O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta quinta-feira que a alta do �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) em abril n�o � preocupante porque a infla��o vai continuar em uma trajet�ria menor do que a do ano passado.
Ele destacou que houve fatores espec�ficos respons�veis pela eleva��o na compara��o com os meses anteriores, como a alta de 15% no pre�o do cigarro, "que foi o maior vil�o da infla��o", segundo o ministro, al�m do aumento de pre�os do feij�o e do custo de empregados dom�sticos.
"Tivemos uma eleva��o em rela��o ao m�s passado, mas ela foi inferior ao mesmo m�s do ano passado. Continuamos com infla��o muito menor que no ano passado", disse o ministro. "Nada preocupante, porque ela (infla��o) vai continuar numa trajet�ria menor que no ano passado."
Mantega afirmou tamb�m que n�o h� previs�o de reajuste dos combust�veis, mas n�o deu mais detalhes sobre o assunto.
A infla��o medida pelo IPCA fechou abril em 0,64%, ante uma varia��o de 0,21% em mar�o, conforme informou na quarta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). No ano, o IPCA acumula alta de 1,87%, e, nos 12 meses encerrados em abril, a varia��o acumulada � de +5,10%.
Preocupa��o externa e com cr�dito
Segundo o ministro, o que preocupa mais o governo brasileiro neste momento � a situa��o internacional, em especial dos pa�ses europeus, "que est�o se defrontando hoje com um agravamento da crise".
"Est� agora sendo demonstrado que a estrat�gia de s� fazer ajuste fiscal n�o funciona", afirmou Mantega "Eles est�o se deparando com essa dura realidade que, ali�s, j� derrubou v�rios presidentes e primeiros-ministros", completou, referindo-se aos desdobramentos pol�ticos na Europa em meio � crise das d�vidas soberanas. Segundo Mantega, os governos europeus v�o ter de rever essa estrat�gia, sob pena de afetarem a si pr�prios. "Temos de novo problemas na Espanha e na Gr�cia."
Segundo o ministro, o presidente eleito na Fran�a, Fran�ois Hollande, est� com uma posi��o correta, pois at� agora "a austeridade s� levou a mais austeridade. � preciso tamb�m dar est�mulos � economia", disse.
Quanto � discuss�o sobre cr�dito, o ministro reconheceu que h� escassez e que as taxas de juros ainda est�o elevadas, mas que o governo v� "boa vontade" da parte dos bancos para melhorar essa situa��o.
"H� uma escassez de cr�dito? H�. As taxas est�o elevadas, mas eu vejo que h� uma boa vontade de parte do setor financeiro para remediar essa situa��o, baixando as taxas e liberando mais cr�dito", afirmou.
Mantega tamb�m disse que o Brasil sofre os impactos do que acontece l� fora, principalmente a ind�stria, e tem problemas de cr�dito que est�o sendo solucionados, mas que isso n�o acontece "do dia para a noite. Estamos em cima disso todo dia para ver se h� essa rea��o", afirmou.