O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que, apesar de os juros reais estarem entre 3,5% e 4% ao ano, ainda s�o elevados, embora tenham sido reduzidos de forma expressiva nos �ltimos anos. Mantega, contudo, disse que a diminui��o desses juros n�o permitiu a expans�o da demanda do setor privado por cr�dito como o governo esperava. "Vivemos uma situa��o em que o setor privado contrai o cr�dito", destacou, durante palestra no Semin�rio Brasil 2020 - Rumos da Economia, realizado em S�o Paulo pela revista Brasileiros.
De acordo com o ministro, a desacelera��o do n�vel de atividade registrada desde o segundo semestre de 2011 colaborou um pouco para a eleva��o da inadimpl�ncia de opera��es comerciais de consumidores. "A inadimpl�ncia subiu, mas est� em patamares controlados", ressaltou.
Mantega destacou que os bancos orientaram suas ag�ncias a serem mais seletivas na concess�o de cr�dito � popula��o, o que para ele � um fator negativo e que n�o deveria ocorrer em um contexto de economia com infla��o sob controle e taxa Selic em trajet�ria de queda desde agosto. "A solu��o para esse problema (inadimpl�ncia) � aumentar o volume de cr�dito e reduzir os spreads", disse.
Bancos privados
O ministro voltou a criticar os bancos privados, dizendo que mesmo com a Selic em queda desde agosto os cortes feitos pelo Banco Central n�o geraram taxas menores de juros nas opera��es financeiras contratadas naquelas institui��es. "Selic menor n�o se traduziu em queda de juros ao consumidor", disse.
Os coment�rios de Mantega reverberam a cruzada da presidente Dilma Rousseff contra o spread banc�rio alto, que foi objeto central de seu pronunciamento em cadeia nacional de r�dio e TV relativo � celebra��o do Dia do Trabalho. "O custo financeiro continua muito elevado", afirmou Mantega.
Para o ministro, o cr�dito no Brasil "n�o est� crescendo a contento". Segundo ele, o "cr�dito em 2012 se expande a uma taxa inferior � desejada" para estimular o n�vel de atividade. "Esse � um problema que precisamos enfrentar".