A Confedera��o Nacional da Ind�stria (CNI) avalia que a recupera��o do n�vel de atividade de mar�o (56,6 pontos, ante 46 5 pontos, em fevereiro) � sinal bastante positivo, mas ainda n�o pode ser uma tend�ncia de recupera��o da produ��o. O dado faz parte da pesquisa "Sondagem Industrial", divulgada nesta quarta-feira. Conforme argumentou o economista da CNI Renato da Fonseca na apresenta��o do estudo, um dos principais problemas que impede realizar proje��es otimistas � o fato de os estoques continuarem elevados, principalmente entre as grandes empresas. Ou seja, pode haver demora para que seja obtido equil�brio entre aumento da produ��o e redu��o de estoques. Cauteloso, Fonseca disse que para a ind�stria a tend�ncia � de estabilidade no ritmo da produ��o nos pr�ximos meses, mas sem desconsiderar possibilidade de queda. "Depende de como as empresas v�o reverter seus estoques", disse.
"O pior momento j� passou, mas a velocidade de recupera��o ser� lenta", avaliou Marcelo Azevedo, que tamb�m � economista da CNI, destacando que estoques e dificuldades de acesso ao cr�dito continuam preocupando a ind�stria brasileira. O n�vel de estoque efetivo em rela��o ao planejado marcou 51,6 pontos em mar�o (ante 52,1 pontos, em fevereiro). Nesse estudo, em uma escala de zero a cem, os valores acima de 50 indicam aumento da atividade, do emprego, ac�mulo de estoques indesejados e n�vel de Utiliza��o de Capacidade Instalada (UCI) acima do usual. Ou seja estoque acima de 50 pontos est� al�m do desejado. E a situa��o fica pior entre as grandes empresas, nas quais o n�vel de estoques efetivos em rela��o ao esperado chegou a 54,2 pontos em mar�o (ante 53,9 pontos em fevereiro).
"Outro fator preocupante � a dificuldade de acesso a cr�dito", argumentou Fonseca. Ele destacou que a queixa n�o envolve o custo dos empr�stimos, mas a falta de cr�dito dispon�vel no mercado. O economista disse que empresas que at� pouco tempo atr�s captavam empr�stimos externos n�o est�o realizando opera��es semelhantes, em reflexo da crise internacional. O indicador de acesso ao cr�dito referente ao primeiro trimestre de 2012 marcou 42,5 pontos (ante 44,5 pontos no �ltimo trimestre do ano passado), ou seja, na faixa "negativa", que fica abaixo da linha divis�ria de 50 pontos da Sondagem Industrial.
Al�m da dificuldade de acesso a cr�dito pela ind�stria, Fonseca destacou que diante do cen�rio de crise internacional, a economia brasileira est� atualmente bastante dependente do mercado interno e que recentemente os compradores brasileiros t�m diversificado suas compras. "H� uma substitui��o de parte do consumo", afirmou, lembrando que servi�os, viagens e divers�o disputam atualmente com os produtos industriais a aten��o - e o dinheiro - do consumidor brasileiro.
A concorr�ncia dos importados tamb�m preocupa a ind�stria. Sobre esse aspecto, Fonseca disse que a aprova��o da resolu��o 72, que acaba com a guerra dos portos, ao unificar a al�quota de ICMS nas opera��es interestaduais com produtos importados, � medida positiva para a ind�stria brasileira. "Os setores tradicionais sofrem muito com a concorr�ncia dos importados", disse. Al�m da concorr�ncia dos importados, a CNI reclama do patamar do c�mbio, e afirma que � preciso avan�ar em outros quesitos, como log�stica, tributa��o e educa��o.
Os produtos importados, especialmente da China, n�o geram preocupa��o apenas em rela��o ao mercado brasileiro. Segundo Fonseca, o Brasil est� perdendo espa�o para os produtos chineses tamb�m nas exporta��es para parceiros comerciais pr�ximos, da Am�rica Latina, como a Argentina. "Eles est�o nos deslocando", completou.
A pesquisa divulgada nesta quarta-feira, no entanto, apresenta �ndices de expectativas otimistas para os pr�ximos seis meses. O indicador de demanda alcan�ou 59,9 pontos para abril (ante 60,4 pontos, em mar�o). O indicador de expectativa da quantidade exportada chegou a 52,1 pontos para abril (51,2 pontos em mar�o). O indicador referente a compra de mat�rias-primas de abril chegou a 57,4 pontos (frente 57,5 pontos, em mar�o). J� o indicador de expectativas quanto ao n�mero de empregados atingiu 52,9 pontos em abril ante 53,3 pontos, em mar�o.