Bras�lia – Em meio a batalha com os bancos privados, o governo mandou o Banco do Brasil e a Caixa Econ�mica Federal facilitarem as condi��es de portabilidade de cr�dito e tamb�m de transfer�ncia de contas correntes, a chamada livre op��o banc�ria. O objetivo � estimular a concorr�ncia e obrigar o setor a baixar verdadeiramente as taxas de juros. O secret�rio-executivo do Minist�rio da Fazenda, Nelson Barbosa, comentou ontem nota divulgada pela Federa��o Brasileira dos Bancos (Febraban) criticando a estrat�gia do governo para reduzir os juros e o spread (diferen�a entre o custo de capta��o dos recursos e os empr�stimos desses aos consumidores). Na nota, a entidade p�s em d�vida a efic�cia das medidas de for�ar os bancos p�blicos a reduzirem os juros para estimular a concess�o de cr�dito no setor privado e assim estimular a economia. “Voc� n�o pode obrigar um cavalo a beber �gua, mas ele tamb�m pode morrer de sede”, disse o economista-chefe da Febraban, Rubens Sardenberg.
“Acho que a pol�tica do governo est� dada. As taxas de juros podem cair. Tanto a b�sica, que a gente est� criando as condi��es macroecon�micas para que ela caia, quanto o spread. Os bancos p�blicos fizeram um movimento que � sustent�vel e a concorr�ncia vai fazer com que os demais bancos acompanhem. N�o quero colocar mais pol�mica neste debate”, afirmou Barbosa ao sair de audi�ncia p�blica no Senado sobre as medidas provis�rias que promovem as desonera��es fiscais para dar f�lego � ind�stria.
Integrantes da equipe econ�mica consideraram o documento, divulgado pela Febraban uma afronta e “uma piada de mau gosto”. As rela��es do segmento com o Pal�cio do Planalto j� haviam azedado h� algumas semanas, quando o presidente da federa��o, Murilo Portugal, foi ao Minist�rio da Fazenda com uma lista de exig�ncias e condi��es para que reduzissem juros e fez declara��es com o objetivo de complicar o governo, afirmou que a redu��o das taxas n�o dependia mais dos bancos, disse que a “bola estava com o governo”.
O trecho do novo documento que mais incomodou os t�cnicos do governo � o que questiona o alcance das medidas adotadas pela Fazenda. A frase sobre o cavalo chegou ao Planalto e � equipe econ�mica interpretada como “os bancos n�o se curvar�o �s a��es adotadas para reduzir juros” — quase como uma declara��o aberta de guerra.
A guerra entre governo e bancos privados ocorre ainda em um momento delicado para o setor, no qual os consumidores enfrentam dificuldades para obter linhas de cr�dito mais baratas mesmo ap�s a maioria das institui��es anunciarem redu��es em suas taxas.