A Eurozona se encaminha para uma lenta recupera��o, mas deve corrigir "graves desequil�brios" nos pa�ses mais amea�ados, como a Espanha, quarta economia da uni�o monet�ria que, segundo previs�es de uma an�lise de Bruxelas, viver� "tempos dif�ceis".
"Embora esperemos uma recupera��o, a conjuntura econ�mica da Eurozona segue fr�gil, com graves desequil�brios entre os Estados membros", disse Olli Rehn, comiss�rio de Assuntos Monet�rios, ao apresentar nesta sexta-feira o informe de primavera.
Pa�ses como Espanha, submetidos a r�gidos programas de austeridade, encontram-se seriamente amea�ados. Os n�meros da an�lise preveem uma contra��o para a economia espanhola de 1,8% neste ano e 0,3% em 2013, com um desemprego de 25,1%.
As previs�es apontam para um d�ficit de 6,4% do Produto Interno Bruto (PIB), um panorama mais obscuro que o esperado e pior que a meta de 5,3% fixada por Bruxelas.
O governo espanhol, no entanto, reafirmou nesta sexta-feira suas metas de d�ficit p�blico, contrariando a previs�o da Comiss�o.
As previs�es "s�o proje��es que n�o levam em considera��o grande parte das medidas" anunciadas por Madri, afirmou o ministro da Economia, Luis de Guindos. Por parte da Espanha "n�o h� planejamento algum do ponto de vista da alternativa, de flexibiliza��o, nossa meta de d�ficit � de 5,3% para este ano e de 3% para o pr�ximo ano", assegurou.
Ainda mais alarmante talvez seja a estimativa do Executivo comunit�rio de que a d�vida p�blica na Espanha, quarta economia na Eurozona, se elevar� a 87% do PIB em 2013.
"Temos confian�a na Espanha, mas h� assuntos a resolver, como os ajustes que ainda devem ser apresentados pelas comunidades aut�nomas, e a deteriora��o das contas da Seguran�a Social, que acabar�o em d�ficit", disse Rehn na coletiva de imprensa.
Assim Bruxelas se deu um pouco mais de tempo, at� o dia 30 de maio, para decidir se ir� impor ainda mais medidas de ajuste ao governo conservador de Mariano Rajoy, ou, pelo contr�rio, se estender� at� 2014 o prazo exigido para cumprir com a meta do d�ficit de 3%.
"S� a partir desse momento poderemos decidir", disse Rehn, que reafirmou sua "plena confian�a na determina��o do Governo espanhol para cumprir com a meta fiscal alinhada com o pacto fiscal europeu".
A decis�o tamb�m depender� se a Espanha entrar� no pacote das economias da uni�o monet�ria que precisaram ser resgatadas, como Gr�cia, Portugal ou Irlanda.
"A mensagem est� clara como a �gua. A Espanha ainda deve tomar mais medidas de austeridade, especialmente em 2013, se quiser cumprir com as metas de d�ficit" acordadas com seus s�cios, opinou o analista do Banco ING Martin van Vliet.
"No entanto, medidas assim parecem imposs�veis de imaginar diante do crescente mal-estar social e dos n�meros intoler�veis de desemprego", acrescentou.
J� o governo conservador espanhol previu um ajuste de 27,3 bilh�es de euros no or�amento de 2012, assim como um corte adicional em sa�de e educa��o a fim de economizar mais 10 bilh�es anuais.
O d�ficit p�blico da Fran�a tamb�m estar� no vermelho em 2013, 4,2% de seu PIB, muito acima da meta de 3% que o presidente eleito Fran�ois Hollande se prop�s a cumprir.
Os "desequil�brios" entre os 17 pa�ses da uni�o monet�ria, que t�m, de um lado, economias transbordantes, como a Alemanha, e outros como a Espanha, que "come�ar� a se recuperar apenas em 2013", arrastam para baixo o �ndice de desemprego da Eurozona a 11% neste ano, um n�vel jamais alcan�ado at� agora.
E inclusive amea�am piorar ainda mais as estimativas do informe comunit�rio, que vislumbram para a Eurozona uma contra��o de 0,3% em 2012 e um leve crescimento de 1% no pr�ximo ano.
J� a It�lia est� no "caminho certo" para cumprir com as metas de d�ficit exigidas por Bruxelas, comemorou Rehn.
"No entanto, um dos graves problemas da It�lia, o endividamento, ainda n�o melhorou. A d�vida p�blica da It�lia se elevar� a 123,5% em 2012 (o m�nimo exigido por Bruxelas � de 60%), indicou o informe.