Era s� caminhar dois quarteir�es e o dinheiro estava na m�o. Tr�s a quatro vezes por semana, a aposentada Marli Vivas, de 65 anos, andava at� o supermercado perto de casa e sacava no caixa eletr�nico o valor necess�rio para as tarefas do dia a dia. Mas a rotina de facilidades e comodidades foi interrompida nas �ltimas semanas. Sem ceder ao pedido dos estabelecimentos comerciais para contrata��o de seguran�as para fazer a vigil�ncia dos caixas, os bancos foram obrigados a retirar os postos de autoatendimento, complicando, e muito, a vida dos clientes.
Com a onda de ataques a caixas eletr�nicos, inclusive com o uso de dinamites, estabelecimentos comerciais foram atacados e obrigados a arcar com o preju�zo, que chegou a R$ 15 mil em um s� ataque. Como n�o recebia nenhum centavo pela cess�o do espa�o, a rede Supermercados BH foi a primeira a decidir banir os caixas de suas depend�ncias. Ao todo, ser�o 93 unidades a menos para atendimento banc�rio. “Tentamos fazer com que eles pagassem o sal�rio de um vigia, mas eles n�o aceitaram. Disseram que n�o teriam como arcar”, afirma a gerente do Setor Administrativo da rede, Sheila Lima, recordando que foram registradas ocorr�ncias em duas unidades (Pirapora, no Norte de Minas; e Pampulha, em BH). Em um dos casos o banco se recusou a pagar o valor da reforma do im�vel, estimada em R$ 15 mil.

As institui��es financerias alegam, segundo ela, que os compradores usam o caixa eletr�nico para sacar o montante que ser� usado para pagar a conta no supermercado. Por isso, o equipamento � ben�fico para as duas partes. Mas Sheila adverte que a maior parte dos clientes usa cart�o de d�bito ou cr�dito para comprar. E muitas vezes a pessoa entrava no estabelecimento apenas para retirar dinheiro. Ou seja, eles estavam arcando com a comodidade do cliente dos bancos que, muitas vezes, n�o era um cliente comum aos dois. “O discurso de que o cliente precisa sacar dinheiro para ir ao supermercado � mentiroso. Portanto, tivemos que tomar essa medida. � insustent�vel”, afirma a gerente.
No primeiro trimestre, foram 73 casos de assalto aos caixas de atendimento autom�tico no estado, enquanto, no mesmo per�odo do ano passado, foram apenas 34 investidas – o total mais que dobrou. Segundo dados da Federa��o Brasileira de Bancos (Febraban), um quarto dos terminais est�o instalados fora de ag�ncias, tendo sido registrado aumento de 43% nessas unidades no comparativo entre 2006 e 2010. Seja instalados em institui��es p�blicas (prefeituras, escolas etc) ou estabelecimentos comerciais, (supermercados, drogarias, lojas de conveni�ncia etc) os equipamentos tornaram-se alvos favoritos dos criminosos. Isso porque as gangues podem agir com mais facilidade, enfrentando aparato de seguran�a que normalmente � mais fr�gil, se comparado ao das ag�ncias.
Por isso, temendo novos ataques, o Supermercados BH decidiu aproveitar a �rea para aumentar o espa�o de vendas. Preju�zo para dona Marli, que ter� que cruzar a Pampulha, do Bairro Jaragu� at� o c�mpus da UFMG, onde est� localizada a ag�ncia mais pr�xima do seu banco.