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Estado de Minas

D�lar encosta em R$ 2 ap�s quase 3 anos

Incerteza em Atenas faz moeda dos EUA fechar a R$ 1,987, com alta de 1,79%, e derruba bolsas de valores em todo o mundo. No Brasil, queda do �ndice da Bovespa foi de 3,21%


postado em 15/05/2012 06:00 / atualizado em 15/05/2012 06:39

Bras�lia – O cen�rio de forte avers�o ao risco nos mercados, diante da incapacidade da Gr�cia de formar um novo governo e a chance cada vez mais concreta de sa�da do pa�s da Zona do Euro, aliado a um movimento de especula��o, com investidores testando patamares mais elevados do d�lar, fez a moeda norte-americana fechar com alta de quase 2% nessa segunda-feira. No fim do preg�o, a alta perdeu for�a e o d�lar comercial encerrou o preg�o cotado a R$ 1,987, com eleva��o de 1,79%. O valor � o maior desde 10 de julho de 2009. J� o d�lar turismo fechou a R$ 2,13 para venda, com valoriza��o de 2,89%. Na Bovespa, as a��es despencaram 3,21%, com o Ibovespa caindo para 57.539,61 pontos, o menor patamar desde 29 de dezembro, quando encerrou a 56.754 pontos.

O temor dos investidores � que a eventual sa�da da Gr�cia da Zona do Euro engatilhe um cont�gio financeiro capaz de aprofundar ainda mais a onda de avers�o ao risco j� vista nos mercados globais. De acordo com c�lculos da  Bloomberg, o real foi a moeda que mais se desvalorizou frente ao d�lar nessa segunda-feira, num grupo de 16 moedas acompanhadas pela ag�ncia.

“O mercado foi testar os R$ 2, parece que houve alguma especula��o. O d�lar subiu bem na hora do almo�o, em um hor�rio vazio, e depois desceu r�pido”, disse o operador de c�mbio da B&T Corretora de C�mbio, Marcos Trabbold. O patamar de R$ 2 � considerado ideal por integrantes da equipe econ�mica da presidente Dilma Rousseff para promover as exporta��es brasileiras, que perderam competitividade diante da enxurrada de dinheiro dos Estados Unidos, Europa e Jap�o numa tentativa de estimular consumo interno.

J� a compra da divisa americana tem a ver com movimento preventivo em todo o mundo, uma vez que os t�tulos europeus e o pr�prio euro est�o sob o impacto de uma crise que parece n�o ter fim. No fim de semana fracassaram as tentativas de forma��o de uma coaliz�o para governar a Gr�cia, o que levou o Banco Central Europeu a falar, abertamente, sobre a possibilidade de sa�da do pa�s da Zona do Euro. Nessa segunda-feira, os ministros das Finan�as dos pa�ses da regi�o ser reuniram em Bruxelas, mas segundo o chefe do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker n�o trataram da situa��o grega. Para ele, a Gr�cia deveria permanecer na Zona do Euro, mas sem que o pa�s relaxe as reformas acertadas para o seu resgate financeiro. “N�o queremos que a Gr�cia deixe o euro, ao contr�rio. Estamos fazendo de tudo para dar suporte � Gr�cia”, disse a porta-voz da Comiss�o Europeia, Pia Ahrenkilde Hansen.

Desde o que o d�lar atingiu R$ 1,90, h� 10 dias, o Banco Central (BC) n�o atuou mais comprando d�lares no mercado � vista. Por isso, tamb�m o mercado quis testar at� que patamar a autoridade monet�ria ir� aceitar a cota��o sem fazer leil�es de compra.

Bolsas despencam

E caminho contr�rio ao do d�lar, bolsa brasileira atuou nessa segunda-feira em sintonia com as bolsas da pr�pria Europa, �sia e Estados Unidos, todas movidas pela inesperada retra��o de 0,3% na produ��o industrial dos 17 pa�ses da Zona do Euro em mar�o em rela��o a fevereiro. Os dados da ag�ncia de estat�sticas Eurostat evidenciam que a recess�o na regi�o pode ser mais grave e prolongada do que acreditavam analistas.

A presidente Dilma Rousseff n�o ficou indiferente ao cen�rio internacional. Disse nessa segunda-feira , durante cerim�nia no Pal�cio do Planalto, que “mais uma vez, volta a crise da Zona do Euro (a tomar conta do notici�rio) e v�rios fantasmas que pareciam afastados pelas expans�es monet�rias bastante significativas, os dinheiros colocados nos bancos pelo mundo afora, todo esse processo come�a a ser questionado politicamente. N�o s� pelo o que aconteceu na Fran�a, pelo o que aconteceu na Gr�cia e pelo o que aconteceu naquele estado alem�o, que � um dos estados mais ricos da Alemanha que � a Ren�nia do Norte, Westfalia…”. A presidente se referia � derrota da primeira-ministra Angela Merkel, defensora das medidas de austeridade, nas urnas.

O cen�rio levou o �ndice FTSEurofirst 300, que re�ne as principais a��es europeias, a fechar em queda de 1,79%, aos 1.004 pontos, puxando Londres (-1,97%), Frankfurt (-1,94%), Paris (-2,29%), Mil�o (-2,74%), Madri (-2,66%) e Lisboa (-1,94%). Na �sia, a queda tamb�m foi generalizada e, nos Estados Unidos, o Dow Jones, principal �ndice, recuou 0,98%.

 

Valoriza��o � bem recebida

 

Com o d�lar perto de romper a barreira dos R$ 2, o governo procurou mostrar tranquilidade e os empres�rios cautela. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, foi r�pido na resposta aos mercados. Fez elogios � alta da moeda norte-americana. “O d�lar alto beneficia a economia brasileira porque d� mais competitividade aos produtos brasileiros. Eles podem competir melhor com os importados que ficam mais caros e a ind�stria brasileira pode exportar mais barato. Portanto, n�o preocupa”, disse, logo ao chegar ao seu gabinete na Esplanada dos Minist�rios.

Mantega tamb�m voltou a descartar qualquer trava do governo para a cota��o da moeda norte-americana. “O governo nunca estabeleceu nenhum par�metro para o d�lar e n�o vai estabelecer. O d�lar � flutuante. Portanto, ele vai flutuar de acordo com o mercado”, afirmou. Questionado sobre se a Fazenda ir� retirar o Imposto sobre Opera��es Financeiras (IOF) sobre derivativos (contratos futuros), j� que o patamar do d�lar atingiu um n�vel que n�o preocupa o governo, Mantega evitou o tema. No mercado, havia apostar de que o governo poderia retirar o tributo.

J� para os empres�rios, o d�lar precisaria chegar a, pelo menos, R$ 2,20 para dar competitividade � exporta��o de produtos manufaturados brasileiros, conforme c�lculo do presidente da Confedera��o Nacional da Ind�stria (CNI), Robson Andrade.

“Quando a gente olha l� atr�s, compara o d�lar e reajusta a moeda com a infla��o, esse d�lar hoje deveria estar a R$ 2,40”, disse, durante o 14ª F�rum Nacional, no Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES). Robson Andrade ressaltou que a balan�a comercial brasileira teve um d�ficit de US$ 90 bilh�es em produtos manufaturados em 2011 por causa da valoriza��o do real e agora a alta do d�lar pode recriar condi��es para investimentos. “Setores da ind�stria estavam perdendo muitos empregos e investimentos”, lembra.

O presidente da Associa��o de Com�rcio Exterior do Brasil (AEB), Jos� Augusto de Castro, que participou do mesmo evento, tamb�m situou em R$ 2,20 a rela��o cambial de equil�brio entre d�lar e real, para garantir ganhos de competitividade � ind�stria local. “A gente gostaria muito que chegasse l� e parasse por a�”, disse Castro que, no entanto, n�o parece otimista com a possibilidade. Para ele, � poss�vel que o d�lar volte ao patamar de R$ 1,80. (RH com ag�ncias)


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