Alemanha e Fran�a testaram sua liga��o hist�rica nesta ter�a-feira, quando o novo presidente franc�s, Fran�ois Hollande, foi a Berlim para conversa��es sobre a crise europeia, como foco no crescimento da zona do euro, bancos e, principalmente, Gr�cia. Ap�s o encontro, ambos defenderam a perman�ncia do pa�s heleno na zona do euro.
As declara��es sobre Gr�cia e outros temas foram feitas em uma coletiva de imprensa realizada em Berlim, ap�s o encontro dos dois principais l�deres da zona do euro. Merkel disse estar disposta, junto com Hollande, a estudar medidas suplementares a favor do crescimento na Gr�cia, atualmente em recess�o.
Segundo a chanceler alem�, h� "pontos em comum" entre suas ideias e as do presidente franc�s tamb�m quanto ao crescimento na Europa, apesar das diferen�as expressadas nas �ltimas semanas. "O crescimento � um conceito geral e que pode referir-se a distintos tipos de medidas", disse Merkel. De acordo com a chanceler, ela e Hollande continuar�o discutindo os variados pontos de vista de ambos.
Hollande desembarcou no final da tarde na capital alem� ap�s seu avi�o ter aparentemente sido atingido por um raio, tendo que retornar a Paris para embarcar em outra aeronave. O encontro foi a etapa final de um dia que come�ou com a sua posse em Paris ao suceder Nicolas Sarkozy, um aliado na austeridade da chanceler alem� Angela Merkel.
As conversa��es, no entanto, foram ofuscadas pela not�cia de que fracassaram em Atenas os esfor�os para a forma��o de um governo de emerg�ncia, com as partes concordando em realizar novas elei��es em 17 de junho.
Com o futuro incerto da Gr�cia, a diretora-gerente do Fundo Monet�rio Internacional (FMI), Christine Lagarde, assumiu nesta ter�a-feira pela primeira vez a possibilidade real de que a Gr�cia pode deixar a uni�o monet�ria. O socialista Hollande, que quer renegociar o pacto fiscal europeu para incluir pol�ticas de crescimento, voltou a afirmar sua vontade de "abrir uma nova via na Europa".
"Temos que pesar os problemas que devemos enfrentar: uma d�vida massiva, um crescimento d�bil, um desemprego elevado, uma competitividade fragilizada e uma Europa que sofre para sair da crise", disse Hollande antes do encontro com Merkel, grande impulsionadora dos programas de ajuste.
Segundo analistas, os dois dirigentes dever�o buscar um compromisso e o contexto exige entendimentos, uma vez que os ajustes n�o t�m provocado as melhoras esperadas. A pr�pria Merkel, cujo partido CDU sofreu no domingo uma dura derrota nas elei��es regionais, admitiu ser a favor do crescimento, com a condi��o de evitar novas espirais de endividamento.
O secret�rio do Tesouro americano, Timothy Geithner, deu "as boas vindas a este novo debate (sobre o crescimento) na Europa". Segundo dados oficiais divulgados nesta ter�a-feira, na Eurozona, formada por 17 dos 27 pa�ses da Uni�o Europeia (UE), teve no primeiro trimestre de 2012 um crescimento nulo e evitou a recess�o principalmente gra�as � resist�ncia da economia alem�, que cresceu 0,5% com rela��o ao trimestre anterior e 1,7% em compara��o com o mesmo per�odo de 2011.
O PIB da Espanha teve uma queda trimestral de 0,3% e a Fran�a registrou um crescimento nulo. No fundo da lista est� a Gr�cia, em recess�o h� cinco anos, que teve uma queda de 6,2% de seu PIB interanual e est� imersa em uma grave crise ap�s as elei��es legislativas de 6 de maio, que deixaram em minoria os partidos tradicionais, partid�rios dos ajustes impostos pela UE e pelo FMI em troca dos planos de resgate.
"Desgra�adamente, vamos de novo para as elei��es e sob condi��es muito ruins", disse o l�der do socialista Pasok, Evangelos Venizelos, ao t�rmino de uma reuni�o dos principais respons�veis pol�ticos com o presidente da Gr�cia, Carolos Papulias.
A Gr�cia conseguiu, apesar de tudo, captar nesta ter�a-feira 1,3 bilh�o de euros em emiss�es de b�nus a tr�s meses, apesar de ter que pagar juros em alta, que chegaram a 4,34%, frente a 4,20% na �ltima emiss�o similar de 17 de abril.
A Eurozona tamb�m tem sofrido com a fragilidade de seu setor banc�rio. Na segunda-feira, a ag�ncia classificadora Moody's cortou a nota de 26 bancos italianos e dos quatro principais bancos espanh�is (Santander, BBVA, CaixaBank e Bankia, que se dirige para uma nacionaliza��o parcial), anunciaram provis�es extraordin�rias por um total de 11,3 bilh�es de euros. O governo espanhol se comprometeu a acelerar uma avalia��o independente do banco em menos de dois meses, para o que pediu a colabora��o do Banco Central Europeu (BCE).