O Santander estuda redu��o de juros em linhas de cr�dito para pessoas f�sicas e empresas, segundo o presidente do banco, Marcial Portela. "Estamos revisando as nossas taxas." Portela destaca que esse � um processo que est� come�ando agora, em meio a queda dos juros b�sicos da economia. "Podemos estar no in�cio de uma nova realidade no sistema financeiro brasileiro; muita coisa vai ser revista."
Na semana passada, o banco anunciou redu��o de juros em algumas linhas para pequenas empresas. Na pessoa f�sica n�o houve cortes mas o banco lan�ou uma nova conta corrente com tarifas e juros diferenciados.
Sobre rumores de que o banco no Brasil estaria sendo vendido para Bradesco ou Banco do Brasil, Portela afirmou que "s�o absolutamente falsos". O executivo disse que o Santander � comprador.
O Brasil j� � o principal mercado para o banco espanhol no mundo. O Santander Brasil respondeu por 27% do resultado global do banco, acima dos pa�ses da Europa (25%) e Reino Unido (25%). A participa��o brasileira era de 25% no primeiro trimestre do ano passado e pode chegar a 30% ou um pouco acima, segundo Portela.
Crescimento
Portela disse que o Santander vai crescer de forma criteriosa no Brasil. "A atividade comercial do banco est� forte, especialmente no varejo. Os resultados (do primeiro trimestre) colocam o banco com potencial de crescimento de forma criteriosa", afirmou o executivo.
No segundo semestre, o executivo destaca que o crescimento do cr�dito ser� bem mais expressivo que nos primeiros seis meses. O banco quer crescer em linha com o mercado, na casa dos 15% a 16% destaca Portela. "Vamos continuar no mesmo patamar do mercado."
O n�vel de inadimpl�ncia no Brasil � sempre superior a pa�ses como Chile, M�xico e Espanha, destaca Portela. "Aqui tamb�m h� n�veis de spread maiores", disse. Spread � a diferen�a entre a taxa de juros que o banco paga para captar recursos e a que ele empresta.
Inadimpl�ncia
As taxas de inadimpl�ncia do Santander podem subir mais no segundo trimestre, segundo Portela. O executivo acredita que o indicador deve atingir estabilidade ou at� come�ar a cair a partir do terceiro trimestre deste ano. "Em termos de inadimpl�ncia e provis�es, estamos na mesma dire��o que o mercado", disse Portela, destacando que os principais concorrentes do Santander tamb�m est�o aumentando provis�es para perdas com cr�dito ante a alta dos calotes.
O executivo destaca que um dos ind�cios da tend�ncia de alta da inadimpl�ncia � que a taxa de calotes para per�odos mais curtos (acima de 60 dias) subiu no primeiro trimestre. O aumento das taxas de calotes para per�odos menores foi puxado pela carteira de empresas, que subiu de 2,9%, em dezembro, para 3,2% em mar�o. Na pessoa f�sica, ficou est�vel, em 8,4%.
Portela avalia que o segundo semestre deste ano dever� ter economia mais aquecida e, por isso, ser bem melhor que o primeiro per�odo e ajudar os neg�cios do banco.
Carteira de cr�dito
O Santander vendeu no primeiro trimestre uma carteira de cr�dito em atraso de R$ 700 milh�es. Esses empr�stimos estavam quase sendo baixados para preju�zos e, sem essa opera��o, a taxa de inadimpl�ncia do banco no primeiro trimestre seria maior que a divulgada.
O banco fechou mar�o com taxa de inadimpl�ncia, considerando os atrasos acima de 90 dias no padr�o cont�bil brasileiro, de 4,5%. Sem a venda dessa carteira, o indicador subiria para 4,8%. A carteira vendida estava 100% provisionada e era formada por v�rias linhas de cr�dito.
O presidente do banco destaca que � estrat�gia da institui��o se desfazer de carteiras assim. Portela diz que o banco trabalha com a expectativa de que as despesas com provis�es para devedores duvidosos (PDD) fiquem no mesmo patamar no segundo trimestre quando comparada ao primeiro. As despesas com PDD somaram R$ 3,4 bilh�es entre janeiro e mar�o, alta de 25% em 12 meses.