A alta do d�lar, superior a 5% nos �ltimos 30 dias, ainda traz benef�cios restritos �s empresas exportadoras, al�m de amea�ar o mercado interno com um potencial reaquecimento do ritmo inflacion�rio. Na avalia��o do vice-presidente da Associa��o de Com�rcio Exterior do Brasil (AEB), Jos� Augusto de Castro, apesar de a taxa de c�mbio definir a rentabilidade das empresas e dar competitividade aos produtos manufaturados, o d�lar em R$ 1,92 ainda � virtual para as companhias exportadoras. "N�o � garantia de que esse seja o valor na data da entrega dos produtos", disse Castro, lembrando que exportador vende por uma quantia e corre o risco de receber por outro valor. "A dificuldade hoje � justamente n�o saber qual esse valor", afirmou.
Segundo o vice-presidente da AEB, os pre�os "ainda nas alturas" de min�rio de ferro, petr�leo e soja deveriam fazer com que esses produtos da pauta exportadora brasileira se descolassem do cen�rio pessimista. "No entanto, os mercados externos se contra�ram como um todo e o exportador ter� de oferecer algo mais do que pre�o", disse.
O economista F�bio Silveira, s�cio-diretor da RC Consultores, concorda. A alta da moeda dos Estados Unidos chega em um momento de crescimento menor da demanda externa e pode impedir poss�veis benef�cios para a balan�a comercial, com aumento nas exporta��es.
Ele lembra que a alta do d�lar j� trouxe reflexos para os �ndices oficiais de infla��o. "Os IGPs j� come�aram a subir e o IPC-Fipe est� engordando", avaliou. "Por isso, a avalia��o � de que a taxa de c�mbio chegou ao teto. Na balan�a comercial, at� haver� um est�mulo, mas n�o vai mudar muito o perfil das exporta��es porque a pauta est� definida e o pre�o m�dio dos produtos ser�, em m�dia, menor que o do ano passado."
De acordo com Silveira, o desempenho de produtos manufaturados, como t�xteis, que poderiam ser os mais beneficiados pela desvaloriza��o do real, ser� limitado. "Esses produtos estavam t�o enfraquecidos no come�o deste ano que uma recupera��o ser� insuficiente. Na margem, n�o ir�o superar a receita do ano passado em d�lar porque as perdas j� foram grandes", disse.
Segundo Silveira, um impacto positivo na balan�a comercial pode vir da retra��o das importa��es provocada pela alta do d�lar. Na avalia��o da RC Consultores, o pre�o m�dio da moeda norte-americana deve ficar em R$ 1,85 em 2012, ante R$ 1,67 no ano passado. "Mas a alta n�o pode ir muito al�m no curto prazo porque traz de volta a quest�o da infla��o, que � muito desconfort�vel", afirmou.