(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Juro real caminha para a meta da presidente Dilma

Taxa estimada pelo mercado na sexta-feira deixa pa�s a tr�s d�cimos do que a presidente Dilma projetava para 2014: 2%


postado em 06/05/2012 07:35 / atualizado em 06/05/2012 07:39

Rio de Janeiro e S�o Paulo – A inten��o da presidente Dilma Rousseff de levar a taxa de juros real para 2% j� foi quase cumprida, faltando ainda mais de dois anos e meio para o fim do seu mandato. Na sexta-feira, a principal taxa de juros de mercado de um ano, das transa��es envolvendo bancos e grandes empresas (e que baliza todas as outras taxas), caiu em termos reais para 2,3% ao ano.

Esse juro, conhecido no mercado como ‘swap’ de 360 dias, tende a antecipar os movimentos da Selic, a taxa b�sica de juros calibrada pelo Banco Central (BC). Em termos nominais, o swap de 360 dias fechou na sexta-feira em 7,99%. Com a expectativa de infla��o do mercado de 5,53% nos pr�ximos 360 dias, isso significa uma taxa real, isto �, descontada da infla��o, de 2,3%. "Se de fato o pa�s conseguir alcan�ar a estabilidade das taxas de infla��o sob taxas de juros reais mais reduzidas, podemos estar assistindo a uma melhora institucional hist�rica", comenta Thiago Curado, economista da consultoria Tend�ncias.

A queda dos juros foi acentuada no fim da semana passada, com a flexibiliza��o das regras da caderneta de poupan�a. A rentabilidade fixa dessa aplica��o representava obst�culo crescente � redu��o da Selic, taxa b�sica de juros, para abaixo dos atuais 9%. Agora, j� h� proje��es de corte da taxa para n�veis at� abaixo de 8%.

Dilma tamb�m enfrentou bancos privados para que o ‘spread’ – a margem acima dos juros de capta��o pelos bancos – cobrado no cr�dito para pessoas f�sicas e a grande maioria das empresas tamb�m caia para n�veis compat�veis com os do resto do mundo.

Baixar a taxa era promessa de campanha da presidente Dilma Rousseff(foto: Roberto Stuckert Filho/PR19/4/12) )
Baixar a taxa era promessa de campanha da presidente Dilma Rousseff (foto: Roberto Stuckert Filho/PR19/4/12) )

De qualquer forma, o n�vel atual do juro real no ‘swap’ de 360 dias representa uma extraordin�ria queda, de mais de 20 pontos percentuais, num per�odo de 10 anos. Hoje, o juro real de 2,3% � precisamente 10 vezes menor do que o de 23%, que foi atingido em meados de 2002.

A etapa final do processo come�ou quando o Banco Central, no final de agosto de 2011, surpreendeu os analistas cortando a Selic de 12,5% para 12%. Apesar das cr�ticas, o BC viu confirmarem-se suas expectativas tanto de uma desacelera��o forte da economia, pelo aperto monet�rio de 2010 e 2011 e pelas medidas macroprudenciais de controle de cr�dito, quanto do efeito desinflacion�rio da fraqueza da economia global.

INFLA��O A grande d�vida, por�m, � se a enorme queda do juro real dos �ltimos anos � sustent�vel e n�o vai provocar um surto de press�es inflacion�rias que obrigaria o BC a elevar fortemente a Selic (e, consequentemente, os juros reais de mercado) mais adiante. Para Curado, da Tend�ncias, uma taxa de juro no n�vel atual, pouco acima de 2%, s� � vi�vel enquanto houver press�es desinflacion�rias provenientes da economia global. "Frente a uma recupera��o do cen�rio externo, ser� necess�rio elevar as taxas de juros", ele projeta.

O economista Alexandre Schwartsman, da Schwartsman & Associados, diz achar "dif�cil que essa taxa de juro real atual n�o estimule extraordinariamente a atividade econ�mica". Ele lembra a met�fora da pol�tica monet�ria como a �gua do chuveiro, que �s vezes demora a esquentar, levando a pessoa a abrir demais a torneira quente at� que um jato escaldante quase queime sua pele. "Existem defasagens no efeito da queda da taxa de juros sobre a atividade", ele diz, preocupado com um repique forte da infla��o.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)