Preocupado com a queda da venda de ve�culos automotores e com a manuten��o do emprego no setor automobil�stico, o presidente do Sindicato dos Metal�rgicos do ABC, S�rgio Nobre, disse hoje que solicitou reuni�o com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para discutir formas de destravar o financiamento de autom�veis.
Balan�o divulgado na �ltima segunda-feira (7) pela Associa��o Nacional dos Fabricantes de Ve�culos Automotores (Anfavea) mostra queda de 15,5% na produ��o setorial em abril, na compara��o com mar�o. No acumulado de janeiro a abril, foi registrada retra��o de 10,1%.
Nobre declarou que as pessoas querem comprar autom�veis, mas as vendas de ve�culo est�o paralisadas porque o financiamento est� mais rigoroso e muitas vezes � negado. “Eu tenho informa��o de que, de cada dez pedidos de financiamento, em m�dia tr�s s�o liberados. Os bancos est�o reduzindo os juros, mas n�o liberam o cr�dito. � a aus�ncia do cr�dito que est� paralisando a produ��o”.
Ap�s participar de reuni�o com o presidente da Confedera��o Nacional da Ind�stria (CNI), Robson de Andrade, com quem discutiu acordo coletivo de trabalho, Nobre mostrou especial preocupa��o com a possibilidade de haver demiss�es na cadeia automobil�stica caso as vendas n�o voltem ao normal para que os estoques se esgotem e obriguem � retomada da produ��o.
“O comprador n�o tem seu financiamento aprovado sob a alega��o do aumento da inadimpl�ncia. Se os bancos continuarem com esse comportamento, a economia vai parar e n�s vamos ter demiss�o. Por isso, estamos muito preocupados”. Ele lembrou que as f�rias coletivas j� v�m ocorrendo desde o in�cio do ano.
Nobre disse que, caso a situa��o se mantenha no pr�ximo m�s, mesmo com as empresas dando f�rias coletivas aos funcion�rios, pode haver perda dos postos de trabalho. “Os estoques est�o no limite. As grandes empresas ainda t�m f�lego financeiro para segurar os trabalhadores dando f�rias coletivas, mas as empresas que s�o fornecedoras n�o t�m esse f�lego. As empresas menores, quando n�o t�m produ��o, demitem”.
O presidente da CNI concordou com a possibilidade de demiss�es, apesar de n�o esperar que a ind�stria brasileira chegue a esse ponto. Robson de Andrade atribuiu o aumento dos estoques � inadimpl�ncia crescente e aos juros elevados, que acabam retraindo o consumidor.
“H� ainda muitas not�cias sobre desindustrializa��o e possibilidade de perder emprego. Tudo isso faz com que as pessoas fiquem mais cautelosas e procurem n�o consumir”. Andrade tem expectativas de que, com as medidas tomadas pelo governo para reduzir juros, melhorar o c�mbio e aumentar os prazos de pagamento, a situa��o comece a se reverter.
“No primeiro trimestre do ano, n�s tivemos queda nas vendas e na produ��o de todos os produtos industrializados no Brasil. As pesquisas que a CNI tem [realizado] junto ao empresariado para os pr�ximos meses � de tend�ncia de melhoria, com consumo dos estoques e volta da produ��o”.