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Estado de Minas

Juros caem e amea�a agora � alta de pre�os


postado em 08/05/2012 06:00 / atualizado em 08/05/2012 06:52

As empresas brasileiras do ramo do varejo de eletrodom�sticos e eletroeletr�nicos, financeiras e bancos de montadoras, corretoras de valores, al�m dos pr�prios bancos, ter�o que se adaptar � nova realidade de mercado no Brasil para n�o perderem lucratividade. Os instrumentos para isso v�o desde o lan�amento de novas formas de investimento, mais arriscadas e, por isso mesmo, mais lucrativas, no caso das corretoras, at� o aumento dos pre�os dos produtos, como � o caso das revendas de autom�vel. A estimativa da pesquisa Focus, do Banco Central, mostra que a expectativa do mercado sobre os principais indicadores econ�micos do pa�s � de corte de 0,50 ponto percentual na Selic, o que levaria a taxa b�sica de juros a 8,50% ao ano. Mas esse movimento n�o deve parar por a�.

Andr� Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimento, avalia que a proje��o de 8,5% ao ano ainda � t�mida para o apetite do mercado, mas explica que a maior preocupa��o com a retra��o na taxa � o reaparecimento da infla��o � frente. Ele lembra que no Brasil o governo arrecadou muito com juros, mas tamb�m sempre “devolveu” aos empres�rios na mesma moeda. “Agora, com os juros caindo, toda a sociedade ter� de se readequar, porque esse tipo de repasse perdeu o sentido. As f�bricas de autom�veis ganhavam muito no financiamento dos produtos e esses ganhos ser�o reduzidos”, observa Perfeito. L. F. A., gerente comercial de uma revenda de autom�veis em Belo Horizonte que n�o quis se identificar, explica que uma das alternativas para manter os ganhos ser� aumentar os pre�os dos ve�culos a partir de junho. “Em maio os pre�os ser�o mantidos, mas junho � outro m�s e outro estudo”, avisa.

No ano passado, o cr�dito para aquisi��o de ve�culos para pessoas f�sicas foi de 4,8% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, representando 9,9% do total de cr�dito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e 30,8% do total destinado �s pessoas f�sicas, num volume de R$ 200,6 bilh�es. Os dados s�o da Associa��o Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef). Entre as empresas ligadas ao varejo que lucram com financiamento, o peso dos juros no faturamento e nos lucros � praticamente uma caixa-preta. “Essa informa��o n�o � muito divulgada”, reconhece o gerente da concession�ria de ve�culos ouvido pelo Estado de Minas.

Altera��o nas aplica��es

A mudan�a da realidade dos juros no Brasil tamb�m est� fazendo as corretoras de valores modificarem o mix de produtos que oferecem aos clientes. Na Gradual Investimento, a �rea de asset management (gest�o de recursos de terceiros) j� est� oferecendo novos produtos direcionados aos investidores mais ousados. “Ajudamos a planejar a aposentadoria e estamos fornecendo uma s�rie de servi�os para dar mais suporte aos clientes. Quem n�o implementar mudan�as n�o vai sobreviver”, diz Andr� Perfeito. De acordo com ele, empres�rios de outros segmentos est�o na mesma situa��o.

"Eles ter�o que criar mais efici�ncia.” � o caso do setor varejista do pa�s, no qual o grande neg�cio deixou de ser a venda dos eletrodom�sticos. “A venda desses produtos virou quase uma desculpa para o segmento ganhar dinheiro com juros”, sustenta o economista. Para L�cio Costa, dono da Suggar, as redes varejistas s�o menos comerciantes do que financeiras. “Nas letras pequenas dos an�ncios voc� v� que os juros s�o de 4,8% e 6,4% ao m�s, mas os brasileiros est�o mais preocupados se a presta��o vai caber no bolso do que com quanto est�o gastando com juros.”

Taxa pode voltar a subir

Apesar de reduzirem a previs�o da taxa b�sica de juros para 2012, os analistas do mercado financeiro ouvidos pelo boletim Focus, divulgado ontem pelo Banco Central, mantiveram a aposta de que a Selic subir� a 10% no fim do ano que vem. Para o �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA), a proje��o foi mantida em 5,12% neste ano. Para 2013, a expectativa foi elevada pela segunda semana consecutiva, saindo de 5,50% para 5,53%. J� os analistas do top 5 – o grupo que mais acerta as previs�es – acreditam que a Selic cair� em 2012 e em 2013. A mediana de suas previs�es de m�dio prazo caiu de 9% para 8,50% neste ano, e de 9% para 8,75% em 2013. Esse mesmo grupo v� um IPCA em 5,03% em 2012. Na semana passada, eram 4,99%. Para 2013, a expectativa de infla��o foi mantida em 5,40% pela terceira semana consecutiva.

“A eleva��o da expectativa do mercado para a queda dos juros se d� pela vontade do governo de reduzir essa taxa e pela atividade econ�mica no Brasil. Mas esperamos uma alta de pre�os decorrente do fato de que boa parte dos produtos que s�o financiados eram usados para vender juros. O consumidor comprava um contrato e levava para casa uma geladeira ou um autom�vel. Com a redu��o dos juros, os pre�os ao consumidor devem ser corrigidos porque as empresas v�o perder ganhos”, diz Miguel Daoud, s�cio-diretor da Global Financial Advisor.

A previs�o do relat�rio Focus mostra que os analistas se dobraram � estrat�gia da equipe econ�mica do governo, muito criticada entre agosto e setembro de 2011, quando o BC resolveu baixar a Selic mesmo com a infla��o em alta. “O governo est� aproveitando a mudan�a do cen�rio internacional e importando defla��o. A redu��o da Selic est� sendo permitida pela conjuntura”, acredita Daoud.

O problema, segundo ele, � que, se o governo n�o fizer mudan�as estruturais como a redu��o de impostos e melhoria da infraestrututa do pa�s, o processo inflacion�rio pode voltar. Alcides Leite, professor da Trevisan Escola de Neg�cios, por outro lado, aposta num espa�o ainda maior para a redu��o dos juros. “Acredito na possibilidade de controlar o aumento dos pre�os”, diz. (ZF)


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