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Estado de Minas

"Indignados" voltam �s pra�as da Espanha em seu primeiro anivers�rio


postado em 13/05/2012 08:23

Milhares de 'indignados', o movimento social nascido h� um ano em protesto contra a crise econ�mica, os pol�ticos e os excessos do capitalismo, voltaram �s pra�as da Espanha neste s�bado, no pontap� inicial de quatro dias de mobiliza��es para demonstrar que seu esp�rito continua vivo.

Sob o lema "Tomar as ruas", os ativistas, em sua maioria jovens mobilizados atrav�s das redes sociais, convocaram concentra��es em 80 cidades do pa�s e, em Madri voltaram a ocupar a Puerta del Sol, a pra�a do centro da capital onde nasceu o movimento, dia 15 de maio de 2011.

Em Madri, os manifestantes pareciam n�o ter a inten��o de respeitar a proibi��o oficial de n�o se manifestar depois das 22H00 horas e de voltar a reeditar sua "assembleia permanente" do ano passado, que durou semanas.

Com a noite avan�ada, milhares de "indignados" continuavam na grande pra�a, sentados em c�rculos, conversando ou tocando tambores, observados pelos ve�culos da pol�cia estacionados pr�ximos.

� meia-noite, levantando os bra�os para o c�u, os "indignados" fizeram um minuto de sil�ncio antes de come�arem a gritar em coro, desafiadores, um de seus lemas: "Sim podemos, sim podemos".

Em Madri, 30 mil pessoas se manifestaram, segundo a pol�cia, em Barcelona, a segunda cidade do pa�s, foram entre 45 mil, segundo a pol�cia, e 220 mil, segundo os organizadores. Outras concentra��es importantes aconteceram em Valencia, Sevilha e Bilbao.

"Estamos aqui porque � necess�ria uma mudan�a global, porque a indigna��o n�o parou. Continuamos indignados com as pol�ticas de austeridade que a elite econ�mica nos imp�e", afirma em Madri V�ctor Vald�s, um estudante de filosofia de 21 anos. A frase "Juventude sem futuro" estampa sua camisa.

Em um pa�s afundado mais uma vez na recess�o, com uma taxa de desemprego de 24,44%, que chega a 52% entre os jovens, o governo conservador de Mariano Rajoy imp�e j� h� seis meses medidas de rigor para poupar 30 bilh�es de euros, com cortes que incluem setores como a sa�de p�blica e a educa��o.

Gra�as ao movimento surgido em 15 de maio passado, "pouco a pouco a sociedade foi abrindo os olhos", afirma Noelia Moreno, de 30 anos, uma das participantes do protesto que, inspirado nas manifesta��es da primavera �rabe, surpreendeu o mundo.

"Acredito que algo mudou na mentalidade das pessoas, n�o � algo muito tang�vel agora, mas foi plantada uma sementinha que no futuro vai poder ser vista", assegura.


� consciente, no entanto, da necessidade de manter o movimento vivo. "� uma corrida de longa dist�ncia, ningu�m pode mudar tudo um sistema pol�tico em um dia, nem em um ano, isso leva tempo", afirma.

Manter este impulso � precisamente o que os "indignados" buscam neste primeiro anivers�rio, que durante quatro dias dar� origem a debates e assembleias populares nas pra�as de toda a Espanha.

Carregando uma bandeira que proclamava "O povo � a solu��o. Voltemos �s pra�as, continuemos nas ruas", cerca de 35 mil pessoas, segundo a Guarda Municipal, marcharam por Barcelona e outras cidades do pa�s, entre elas Madri.

Foi nesta pra�a onde se instalou h� um ano um acampamento improvisado de barracas e sacos de dormir que, com seu refeit�rio, sua creche e suas bibliotecas, converteu-se no s�mbolo da revolta popular contra a crise, inspirando movimentos similares em outros pa�ses.

Para marcar este anivers�rio, tamb�m foram convocadas manifesta��es em cidades como Paris, Atenas, Nova York ou Rio de Janeiro.

Mas todos os olhares se voltar�o para a Porta do Sol, j� que as autoridades espanholas advertiram que n�o ser�o permitidos novos acampamentos e s� autorizaram as concentra��es at� as 22h00 locais (17h00 de Bras�lia).

"N�o ser� um acampamento, e sim uma assembleia permanente", explica Luis, porta-voz do movimento, esperando que esta f�rmula lhes permita ficar na pra�a at� ter�a-feira, quando os "indignados" comemoram seu primeiro anivers�rio.

Desde que o acampamento do Sol foi desmantelado, no dia 12 de junho do ano passado, o movimento perdeu visibilidade nos meios de comunica��o, mas seguiu vivo nas redes sociais, nas assembleias de bairro e na luta contra a exclus�o, embora com menos seguidores.

"Os que permaneceram s�o os mais conscientes, atuando em a��es setoriais, como, por exemplo, opondo-se aos despejos", afirma Antonio Alaminos, professor de sociologia da Universidade de Alicante.

Efeito mais concreto da mobiliza��o dos "indignados", o novo salto dado pela Plataforma de Afetados pelas Hipotecas (PAH), que desde 2009 luta contra o despejo de fam�lias endividadas --muitas delas de imigrantes--, conseguiu nos �ltimos meses cancelar ou adiar dezenas de expuls�es.


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