Uma for�a-tarefa envolvendo sete �rg�os p�blicos investiga um esquema de sonega��o fiscal e pirataria de cal�ados envolvendo as seis maiores ind�strias do polo cal�adista de Nova Serrana, no Centro-Oeste de Minas. A suspeita � de que essas empresas se aproveitavam do alto volume de produ��o para manter f�bricas de t�nis falsificados por tr�s dos panos. A investiga��o aponta inicialmente que a sonega��o � de R$ 12 milh�es anuais, mas auditoria nos documentos apreendidos pode revelar o tamanho exato do rombo e para quais cidades seguiam os fornecimentos. Mais de 200 servidores p�blicos deflagram ontem a Opera��o Lava-p�s, para o cumprimento de mandados de busca e apreens�o em quatro resid�ncias da capital e em outros oito endere�os comerciais em Nova Serrana e Par� de Minas.
A estimativa � de que o grupo de empresas seja respons�vel por quase 90% da movimenta��o financeira do setor em Nova Serrana. De acordo com den�ncias feitas ao Minist�rio P�blico, os empres�rios estavam adquirindo insumos para produzir os cal�ados, mas as notas fiscais eram emitidas em nome de outras copanhias. Com isso, as mat�rias-primas entravam desacobertadas, podendo sair tamb�m da mesma forma e abastecer o mercado paralelo sem a emiss�o do documento fiscal. “S�o empresas regulares, que pagam impostos, mas h� suspeita de que parte seja irregular”, afirma o coordenador do Centro de Apoio Operacional da Promotoria de Justi�a e Defesa da Ordem Econ�mica e Tribut�ria, promotor Renato Fr�es. Ou seja, as empresas mantinham opera��es legais para aparentar regularidade, mas eram respons�veis por preju�zos enormes aos cofres p�blicos.
Ao todo, foram apreendidos 49 volumes de documentos das empresas, seis computadores com mais de 10 mil gigabytes de informa��es digitais e R$ 225 mil, em dinheiro. Todo o material deve ser periciado pela Receita Federal nas pr�ximas semanas para indicar os poss�veis rumos dos produtos falsos. Sabe-se que as f�bricas falsificavam t�nis de marcas importadas. Tamb�m ser�o investigadas as empresas que participavam da triangula��o das notas fiscais, tendo em vista que se beneficiavam dos documentos para receber cr�ditos fiscais do Imposto sobre Circula��o de Mercadoria e Servi�os (ICMS). A suspeita � de que a organiza��o criminosa tenha ramifica��es em outros tr�s estados (Goi�s, S�o Paulo e Rio de Janeiro). Mas, segundo o promotor, os fornecedores n�o estavam ligados �s ind�strias.