A espera por novas elei��es legislativas na Gr�cia em junho, estipulada na ter�a-feira, e os sinais financeiros preocupantes enviados pela Espanha, cujo governo tenta evitar um plano de resgate internacional, t�m provocado forte sentimento de cautela nos mercados nesta quinta-feira e geram forte inseguran�a na zona do euro.
A Espanha confirmou oficialmente sua entrada em recess�o nesta quinta-feira, ao anunciar uma contra��o do Produto Interno Bruto (PIB) em 0,3% no primeiro trimestre.
Contudo, a maior preocupa��o relativa � quarta economia da zona do euro vem da sa�de de seu sistema banc�rio, por sua grande exposi��o aos chamados "ativos t�xicos" do setor imobili�rio.
A taxa de risco - diferen�a paga com rela��o ao b�nus alem�o a dez anos - term�metro da confian�a dos mercados na economia do pa�s - se situava aos 493 pontos, ap�s cair na v�spera a 480 pontos desde o pico de 507 pontos registrado durante a sess�o.
Isso faz com que o rendimento de seu b�nus a dez anos fique a 6,319%, em contraste com os 1,463% pago pelo alem�o, o que no longo prazo torna insustent�vel o pagamento de sua d�vida.
Apesar disso, o Tesouro espanhol foi capaz de emitir nesta quinta-feira 2,494 bilh�es de euros em t�tulos da d�vida a tr�s e quatro anos, a m�xima prevista para esta emiss�o, mas com juros em forte alta.
Nesse contexto, as bolsas europeias operavam com quedas entre 1,3 e 2,5% pela tarde.
O Bankia, quarta maior entidade banc�ria da Espanha, liderava as perdas em Madri, chegando a recuar 27,49%, mas teve seu recuo limitado. A a��o do banco, cujo resgate foi anunciado pelo governo na semana passada, est� cotada em torno de 1,364 euros, menos de um ter�o do pre�o de estreia em bolsa (3,75 euros), em 20 de julho de 2011.
Segundo o jornal espanhol El Mundo desta quinta-feira, os clientes de Bankia, preocupados com o resgate, retiraram mais de 1 bilh�o de euros de suas contas nos �ltimos dias.
O banco carrega consigo 31,8 bilh�es de euros (40,4 bilh�es de d�lares) em ativos imobili�rios problem�ticos entre cr�ditos de duvidosos reembolsos e edif�cios ou terrenos confiscados em um mercado desvalorizado ap�s o estouro da bolsa imobili�ria em 2008.
Segundo a imprensa espanhola, a ag�ncia de classifica��o Moody's prev� reduzir novamente a nota de solv�ncia dos principais bancos espanh�is, ap�s ter revisado para baixo a dos bancos italianos nesta semana.
Nesse contexto, o governo espanhol firmou um empr�stimo sindicado (acordo m�tuo) de 30 bilh�es de euros com 27 entidades banc�rias para ajudar a regi�es e comunidades aut�nomas no pagamento de provedores, e que gerar� uma importante inje��o de liquidez para a economia real.
Ao mesmo tempo, as pol�ticas de austeridade defendidas com unhas e dentes pela chanceler alem�, Angela Merkel, tamb�m est�o em cheque. O novo ministro da Economia franc�s, Pierre Moscovici, disse nesta quinta-feira que seu pa�s n�o ratificar� o pacto fiscal europeu se este n�o incluir medidas que impulsionem o crescimento.
"O que foi dito claramente � que o tratado n�o seria ratificado tal como est� e que seria preciso complet�-lo com medidas para o crescimento, com uma estrat�gia de crescimento", disse Moscovici em uma entrevista � televis�o BFMTV.
De Londres, o primeiro ministro brit�nico, David Cameron, lan�ou uma nova advert�ncia nesta quinta-feira sobre o futuro da zona do euro, que se encontra, segundo ele, "� beira do abismo", antes de pedir aos dirigentes para que chegassem a um acordo j� que "a sobreviv�ncia da moeda �nica est� em jogo".
Cameron prev� participar na tarde desta quinta-feira de uma v�deo confer�ncia com o novo presidente franc�s, Fran�ois Hollande, a chefe do governo alem�o, Angela Merkel, e o italiano Mario Monti, e as autoridades comunit�rias para analisar a situa��o da zona do euro e a pr�xima reuni�o do G8.
O presidente da Uni�o Europeia (UE), Herman Van Rompuy, convocou os presidentes da UE para uma reuni�o informal no dia 23 de maio em Bruxelas.
Na Gr�cia, o presidente interino nomeou a um novo governo de transi��o para organizar as elei��es do 17 de junho. O Parlamento gerado pelas elei��es de 6 de maio, sem maioria, se re�ne nesta quinta-feira pela primeira vez e ser� dissolvido na sexta-feira para permitir o prazo de um m�s previsto pela Constitui��o antes de celebrar os novos com�cios legislativos.