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Estado de Minas

Inadimpl�ncia dispara e aponta para PIB menor

Alta de 23,7% no calote em abril sobre o mesmo m�s de 2011 � a maior em 10 anos. D�vida das fam�lias sobe, investimento cai e economia crescer� muito abaixo de 4%


postado em 17/05/2012 06:00 / atualizado em 17/05/2012 07:53

A economia brasileira vai crescer bem menos do que o esperado em 2012, segundo estimativas de mercado. J� h� quem preveja expans�o de apenas 2,3% no Produto Interno Bruto (PIB) para este ano. O Instituto de Pesquisa Econ�mica Aplicada (Ipea) estima avan�o econ�mico entre 2,8% e 3,8%. O pr�prio governo, que no in�cio do ano falava em avan�o de 4,5% na soma da produ��o de bens e servi�os do pa�s, j� projeta taxa mais realista, de 3%. Os sintomas de que o encolhimento da expans�o econ�mica vir� de fato podem ser notados em v�rios indicadores conjunturais. A inadimpl�ncia medida pela Serasa Experien subiu 4,8% em abril de 2012 frente ao m�s anterior e 23,7% na compara��o com igual intervalo do ano passado. Essa foi a maior alta no calote em 10 anos. No m�s passado, a d�vida m�dia do brasileiro aumentou 12%, saindo de R$ 4.968 em mar�o para R$ 5.581 em abril, aponta o �ndice de Expectativa das Fam�lias (IEF), divulgado ontem pelo Ipea.

Outros ingredientes comp�em o coquetel da desacelera��o econ�mica no Brasil este ano. O valor m�dio das d�vidas dos brasileiros � o maior dos �ltimos 12 meses segundo o IEF. Some-se a isso uma preocupante redu��o nos investimentos do pa�s, que, segundo o Ipea, saiu de 1,5% do PIB no in�cio de 2004 at� atingir 2,8% no fim de 2010, para cair a 2,3% ao fim de 2011. O consumo das fam�lias tamb�m cresceu menos no ano passado. No quarto trimestre de 2010 avan�ou 7,3% e nos tr�s �ltimos meses de 2011 apenas 2,1%. Al�m disso, a redu��o dos juros banc�rios ainda n�o foi sentida pelos consumidores, a n�o ser aqueles que mant�m �timo relacionamento com as institui��es financeiras. A sa�da, agora, ser� negociar as d�vidas e pag�-las antes de gastar por a�.

A auxiliar administrativa Fernanda Andrade de Souza vive uma situa��o que � uma amostra do que vem ocorrendo com muita gente no pa�s este ano. Com o cr�dito farto, no ano passado ela fez empr�stimos em bancos para bancar suas despesas correntes. Mas a d�vida virou uma bola de neve porque, quando negocia com os bancos, acaba n�o podendo arcar com o compromisso assumido, o que deixa o or�amento � beira do colapso. Agora ela ir� tentar renegociar os d�bitos mais uma vez, tentando aproveitar o momento de redu��o dos juros. “Vou programar o pagamento, mas sei que vai ficar pesado. Por isso penso em quitar primeiro as d�vidas mais caras”, diz, ao sair de uma consulta no Servi�o de Prote��o ao Cr�dito (SPC), onde descobriu que deve mais de R$ 5.000.

Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) em BH
Servi�o de Prote��o ao Cr�dito (SPC) em BH

“A eleva��o da inadimpl�ncia n�o � propriamente uma novidade, mas � um dos sintomas da desacelera��o econ�mica”, avalia Andr� Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos. Um dos mais pessimistas do mercado no que diz respeito ao crescimento do PIB em 2012, ele estima que a economia brasileira avan�ar� apenas 2,3% no per�odo. Para o especialista, no entanto, o governo v� com bons olhos esse patamar de calote, porque trabalha com uma expans�o moderada do cr�dito. “Prefiro ver a economia acelerar menos em 2012 do que come�ar 2013, que tem tudo para ser um ano de maior expans�o da economia, puxando o freio. Se este ano o PIB crescer 3% ou mais, teremos que soltar roj�es para comemorar.”

Endividados


A pesquisa do Serasa avalia a situa��o dos brasileiros que deixaram de quitar suas d�vidas no curto prazo. Na decomposi��o do indicador, a inadimpl�ncia n�o banc�ria – cart�es de cr�dito, financeiras, lojas em geral e prestadoras de servi�os como telefonia e fornecimento de energia el�trica e �gua – puxou a alta do �ndice em abril deste ano comparado com o m�s anterior com varia��o de 8,8% e contribui��o de 3,5% no m�s. As d�vidas com os bancos tamb�m apontaram aumento de 4,3% (2,1% ponto percentual). Os t�tulos protestados e os cheques sem fundos, por outro lado, ca�ram 13,7% e 7,4%, respectivamente, o que contribuiu para que o indicador de inadimpl�ncia do consumidor n�o subisse ainda mais.

Luiz Miguel Santacreu, analista de bancos da consultoria Austin Rating, explica que os n�meros da Serasa, apesar de apontarem alta, n�o s�o preocupantes porque analisam um calote pontual. “Existem ilhas de inadimpl�ncia no pa�s. Mas se o balan�o do Banco Central (BC) em junho vier com esse n�mero em alta, passando os picos de mar�o e junho de 2009, isso n�o seria bom”. O especialista diz que nos balan�os de bancos que analisou n�o h� ind�cios de calote generalizado. No momento, a pol�tica de concess�o de cr�dito das institui��es financeiras do pa�s � seletiva, premiando os bons pagadores. “O cr�dito est� sendo concedido caso a caso”, relata.

Com�rcio

O com�rcio foi a atividade que mais gerou empregos entre 2007 e 2010 em quatro das cinco grandes regi�es brasileiras. A informa��o � do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). � a primeira vez desde 2007 que o com�rcio aparece em primeiro lugar em pessoal assalariado, com 18,7%, ultrapassando por pouco as ind�strias de transforma��o, que empregaram 18,6% dos assalariados.


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