A secret�ria de Com�rcio Exterior do Minist�rio do Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior (MDIC), Tatiana Lacerda Prazeres, assegurou hoje, no Rio de Janeiro, que n�o interessa para o Brasil que a situa��o econ�mica se deteriore na Argentina, apesar do protecionismo praticado por aquele pa�s.
Ela falou sobre o tema Desafios do Com�rcio Exterior para membros da Associa��o de Com�rcio Exterior do Brasil (AEB), na Sociedade Nacional de Agricultura (SNA). A secret�ria admitiu que em momentos de crise, alguns pa�ses podem praticar o protecionismo. Mas ressaltou que a orienta��o do governo brasileiro � de combater o protecionismo. “O Brasil tem sido incisivo em questionar barreiras de outros pa�ses e essa orienta��o tende a se refor�ar”, disse.
Tatiana esclareceu que a medida sinalizada pelo governo brasileiro foi financiar as exporta��es brasileiras para a Argentina ou as importa��es argentinas de produtos oriundos do Brasil. Essa possibilidade ocorreria somente se houvesse acordo com os argentinos de que isso poderia desbloquear as exporta��es brasileiras para o pa�s.
“O que ocorre � que a Argentina representa hoje um grande desafio para o Brasil. As exporta��es brasileiras para o mercado argentino ca�ram e n�o interessa para o Brasil que a situa��o econ�mica na Argentina se deteriore. Um bom desempenho econ�mico da Argentina � importante para o Brasil e para o com�rcio exterior do brasileiro”.
A Argentina perdeu participa��o relativa na pauta de exporta��es brasileira. Hoje est� na faixa de 10% do total, mas no passado recente chegou a 12% ou 13%. Na avalia��o da secret�ria, a Argentina � muito importante para os produtos manufaturados do Brasil. “Quase 90% do que o Brasil exporta para a Argentina s�o produtos manufaturados. Portanto, � um mercado muito importante e n�o conv�m para o Brasil que piore a situa��o na Argentina”, destacou. O pa�s � o terceiro destino das exporta��es brasileiras no acumulado de 2012, repetindo o que ocorreu no ano passado.
Em rela��o � possibilidade de o protecionismo na Am�rica do Sul vir a prejudicar o Brasil em um acordo entre a Uni�o Europeia e o Mercosul, Tatiana analisou que os europeus s�o muito protecionistas no com�rcio agr�cola e t�m dificuldades em liberalizar esse mercado.
Ela lembrou que o Brasil e o Mercosul tamb�m t�m seus interesses. A negocia��o, contudo, segue em curso. Houve, segundo a secret�ria, avan�os na negocia��o de regras. A pr�xima etapa ser� a apresenta��o de ofertas. “H� interesses ofensivos e defensivos dos dois lados. � uma negocia��o que segue com muita confian�a”.
Tatiana admitiu que, a partir da presid�ncia brasileira no Mercosul, prevista para julho pr�ximo, h� possibilidade de que o acordo avance mais. “� poss�vel, desde que os europeus demonstrem abertura para negociar aspectos que nos interessam”. Entre eles, destacou os aspectos agr�colas e salvaguardas para proteger a ind�stria nascente.
“Cada pa�s membro do Mercosul tem seus interesses e preocupa��es. Mas, h� um esfor�o de harmoniza��o. Tamb�m do lado europeu, a atua��o � coordenada, em bloco”. A secret�ria ressaltou que os membros do Mercosul continuam atuando em bloco nas negocia��es internacionais.