O lento ajuste dos estoques nas f�bricas, provocado pela redu��o na demanda dom�stica e nas exporta��es, deve adiar a retomada da produ��o da ind�stria para o segundo semestre. Em abril, um ter�o dos 31 ramos industriais mais importantes estava com estoques excessivos, revela a Sondagem Conjuntural da Ind�stria de Transforma��o da Funda��o Get�lio Vargas (FGV).
Dos dez setores, que incluem desde carros e confec��es at� materiais de constru��o, seis deles estavam superestocados em setembro de 2011 e continuavam com volume excessivo de produtos no m�s passado.
Nem mesmo as decis�es tomadas pelo governo para acelerar a economia - como o corte nos juros b�sicos em 3,5 pontos desde julho de 2011, a revers�o das medidas macroprudenciais no fim do ano passado e a tentativa de desobstruir o cr�dito aumentando a oferta de financiamento mais barato nos bancos oficiais - surtiram efeito at� agora para impulsionar a atividade, observa o economista-chefe da LCA Consultores, Br�ulio Borges.
Em mar�o, a produ��o industrial decepcionou: caiu 0,5% em rela��o a fevereiro e 2,1% ante mar�o de 2011. Foi a s�tima queda anual seguida. De olho nos resultados p�fios, o Banco Central mudou o discurso na �ltima ata do Copom em rela��o � anterior e deixou em aberto a possibilidade de continuar a cortar os juros para acelerar a atividade.
Demanda
No m�s passado, quase 70% dos fabricantes de resinas, produto intermedi�rio usado por outras ind�strias e que funciona como term�metro de v�rios setores, tinham estoques excessivos, aponta a FGV. A pesquisa ouviu 1.114 empresas da ind�stria de transforma��o como um todo.
Os estoques tamb�m pesam no segmento de materiais de constru��o. Cerca de um ter�o (32,2%) dos fabricantes de produtos metal�rgicos para constru��o e 29,2% das ind�strias de minerais n�o met�licos acumulam volumes indesej�veis de produtos. O quadro se repete entre os fabricantes de �nibus e caminh�es, confec��es, autom�veis, embalagens pl�sticas, nos quais a fatia de empresas superestocada � de 25,1%, 24,1%, 13,6% e de 11,9%, respectivamente.
“A ind�stria s� vai acelerar a produ��o se a demanda melhorar e os estoques diminu�rem”, diz o coordenador t�cnico da sondagem, Jorge Ferreira Braga.
O encalhe � confirmado pelos fabricantes. Roberto Chadad, presidente da Associa��o Brasileira do Vestu�rio (Abravest), que representa 25 mil confec��es, diz que sobra produto no segmento popular, cujo estoque equivale a 45 dias de venda.“O quadro � preocupante”, afirma Walter Cover, presidente da Associa��o Brasileira das Ind�strias de Materiais de Constru��o (Abramat). Ele diz que o desempenho do quadrimestre veio abaixo do esperado. Cresceu 3% em rela��o a 2011 e a expectativa era 5%. “Num primeiro momento, os estoques sobem. O passo seguinte � reduzir produ��o.