "O que pode ocorrer no curto prazo � a exist�ncia de fortes e poucos agentes", previu o relator. A atua��o das redes varejistas analisadas pelo Cade leva em considera��o as "lojas especializadas", que s�o as que oferecem basicamente tr�s grupos de produtos em uma cesta padr�o de quatro grupos: linha branca, linha marrom, m�veis e telefonia.
Para fazer sua an�lise, Ragazzo definiu o mercado geogr�fico aos munic�pios e, no caso de cidades maiores, aos bairros. O relator citou tamb�m a concorr�ncia proveniente das vendas de lojas virtuais. Apesar da constata��o de sobreposi��es horizontais causadas pela uni�o das empresas em algumas cidades do Pa�s, principalmente do Nordeste, ele pontuou que h� um crescente aumento da concorr�ncia local. "A opera��o � pr�-competitiva", avaliou.
O conselheiro Marcos Ver�ssimo lembrou que h� outros casos pendentes de julgamento do mesmo segmento. "� um setor em que h� pouca informa��o dispon�vel", disse, salientando que o modelo de "lojas especializadas" � t�pico brasileiro, n�o podendo ser espelhado em outros tipos de neg�cio similares no mundo. "� um setor que vem se concentrando e pode ter escala ainda maior do que aquelas que j� apareceram, ent�o � importante ter um caminho de an�lise consistente", acrescentou. Ver�ssimo � o relator dos atos de concentra��o envolvendo o P�o de A��car com o Ponto Frio e as Casas Bahia.
O conselheiro Ricardo Ruiz comentou que, se o agente fosse local a disputa seria no munic�pio, mas em alguns casos, vai "muito al�m disso". "As redes n�o fazem compra em escala municipal, mas em escala nacional. A concorr�ncia a� � vertical: entre a rede e o fornecedor da linha branca, marrom, o que for", argumentou. Ele lembrou que grandes redes de supermercados, como Walmart e Carrefour fazem, muitas vezes, compras internacionais e competem em escala menor, at� de bairros de cidades. "Temos que trabalhar com m�ltiplas escalas. Em muitas, o regional � dominante. Em outras, n�o."
Ruiz disse que o Cade n�o abre m�o de ter uma competi��o forte e sedimentada quando o plen�rio analisa um caso. "Temos que ter pelo menos tr�s atores razoavelmente estruturados para fazer concorr�ncia face a face com o consumidor.
J� o conselheiro Alessandro Octaviani destacou que a forma de avaliar esse tipo de opera��o implica na formula��o de rem�dios que podem ser insuficientes nos mercados locais e, por isso, o Cade pode ter como foco os centros de distribui��o. "Isso pode ser uma estrada para nossa an�lise", disse. A decis�o do Cade segue a recomenda��o da Secretaria de Acompanhamento Econ�mico (Seae), do Minist�rio da Fazenda. Aquisi��o da Drogaria Panda pela Raia Drogasil tamb�m � aprovada
O Cade tamb�m aprovou nesta quarta-feira, por unanimidade, a aquisi��o de cinco pontos comerciais da Drogarias Panda pela Raia Drogasil. Por meio dessa opera��o, a Raia Drogasil passar� a atuar nas cidades de Cuiab� e V�rzea Grande (MT).