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Estado de Minas

D�lar a R$ 2 reativa neg�cios em Minas

Moeda americana tem alta de 0,65% e fecha em nova marca. Ind�stria mineira comemora com a retomada de vendas de ferro-gusa, p�o de queijo e m�veis para o mercado externo


postado em 16/05/2012 06:00 / atualizado em 16/05/2012 07:40

A virada do d�lar, que fechou o preg�o de ontem na barreira dos R$ 2 s� vistos pelos exportadores brasileiros em 2009, come�a a influenciar na retomada de neg�cios e em novos contratos das ind�strias mineiras de alimentos, ferro-gusa (mat�ria-prima da fabrica��o de a�o), autope�as e m�veis no exterior. Fabricantes nacionais de segmentos tamb�m sacrificados com o longo per�odo de valoriza��o do real sobre a moeda norte-americana, que favorece o avan�o dos produtos importados no mercado interno , tamb�m veem sinais de maior competitividade na briga desigual, a exemplo das confec��es. Com a alta de 0,65% de ontem, o d�lar comercial se valorizou 4,93% neste m�s e acumula varia��o positiva de 7,01% no ano, sob o impulso do turbilh�o da crise europeia.

Os produtores independentes de ferro-gusa de Minas conseguiram fechar novas vendas na �sia e nos Estados Unidos e reabriram canais de negocia��o, diante da valoriza��o recente do d�lar, afirma aliviado o presidente do Sindicato da Ind�stria do Ferro do Estado de Minas Gerais (Sindifer-MG), Fausto Varela Can�ado. “Ainda n�o conseguimos medir esse movimento em n�meros, mas a avalia��o das empresas � de que se trata de uma recupera��o sens�vel. Surgiram mais possibilidades de neg�cio, embora nada que mere�a muitas comemora��es”, afirma o executivo.

A alta do d�lar � apenas parte das preocupa��es de um setor afetado pela demanda menor de insumos industriais em decorr�ncia da crise mundial e do excesso de estoques de a�o no mundo. Se o c�mbio continuar ajudando, a despeito da turbul�ncia na economia, as vendas tendem a melhorar e o Sindifer j� refez os c�lculos para 2012. Com a expectativa de que a moeda americana se mantenha em R$ 2, as empresas apostam num crescimento de 15% das exporta��es este ano frente a 2011, perspectiva bem mais animadora que a proje��o anterior de aumento de 5% a no m�ximo 10%.

A Forno de Minas negocia novos embarques para Portugal e os Estados Unidos, se aproveitando da esticada do dólar (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
A Forno de Minas negocia novos embarques para Portugal e os Estados Unidos, se aproveitando da esticada do d�lar (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

Na ind�stria de alimentos, a Forno de Minas, uma das maiores fabricantes e exportadoras de p�o de queijo, negocia novos embarques para Portugal e os Estados Unidos, se aproveitando da esticada do d�lar especialmente nos �ltimos 30 dias. O presidente da empresa, H�lder Mendon�a, conta a estrat�gia proposta aos clientes, de manuten��o do pre�o em d�lares tendo como contrapartida o aumento dos pedidos. “Estudamos esses novos embarques de imediato, com a oferta de descontos, mas ainda n�o temos a seguran�a de que o d�lar vai se estabilizar. Se for um movimento de curto prazo, ele pouco ajuda”, afirma.

Em outra frente de trabalho pelo aumento das exporta��es, Mendon�a determinou que sua equipe retome os contatos em mercados onde a companhia j� atuou, como a Austr�lia e o Chile. Com um d�lar na casa de R$ 2 ao longo dos pr�ximos meses, a expectativa � de uma eleva��o de 30% das vendas externas em 2012, ante a meta de 10% que a empresa havia estipulado no come�o do ano. Em volume, a previs�o agora est� em 1 milh�o de toneladas, ante 450 mil toneladas vendidas no exterior em 2010.

Embarques

Logo que o d�lar encostou nos R$ 2, na sexta-feira, a mineira Domus Importa��o, Exporta��o e Consultoria percebeu a rea��o dos embarques ao exterior, informa o diretor da companhia Frederico Martini. “As empresas liberaram cargas que estavam prontas, mas aguardavam a melhora das cota��es. Desde sexta-feira, houve um aumento de 40% dos embarques”, afirma. As cargas liberadas incluem alimentos congelados, motores e blocos de motores para ve�culos e produtos t�xteis.

Embora a exporta��o seja um neg�cio t�mido para os fabricantes de m�veis da regi�o de Ub�, na Zona da Mata mineira, as empresas do polo registraram eleva��o de at� 50% nas vendas destinadas ao mercado internacional impulsionadas pela alta do d�lar. O percentual � expressivo, apesar de incidir sobre uma base muito incipiente de exporta��es, que hoje n�o passa de 0,8% da produ��o, de acordo com Michel Pires, presidente do Sindicato Intermunicipal das Ind�strias do Mobili�rio de Ub�.

“� um percentual muito alto, mas as vendas externas n�o v�o passar de 1,2% da nossa produ��o. O problema n�o � s� do c�mbio. Precisamos de uma reforma tribut�ria para desonerar a produ��o e assim podermos investir l� fora”, afirma o industrial. Na m�dia das exporta��es deste ano, o setor trabalha com 20% de crescimento, considerando a manuten��o da moeda norte-americana na faixa atual. Por enquanto, o n�mero de exportadores n�o passa de 15 entre as 300 empresas do polo moveleiro.

O vice-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES) Jo�o Carlos Ferraz afirmou ontem que o d�lar, cotado a R$ 2, faz diferen�a para os exportadores, mas que o c�mbio � apenas um dos componentes para ampliar a competitividade da ind�stria. Ele disse que � preciso cada vez mais aproximar inova��o e produ��o. “Para quem exporta, um c�mbio que passa de R$ 1,50 para R$ 2 � importante. Mas o c�mbio � um dos componentes do custo”, lembrou.


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