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Estado de Minas

Ganho da poupan�a vai cair com Selic em baixa

Rendimento da caderneta ser� de 70% da taxa b�sica com essa abaixo de 8,5%, mais a TR. Mudan�a vale a partir de hoje para contas e dep�sitos novos, mas por ora nada muda


postado em 04/05/2012 06:00 / atualizado em 04/05/2012 08:03

O governo mudou ontem a regra para a remunera��o da caderneta de poupan�a. A partir de agora, sempre que a taxa de juros b�sicos da economia atingir 8,5% ou menos, a corre��o da caderneta deixa de ser feita com base na taxa fixa de 6,17% mais Taxa Referencial (TR) e passa a ser de 70% da Selic, fixada a cada 45 dias pelo Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) do Banco Central (BC). Hoje a Selic est� em 9%. A pr�xima reuni�o do Copom ser� nos dias 29 e 30. A medida vale para os dep�sitos feitos a partir de hoje. A aplica��o continuar� isenta do Imposto de Renda (IR). Com a medida, o atual piso de remunera��o da mais tradicional modalidade de investimentos do pa�s, que vigora desde 1861, poder� cair.

“N�o h� rompimento de contratos, nenhuma usurpa��o de direitos, nenhum preju�zo para os atuais detentores de cadernetas de poupan�a”, sustentou o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Ao alterar a regra do rendimento da caderneta, al�m de evitar uma migra��o indesej�vel dos aplicadores em fundos para a poupan�a no caso de a Selic cair para o n�vel de 8,5% a 8%, o governo est� for�ando a redu��o da taxa de administra��o dos fundos.

De acordo com o consultor e professor de finan�as, Paulo Vieira, hoje essa taxa contribui com um peso alto demais na conta do investidor, pelo menos no caso dos fundos de renda fixa. “Por menor que seja, a taxa de administra��o est� punindo demais o investidor. Quando a Selic estava em 40%, pagar 1% de taxa ao ano sobre o rendimento era pouco. Mas se a Selic for a 8%, uma taxa de 1% ao ano virou uma pancada. Representa 12% sobre o ganho do investidor”, diz.

A medida ter� impacto no bolso dos poupadores, ainda que pequeno. Se na pr�xima reuni�o da autoridade monet�ria a Selic cair para 8,5% ao ano, o rendimento anual para os investidores da poupan�a que t�m R$ 10 mil aplicados sai de R$ 642 para R$ 620. Se a taxa cair ainda mais, para 8%, por exemplo, o poupador deixar� de ganhar R$ 64 num ano. O an�ncio das altera��es mexeu com a vida de quase cem milh�es de brasileiros. Hoje, existem 98 milh�es de poupadores na caderneta, 79% deles com um saldo de at� R$ 2.000. Os dados s�o da Associa��o Brasileira das Entidades de Cr�dito Imobili�rio e Poupan�a (Abecip).

Desconfian�a

Diante da altera��o inevit�vel, j� h� quem demonstre avers�o � boa e velha aplica��o. “Desde a �poca do Collor (confisco da poupan�a por Fernando Collor de Mello, mar�o de 1990), nunca mais pus dinheiro na poupan�a. Essa aplica��o era a coisa mais segura do pa�s. Naquele per�odo, o dinheiro dos meus pais ficou preso e eles ficaram sem nada”, diz Maria Helena Mansur, presidente da Associa��o dos Funcion�rios Aposentados do Estado de Minas Gerais. Aldenora Gon�alves Barbella, diretora de seguridade da Associa��o de Aposentados e Pensionistas em Telecomunica��es, teve outra rea��o. “A minha preocupa��o � que as regras das contas atuais sejam mantidas. A poupan�a � uma aplica��o financeira sem burocracia. Se a gente precisar de um dinheirinho, vai l� e pega. Voc� faz a movimenta��o de acordo com as suas necessidades”.

Segundo Mantega, as cadernetas de poupan�a continuar�o com a versatilidade e simplicidade que possuem hoje. “Qualquer soma pode ser aplicada a qualquer momento. A liquidez � di�ria. Se o aplicador precisar retirar uma parte do dinheiro, isso poder� ocorrer”, declarou. A mudan�a vale somente para dep�sitos feitos a partir de hoje e tem como objetivo proporcionar condi��es ao Banco Central para reduzir ainda mais os juros b�sicos da economia brasileira. Desde agosto do ano passado, com o novo agravamento da crise financeira internacional, o BC baixou os juros em seis ocasi�es. A taxa, que estava em 12,5% ao ano, recuou 3,5 pontos percentuais.

Rea��o boa O mercado reagiu bem ao an�ncio. Alex Agostini, economista-chefe da consultoria Austin Rating, a credita que a medida � importante porque, do ponto de vista do governo era necess�ria para que os juros b�sicos da economia brasileira continuem a cair, estimulando o crescimento face � crise na Europa. “O Brasil avan�a e se moderniza em termos financeiros. Foi importante n�o mexer nos dep�sitos antigos. Agora � esperar para ver a rea��o dos investidores”, analisa. O consultor Miguel Daoud, da Global Financial Advisor, compartilha a mesma opini�o. “As medidas foram inteligentes. N�o ferem em nada o princ�pio do direito adquirido e ve�m de encontro � necessidade de reduzir os juros no pa�s”, sustenta.

A altera��o nas regras da poupan�a foi necess�ria porque a remunera��o da caderneta estava ficando mais atrativa do que a dos fundos de investimento, que funcionam como lastro para o governo rolar a d�vida interna do pa�s e para promover investimentos, como � caso do Programa de Acelera��o do Crescimento (PAC). O risco que se corria era que os dep�sitos nesses fundos, que somam R$ 1,84 trilh�o, debandassem para a poupan�a, impedindo o pa�s de se refinanciar. O dinheiro depositado na mais tradicional aplica��o brasileira s� pode ser usado para o financiamento casa pr�pria e da agricultura no pa�s. (Com ag�ncias)


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